Indústria Naval

Wärtsilä e Nuclebrás negociam associação

Valor Econômico
08/06/2012 10:21
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A finlandesa Wärtsilä e a Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep) estão próximas de fechar uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) para implantar uma linha de produção de motores navais nas instalações da estatal brasileira em Itaguaí (RJ). O objetivo é atender as encomendas das embarcações marítimas do setor petrolífero, principalmente da Petrobras. A fábrica poderá futuramente produzir motores para termelétricas. A estimativa de investimentos na unidade é de 20 milhões de euros.

A negociação entre as empresas teve início em 2006, quando a companhia qualificou a Nuclep para produzir alguns de seus equipamentos no Brasil. No ano passado, as duas chegaram a assinar um acordo que previa o início de funcionamento da fábrica para 2012, o que não ocorreu.

A parceria ganhou força agora com a visita do principal executivo mundial da Wärtsilä, Björn Rosengren, ao Brasil. "Estamos trabalhando com a Nuclep há algum tempo e muito em breve assinaremos o contrato. Esperamos iniciar a produção em 2013", afirmou Rosengren.

Segundo o presidente da Nuclep, Jaime Cardoso, ainda não está definida a participação de cada empresa no negócio. A ideia é que a finlandesa tenha uma fatia em torno de 51% da SPE, sendo majoritária no empreendimento. O executivo disse existir a possibilidade de entrada de um investidor nacional no negócio.

"Estamos finalizando as negociações. A presidente Dilma Rousseff considera o projeto importante para o Brasil recuperar a fabricação de motores navais e para haver transferência de tecnologia", explicou Cardoso. Segundo ele, o negócio depende ainda de entendimentos jurídicos. "Há uma grande boa vontade das partes", completou.

Para a finlandesa, a parceria é importante para atender as exigências de conteúdo local previstas em contratos da Petrobras. A companhia persegue uma meta de nacionalidade de pelo menos 60%. "Estamos trabalhando para atender o índice de conteúdo local", contou Rosengren.

Com a crescente demanda proveniente de projetos de exploração e produção de petróleo na camada pré-sal, a Wärtsilä acredita que a participação do setor naval ultrapasse de vez a de energia elétrica nos negócios do grupo no Brasil. Tradicionalmente as duas áreas tinham participações iguais em volumes de negócios no país. A companhia não informou se já possui encomendas para serem atendidas pela nova fábrica. A ideia, porém, é produzir um motor por mês.

O Brasil responde por uma fatia de 5% a 10% das vendas globais da Wärtsilä, da ordem de 5 bilhões de euros por ano. Segundo Rosengren, a participação brasileira nos negócios da companhia crescerá nos próximos anos. "É o país com o maior número de oportunidades e está muito bem posicionado. O Brasil tem potencial para ser um dos nossos maiores mercados. Estamos investindo tempo e dinheiro nisso", afirmou. A Wärtsilä tem hoje 600 funcionários no Brasil.

A companhia também planeja montar uma base de serviços no complexo industrial portuário de Suape, em Pernambuco. A outra base de serviços da empresa no país, no Rio de Janeiro, será transferida do bairro de São Cristóvão, no Rio, para Niterói, também na região metropolitana da capital fluminense.

Na área de energia elétrica, a Wärtsilä está negociando o fornecimento de motores para termelétricas vencedoras dos leilões de energia de 2008. A aposta da empresa é que, no longo prazo, o país precisará de mais termelétricas para servirem de "back-up" para as hidrelétricas sem reservatório de acumulação e eólicas em construção.

"A matriz elétrica brasileira ainda é muito baseada em hidrelétricas. Mas as novas usinas não têm reservatórios. Isso demandará mais energia flexível. Ela será necessária tanto para hidrelétricas quanto para eólicas. Estamos negociando com empreendedores e assinaremos alguns contratos este ano", afirmou Rosengren.

A Wärtsilä possui 2,5 mil megawatts (MW) em motores fornecidos para 25 termelétricas em operação no Brasil. Até o fim de 2013, esse número saltará para 3 mil MW, devido aos contratos em andamento, segundo o diretor da área de energia elétrica da empresa no Brasil, Jorge Alcaide.
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