Estudo

Custo do frete marítimo caiu 92,4% desde maio

<P>O custo do transporte marítimo de commodities já declinou 92,4% desde maio, refletindo o impacto da crise financeira sobre o comércio internacional, alertou ontem a Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad).</P><P>Mais de 80% do comércio global de mercadorias ...

Valor Econômico
05/11/2008 00:00
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O custo do transporte marítimo de commodities já declinou 92,4% desde maio, refletindo o impacto da crise financeira sobre o comércio internacional, alertou ontem a Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad).

Mais de 80% do comércio global de mercadorias é transportado por navios. Depois de uma explosão de preço no começo do ano, o Baltic Dry Index (BDI), um dos principais indicadores de custo de transporte marítimo, declinou de 11.793 pontos em maio para 891 pontos no começo deste mês, para os contratos atuais.

O custo do frete representa uma parte elevada do valor final dos produtos negociados. Assim, menor custo do frete acaba resultando em menor preço das mercadorias negociadas. Mas a tendência afeta diretamente os grandes transportadores.

A agência da ONU diz que o efeito imediato para os países em desenvolvimento é misto. De um lado, produto mais barato atenua a pressão inflacionária. De outro, uma queda súbita do BDI é acompanhada por menor procura de navios, aumentando os efeitos da crise financeira sobre o consumo global por mercadorias, segundo a agencia da ONU.

Até o primeiro trimestre, a demanda por serviços marítimos provocou uma alta de preços sem precedentes para o transporte de minério de ferro, grãos, bauxita, fosfato e outros produtos.

Um navio chinês, por exemplo, chegou a ser contratado por US$ 303 mil por dia para transporte de minério de ferro do Brasil para a China, preço três vezes maior do que no mês anterior.

A situação mudou dramaticamente desde a metade do ano. As conseqüências já se fazem sentir. Em janeiro, a frota mercantil mundial nunca tinha sido tão grande. Em um ano, a expansão foi de 7,2% sobre o ano anterior.

As encomendas de novos barcos em 2008 alcançou igualmente o seu maior nível em todos os tempos: 10.053 navios, equivalentes a 28% da atual frota mercante global por número de navios e 44% em tonelagem. O custo de construção de novos barcos chegou a aumentar 43,5% em dezembro de 2007 em relação ao mesmo mês do ano anterior.

No entanto, desde que a crise financeira começou a causar estragos, no meio deste ano, surgiram os primeiros cancelamentos de novos navios, com impacto na indústria naval, especialmente na China, Coréia do Sul e Vietnã.

Além disso, os investimentos em portos, que chegaram ao auge até recentemente, serão cortados até que o fluxo do comércio internacional se torne mais claro. A Unctad diz que alguns terminais internacionais já anunciaram suspensão de expansão de portos, diante do declínio na demanda por embarques.

Projetos no Brasil, estimados em US$ 2,5 bilhões, nos portos de Santos, Rio Grande do Sul, Itajai e Manaus também serão afetados, segundo a entidade.

Em seu Relatório do Transporte Marítimo 2008, a Unctad calcula que em 2007 o volume de transporte marítimo de mercadorias alcançou 8 bilhões de toneladas, um aumento de 4,8%.

O Brasil controla uma frota de 4,4 milhões dwt (peso morto). Nada menos de 44% da frota brasileira tem pavilhão estrangeiro. Esse percentual cai para 20% entre os navios de petróleo.

Num ranking sobre conexões marítimas, a China fica em primeiro ligar, seguido por Hong Kong, Cingapura, Alemanha e Holanda. Na América Latina, os países mais bem conectados no transporte marítimo são o México, Brasil e Panamá (26, 27 e 28 posições, respectivamente). Atualmente, a bandeira do Panamá está em 22,6% da frota mundial de navios.

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