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Gazeta MercantilA logística é o nosso maior custo de operações e por isso temos que estar sempre otimizando. A Aracruz Celulose pretende transportar pelo modo hidroviário cerca de 2 milhões de toneladas anuais de madeira para abastecer a nova unidade que está construindo em Guaíba (RS). O volume é equivalente a 40% do consumo projetado pela futura fábrica, que deve começar a produção a partir de 2010. A madeira será embarcada em dois terminais de carga que a empresa pretende construir nos municípios de Cachoeira do Sul e Rio Pardo, no rio Jacuí, cumprindo um percurso de aproximadamente 300 quilômetros até a fábrica, às margens do lago Guaíba.
Conforme cálculos da Aracruz, o projeto de abastecimento da fábrica pelo rio Jacuí vai custar entre US$ 20 e US$ 30 milhões, incluindo a construção dos terminais e o investimento em embarcações, que deve ser de terceiros. A logística é o nosso maior custo de operações e por isso temos que estar sempre otimizando, lembra o diretor de Operações da Aracruz, Walter Lídio Nunes.
A empresa observa que, com um custo operacional menor, ganha ainda mais competitividade no mercado mundial de celulose. Segundo Nunes, o transporte hidroviário será 15% mais barato em relação ao modo rodoviário. A escolha também gera menores impactos ambientais e, por reduzir a emissão de poluentes na atmosfera pelo uso reduzido de caminhões, a empresa poderá ainda se credenciar a ganhar também com créditos de carbono.
Segundo Nunes, do poder público a empresa espera dragagem do leito para manutenção da navegabilidade com um calado de pelo menos 2,5 metros em 90% do trecho pelo rio Jacuí e sinalização adequada para o transporte que deve ser feito também de noite. Ontem, durante a apresentação do projeto, a Aracruz recebeu da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) a garantia de que o órgão não será obstáculo para o projeto.
Para formar a base florestal da nova fábrica, que receberá um investimento de US$ 1,2 bilhão para ter uma capacidade instalada de 1,3 milhão de toneladas de celulose/ano, a Aracruz pretende plantar cerca de 100 mil hectares de eucaliptos em municípios da região central do estado, ao sul do rio Jacuí. O plano da empresa prevê que a madeira das florestas localizadas entre o rio Jacuí e a BR-290 seja transportada pela hidrovia. Para isso, a empresa também está estudando um sistema para melhorar o acesso rodoviário até os terminais no rio e não descarta a utilização do modo ferroviário. Já a madeira das florestas mais distantes do rio será levada à fábrica somente por caminhões.
Outra dúvida da Aracruz é a forma como a madeira será transportada pela hidrovia, se em toras de seis metros ou em cavacos. Por isso, a empresa ainda não sabe em que tipo de embarcação será feito o transporte. Mas o serviço deverá ser terceirizado. O estudo que a empresa está fazendo de todos os detalhes do projeto será concluído em 9 meses. A produção da unidade que a Aracruz opera hoje em Guaíba, com capacidade para 430 mil toneladas/ano de celulose, é escoada pela Lagoa dos Patos até o Porto de Rio Grande, no sul do estado, para ser exportada. Como quase 100% da produção é destinada à exportação e haverá grande crescimento de volume, a Aracruz crê que precisará investir. Vamos ter que construir um terminal próprio no Porto de Rio Grande para celulose, diz Nunes, lembrando que, como a Votorantim Celulose e Papel (VCP) - uma das controladoras da própria Aracruz - também deve construir fábrica no estado gaúcho, a produção das duas empresas, uma soma de cerca de 3 milhões de toneladas, justificaria o investimento.
Líder mundial na produção de celulose branqueada de eucalipto (capacidade instalada de 3 milhões de toneladas/ano), a Aracruz diz ter sido a pioneira no uso de cabotagem marítima no País para transporte de toras de suas florestas na Bahia para a fábrica de Barro do Riacho (ES).
Fonte: Gazeta Mercantil/Caio Cigana
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