Energia
Já que não tem contratos de alocação de longo prazo.
Ascom Trade Energy
As recentes concessões de energia renovadas no Brasil, que foram inteiramente destinadas ao mercado cativo, e as demandas insuficientes nos últimos leilões de energia nova impactam no mercado livre de energia. "O conjunto da oferta nacional já não apresenta folga significativa em relação à demanda total. Para reverter esse cenário é preciso a atuação conjunta dos órgãos de planejamento, dos bancos de fomento e de investidores", afirma Regina Pimentel, assessora de gestão de risco na Trade Energy, comercializadora independente de energia.
A atual carteira de projetos do setor elétrico financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) chega a quase R$ 120 bilhões, com 158 projetos para o segmento energético. "Entendemos que o papel primordial do BNDES como fomentador é investir em infraestrutura. O problema é que o mecanismo utilizado majoritariamente para o setor elétrico exige contratos de alocação de energia de, no mínimo, dez anos, o que fica impraticável no mercado livre", ressalta a executiva.
Os consumidores livres trabalham com horizontes de previsibilidade menores. É importante notar que a demanda vai existir, mas a energia será vendida com risco de mercado alto, devido à volatilidade na percepção de preços. De acordo com Regina, devem ser desenvolvidos novos formatos de acesso do mercado livre a recursos do BNDES, como as debêntures de infraestrutura, acessíveis também ao gerador que investe para atender ao mercado livre. Este representa quase um terço do consumo nacional, abrangendo o, segmentos cujo desempenho se reflete na riqueza nacional.
"Cedo ou tarde os órgãos reguladores deverão incorporar no planejamento e incentivo a expansão desta parcela significativa da demanda nacional. O BNDES, pela sua natureza pública, deverá ser instrumento importante para isso", finaliza Regina Pimentel.
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