Valor Econômico
Os fabricantes brasileiros de tubos de aço poderão ser mais um setor da economia a solicitar ao governo a abertura de processo de salvaguardas contra a China. Duas importações recentes de tubos chineses feitas por empresas do Ceará e Pernambuco, por preços inferiores aos praticados no mercado interno, estão causando preocupação na indústria. Há receio de que o produto chinês provoque a desorganização do mercado interno.
O assunto vem sendo estudado pela Associação Brasileira da Indústria de Tubos e Acessórios de Metal (Abitam). O diretor-executivo da Abitam, José Adolfo Siqueira, disse que a decisão de solicitar a ação poderá se basear na ameaça de as importações chinesas de tubos causarem dano à indústria nacional. A possibilidade é prevista no decreto que instituiu as salvaguardas contra a China, lembrou.
O temor dos fabricantes brasileiros de tubos de aço ganhou força por dois fatos ocorridos este ano. Em janeiro, a Rússia abriu processo de investigação de salvaguardas contra tubos chineses. Em agosto, foi a vez dos EUA iniciarem processo semelhante contra tubos com costura comuns, produzidos na China. Nos dois casos, ainda é esperada uma decisão final.
Caso Rússia e EUA adotem medidas de defesa comercial contra os tubos chineses, a China irá buscar outros mercados, provocando o que no jargão comercial se chama de "desvio de comércio".
A China tem capacidade para produzir cerca de 15 milhões de toneladas de tubos com costura por ano e, em 2005, deve produzir 11,2 milhões de toneladas.
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