Gazeta Mercantil
A UEG Araucária Ltda., usina térmica controlada pela Companhia Paranaense de Energia (Copel), teve renovado seu contrato com a Petrobras por mais três anos contados a partir de 1º de janeiro de 2009. Com 484,5 megawatts (MW) de potência, o suficiente para abastecer uma cidade de 1,5 milhão de habitantes, a usina permanecerá à disposição da estatal petrolífera. O primeiro contrato de locação agora renovado foi formado em dezembro de 2007.
A usina de Araucária exigiu recursos estimados em R$ 750 milhões na época de sua construção e, por algum tempo, esteve ameaçada de não operar. "O nosso planejamento era o de que esta usina deveria entrar em operação a partir de 2010, mas com o contrato com a Petrobras estamos antecipando receitas em vez de termos somente despesas com manutenção", disse o presidente da Copel, Rubens Ghilardi.
Para a Petrobras, o negócio se tornou interessante porque tem de cumprir os pedidos originários da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em situações de emergência ou de falta de água nos reservatórios do Oaís. Em função da escassez na oferta desse combustível, a Petrobras prefere usar a UEG e desligar térmicas menos eficientes.
A UEG funciona a ciclo combinado - de suas três turbinas, duas são movidas a gás e uma a vapor. Com isso, a usina gera 30% mais energia que as termelétricas convencionais, usando a mesma quantidade de gás.
Parque térmico
A Araucária é a terceira maior usina do parque térmico operado pela estatal, atrás das térmicas Governador Leonel Brizola, em Duque de Caxias (RJ), com 1.038 MW, e TermoMacaé, localizada em Macaé (RJ), de 896 MW. A Petrobras também vai continuar responsável pelo suprimento de gás natural usado na termelétrica. Pelo aluguel da planta, a UEG Araucária receberá parcelas fixas mensais, acrescidas de parcela variável quando houver despacho de energia. "Em relação ao contrato anterior, a Aneel reduziu os despachos de energia para algo em torno de 200 MW, o que diminuirá os valores.
Paralelamente, a Petrobras firmou contrato de R$ 1,8 milhão mensais com a Copel Geração e Transmissão para assegurar os serviços de operação e manutenção da usina, no mesmo período do contrato de locação", disse Rubens Ghilardi.
Garantia de oferta de gás
"A Petrobras tem nos garantido que haverá disponibilidade de gás natural para que a UEG Araucária participe dos leilões da Aneel a partir de 2012 e, com isso, a Copel desistiu do projeto de flexibilização do combustível em que a usina também poderia utilizar um biocombustivel", disse o executivo. Com o gás que recebe, a usina não necessita de novos investimentos", acrescentou. Em plena carga, Araucária consome 2 milhões de metros cúbicos por segundo do combustível que chega ao Sul pelo gasoduto Brasil-Bolívia, ou um terço de sua capacidade de 6 milhões de metros cúbicos. A Copel pretendia gastar R$ 40 milhões na adaptação da usina ao biodiesel.
Participação em leilões
O contrato firmado com a Petrobras prevê a possibilidade de sua extinção parcial ou total em caso de êxito na participação da UEGA nos leilões de energia a serem promovidos pela Aneel em algum momento antes de 2012. "Incluímos está cláusula porque na área do governo federal está se estudando a participação das usinas térmicas nos leilões já a partir de 2010 ou mesmo alguma coisa neste ano. Como é a Petrobras é nossa sócia, tem interesse em resolver isso para todas as suas usinas e para a UEG Araucária", explicou o presidente da Copel. A estatal também possui 20% de participação na usina.
Os valores de contrato são de R$ 13,14 por MWh (megawatt-hora) na parcela fixa e de R$ 33,23 na parcela variável, vezes a energia assegurada do empreendimento que agora é de 200 MW e o número de horas do mês. Na condição de contratada da Petrobras para a prestação dos serviços de operação e manutenção da Usina, a Copel vai receber R$ 1,8 milhão por mês (R$ 5,86 por MWh multiplicados pelos mesmos valores de potência e tempo).
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