Redação/Datagro
Durante audiência pública realizada na Comissão de Agricultura (CRA) do Senado Federal, especialistas ligados à área de biocombustíveis destacaram o potencial no aumento de produção de etanol de milho no País, que pode contribuir para a redução do preço médio dos combustíveis.
Segundo a Agência Senado, um dos participantes do debate, o representante do Ministério das Minas e Energia (MME), Marlon Leal, falou sobre os investimentos na produção de etanol, e destacou que o biocombustível acaba sendo benéfico para o mercado de combustíveis como um todo.
"Desde 2006 o etanol é mais barato. Esse é um dado já consolidado. Portanto quanto mais se oferta e se usa dele, maior é seu impacto na cesta de combustíveis. Só em 2018 o consumidor paulista economizou R$ 1,7 bilhão em combustíveis, comparado com o que gastaria caso não se ofertasse etanol. Desde 2006, a economia já chega a R$ 28 bilhões", detalhou Leal.
O representante do MME também confirmou que o governo conta com o incremento da produção de etanol de milho para diminuir a dependência da gasolina importada, que corresponde a 10% do consumo nacional. Por isso o programa RenovaBio, política nacional para o setor de biocombustíveis, continuará sendo uma prioridade.
"Se não fosse o RenovaBio, hoje 30% do nosso consumo seria de gasolina importada. E não priorizamos nenhum biocombustível: quem tiver mais competitividade vai encontrar seu espaço", afirmou Leal.
Também presente ao debate, o assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rogério Avellar disse que a produção de milho no Brasil tem condições suprir a demanda para a fabricação de etanol.
"O Brasil produziu na safra passada 81 milhões de toneladas de milho, das quais 54 milhões na safrinha. O Centro-Oeste é responsável por mais de 70% da produção na segunda safra. Temos um volume grande para trabalhar como matéria-prima para a produção de etanol, com possibilidade de expansão de oferta sem abrir novas áreas".
O dirigente da CNA também destacou a importância do RenovaBio. Ele ressaltou que o produtor precisa participar da remuneração gerada pela emissão dos Certificados de Descarbonização (CBios) emitidos pelas usinas de etanol.
"Os produtores ficarão mais incentivados a investir mais na sua atividade, contribuindo para uma produção mais sustentável e uma matriz energética nacional mais limpa e renovável".
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