Estudo fornece contexto para decisões políticas estratégicas antes da reunião do G20 este ano e da COP30 em 2025.
Redação TN Petróleo/AssessoriaPela primeira vez em mais de 50 anos, a Shell lança seu estudo Cenários sobre os desafios de longo prazo para o futuro da energia, com olhar voltado para o Brasil, em evento realizado nesta quinta-feira, 20 de junho, no Rio de Janeiro. Publicados desde a década de 70, os Cenários da Shell têm como principal objetivo oferecer possíveis visões do futuro e contribuir para a discussão, com governos, academia e sociedade, sobre como o mundo pode evoluir sob diferentes conjuntos de suposições no setor de energia. No recorte inédito para o Brasil, feito a partir do estudo global Cenários de Segurança Energética da Shell, foram desenvolvidos dois cenários: o Sky 2050 que apresenta a transição mais rápida num mundo aberto ao comércio e que expande o acesso a fontes de energia com baixo teor de carbono; e o Arquipélagos que considera uma realidade mais nacionalista, com sanções, barreiras comerciais e tarifas. Nos dois cenários traçados, o Brasil pode chegar a emissões líquidas zero de CO2 antes de algumas outras principais economias globais e se destaca tanto pelo potencial de liderança na transição para uma economia de baixo carbono, quanto como um importante supridor de energia para um mundo que demanda segurança e diversidade.
Paralelamente, há um espaço para a indústria de petróleo e gás continuar a crescer durante a próxima década, à medida que o país progride no sentido dos seus objetivos climáticos. "O setor brasileiro de óleo e gás desempenha um papel fundamental em uma transição energética justa, segura e inclusiva. Esses cenários podem contribuir para o planejamento e entrega dos compromissos assumidos pelo Brasil. O propósito não é tentar prever o futuro trazer respostas definitivas, mas nos ajudar a ter contexto para decisões estratégicas. Espero que a publicação possa contribuir para o debate e formulação de políticas públicas enquanto avançamos rumo à reunião do G20 este ano e COP30 em 2025", destacou Cristiano Pinto da Costa, presidente da Shell Brasil, durante o evento de lançamento. De acordo com ele, a Shell acredita que diferentes países e setores seguirão seus caminhos em ritmos distintos, e todos podem contribuir para o alcance das metas estabelecidas no Acordo de Paris.
"Olhar em profundidade para o Brasil apresentou à equipe um desafio fascinante, dada a riqueza de oportunidades que o país tem e a capacidade de gerenciar o carbono em uma escala globalmente relevante. O desenvolvimento de petróleo e gás, a produção de biocombustíveis, o potencial de captura e armazenamento de carbono e a gestão do carbono terrestre desempenham um papel importante e não tínhamos visto nenhum outro país com tantas possibilidades de contribuir de forma tão positiva para a história global da energia e do clima. Mas ambos os cenários também exigem um quadro político criativo construído em torno da gestão do carbono, incluindo a certificação e o comércio de emissões, tanto a nível nacional como, idealmente, a nível internacional", afirmou David Hone, Conselheiro-chefe para as Mudanças Climáticas da Shell.
Um cenário demonstra o que seria necessário para o Brasil alcançar emissões líquidas zero de CO2 em 15 anos. Seria preciso criar uma estrutura que alavanque o potencial de remoção de CO2, adotando os mais altos padrões de qualidade e melhores práticas internacionais, que promovam a entrega de benefícios sociais e resultados ambientais, criando as condições adequadas para o trabalho em conjunto dos setores público e privado no combate às alterações climáticas. Nesse contexto, a célere implementação de um mercado de carbono é essencial.
Com sua matriz energética majoritariamente limpa, o Brasil tem oportunidade para desenvolver recursos ainda inexplorados, de hidrocarbonetos a renováveis, impulsionando o desenvolvimento econômico. Para isso, será preciso tomar decisões rápidas e estratégicas para garantir a competitividade dos projetos, com estabilidade fiscal e regulatória. Para garantir uma transição energética segura e justa, é essencial manter a continuidade dos leilões anuais para exploração de petróleo e gás e garantir um mercado de gás natural flexível, ao mesmo tempo em que se promovem incentivos para fomentar a demanda pelo uso de energias renováveis.
Nos Cenários da Shell, a demanda por eletricidade pode duplicar até 2040 e triplicar até 2050. Espera-se que essa demanda seja atendida em grande parte por energias renováveis e, neste contexto, solar e eólica podem atingir 300 GW de capacidade instalada até 2050. Outra tendência é a expansão e adaptação do setor de bioenergia, com destaque para o potencial de quadruplicar as exportações de biocombustíveis. Nesse sentido, será importante, estabelecer um arcabouço político e regulatório que viabilize o desenvolvimento de novas oportunidades nesse segmento, como combustíveis de aviação sustentáveis (SAF), combustíveis navais de baixo carbono e produção de bioquímicos.
Acesse o estudo completo aqui.
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