Finanças

Mesmo sem repasse, Petrobras deverá obter lucro de até R$ 25 bi

Valor Econômico
09/09/2005 03:00
Visualizações: 458 (0) (0) (0) (0)

Maior produção da estatal e preço internacional em alta vão elevar o desempenho A Petrobras deverá fechar o ano com lucro líquido de R$ 23 bilhões a R$ 25 bilhões em 2005, um novo recorde absoluto nos 52 anos da companhia, impulsionada principalmente pela escalada da produção de petróleo no Brasil. Em 2004, o lucro líquido foi de R$ 17, 861 bilhões.
Enquanto o mercado internacional ferve em função dos aumentos de preço agravados pela passagem do furacão Katrina, nos Estados Unidos , aqui os preços da estatal estão descolados da crise externa. O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli vem destacando que esse comportamento é intencional.
As cinco maiores companhias do setor - as americanas ExxonMobil e Chevron e as européias BP, Total e Shell - deverão lucrar mais de US$ 100 bilhões juntas este ano, em grande parte em razão da disparada do preço do petróleo. A estimativa foi publicada pelo jornal francês "Le Figaro" com base em levantamento da empresa de pesquisas JCF Facset, de Londres. A persistência do barril a mais de US$ 55 há vários meses elevou o desempenho das petroleiras com aumento médio de 30% no primeiro semestre.
Esta semana, a francesa Total anunciou aumento de US$ 4,23 bilhões no seu resultado operacional sobre o semestre anterior. A explicação é um lucro de cerca de US$ 3 bilhões com a alta do preço dos combustíveis em três meses. O lucro é tanto que provoca um "certo mau estar" na França, com sindicatos se declarando "chocados". Os resultados estão batendo inclusive o recorde de 2004, quando o preço já tinha permitido aos cinco gigantes receita de US$ 1,15 trilhão e lucro de US$ 84 bilhões.
Já no Brasil, a crise não deve influenciar no resultado da Petrobras. Mesmo que reajuste agora os preços, há quem avalie que o efeito se dará nos resultados de 2006 já que faltam poucos dias para terminar o terceiro trimestre do ano. A previsão do Banco Pactual é de que a Petrobras terá lucro de R$ 23 bilhões mesmo sem aumentar os preços da gasolina e óleo diesel - que tiveram último reajuste em novembro do ano passado - até o fim do ano.
Ainda segundo cálculos do Pactual, se a Petrobras acabasse com a atual defasagem dos seus preços - calculada pelo banco em 50% na gasolina e 30% no diesel - a partir de 1º de outubro, ainda poderia fechar o ano com lucro de R$ 27 bilhões. Mas ninguém acredita que ela vá aplicar um aumento dessa dimensão.
Até junho, a Petrobras teve lucro de R$ 9,95 bilhões. No ano todo de 2004, alcançou R$ 17,86 bilhões. O economista Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE), prevê que a Petrobras lucrará R$ 23 bilhões em 2005, mas esse valor, diz, pode aumentar em R$ 2 bilhões caso a estatal eleve os preços da gasolina e diesel até dezembro. Já analistas da Merrill Lynch prevêem lucro de R$ 24,7 bilhões, ajustado para a legislação societária americana (US Gaap).
O português BES Securities está projetando lucro líquido da controladora - que não inclui o resultado das controladas por equivalência patrimonial - de R$ 24 bilhões. O BES não mudou a previsão após a disparada dos preços do barril no mercado internacional. O banco calcula que os preços da estatal estão com defasagem em relação ao mercado internacional de 35% no diesel e de 44% na gasolina.
José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras, tem respondido com cautela quando questionado sobre aumento dos preços. Ele já admitiu várias vezes que o petróleo está em alta no mundo, e até acredita que não vai baixar no curto prazo, mas tem frisado que a estatal só vai aumentar preços quando entender que eles atingiram um novo patamar.
Isso porque a estatal quer evitar transferir, para o mercado interno, a volatilidade do mercado internacional - provocada por desastres naturais ou acidentes em refinarias, por exemplo, já que a avaliação é de que esses eventos não têm relação direta com o Brasil.
O presidente da estatal vem repetindo o mote de que "a Petrobras não pode se descolar do Brasil", ressaltando que a ela atua no país em condições diferentes de outras companhias integradas, onde o refino é separado da produção.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Acordo
OneSubsea e Petrobras assinam acordo para desenvolver um...
21/05/25
Margem Equatorial
NOTA IBP – Aprovação pelo IBAMA do PPAF da Petrobras na ...
20/05/25
Biodiversidade
Empresas podem acessar até US$ 10 trilhões em oportunida...
20/05/25
Internacional
ApexBrasil lidera delegação brasileira na World Hydrogen...
20/05/25
Resultado
2024 é marcado por investimentos recordes e progresso na...
20/05/25
Resultado
Produção de petróleo em regime de partilha ultrapassa pe...
20/05/25
Margem Equatorial
Petrobras consegue do Ibama autorização de simulado em á...
20/05/25
IBP
Crescimento do mercado e diversidade em destaque no Semi...
20/05/25
Pré-Sal
Interligação submarina do Projeto Búzios 11 terá R$ 8,4 ...
19/05/25
Refino
Parada programada de manutenção da Refap, em Canoas (RS)...
19/05/25
IBP
Naturgy debate perspectivas de expansão do GNV e biometa...
19/05/25
Participação especial
Valores referentes à produção do primeiro trimestre de 2...
19/05/25
Etanol
Hidratado volta a cair e anidro sobe pela terceira seman...
19/05/25
IBP
Setor de gás busca soluções para acelerar o crescimento ...
16/05/25
IBP
Shell Energy Brasil defende integração setorial e estabi...
16/05/25
Leilão
PPSA publica edital para comercializar 78,5 milhões de ...
16/05/25
IBP
Investimentos em projetos de gás dependem de segurança f...
16/05/25
Etanol
Fenasucro & Agrocana lança 31ª edição com destaque para ...
15/05/25
Mato Grosso do Sul
Gás Natural: ANP firma acordo com reguladora do Mato Gro...
15/05/25
Energia Elétrica
CCEE liquidou R$ 4,00 bilhões no fechamento das operaçõe...
15/05/25
Gás Natural
ANP aprova revisão das especificações e controles de qua...
15/05/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22