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Energia, Infraestrutura e Capitalismo Consciente: o caminho para a transição justa, por Hugo Bethlem

Redação TN Petróleo/Assessoria Capitalismo Consciente Brasil
04/09/2025 11:52
Energia, Infraestrutura e Capitalismo Consciente: o caminho para a transição justa, por Hugo Bethlem Imagem: Divulgação Visualizações: 515 (0) (0) (0) (0)

O setor de energia e infraestrutura ocupa posição estratégica no desenvolvimento econômico e social do país. Recentemente, o Brasil anunciou que oferecerá R$21 bilhões em contratos de infraestrutura e energia em setembro de 2025, incluindo concessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs) em rodovias e projetos de geração e transmissão de energia. Entre eles, destaca-se o Lote 7 da rodovia Ouro Preto, em Minas Gerais, que terá concessão de 30 anos, além de outros contratos que envolvem modernização de trechos rodoviários e expansão de capacidade energética. Essas iniciativas representam uma oportunidade única de transformar a forma como criamos valor.

Inovação, inclusão social e responsabilidade ambiental precisam estar no centro das decisões. Só assim as empresas conseguirão gerar impacto positivo e duradouro para todos os stakeholders, como comunidades, colaboradores, fornecedores, investidores, governo e o meio ambiente. Esse é o momento de colocar em prática uma gestão consciente, que exige visão de longo prazo, governança sólida e transparência. Mais do que olhar para o Retorno de Investimentos, é necessário adotar métricas que incluam indicadores ambientais e sociais. Projetos de grande porte ganham resiliência quando engajam comunidades, e criam soluções com os territórios impactados e utilizam tecnologia para eficiência energética, redução de emissões e economia circular. O resultado é a diminuição de riscos e o fortalecimento da confiança em todo o ecossistema.

O Brasil já parte de uma posição de vantagem: nossa matriz energética é majoritariamente renovável. O desafio é ampliar essa condição sem comprometer a preservação ambiental ou a inclusão social. Isso passa por licenciamento ambiental ágil mas responsável, pela redução das desigualdades na distribuição de energia e pelo desenvolvimento de cadeias locais de fornecedores. Além de um desafio, essa é uma oportunidade para o país liderar a transição energética justa em escala global, unindo competitividade e propósito.

O Capitalismo Consciente oferece um guia sólido para esse caminho. Propósito, liderança consciente, cultura de cuidado e orientação para stakeholders são princípios que ajudam a alinhar lucro e impacto positivo. Obras de infraestrutura não devem apenas mover a economia; elas precisam também fortalecer comunidades e preservar o planeta.

Por fim, é fundamental que investidores e conselhos abandonem a lógica de retorno imediato e adotem estratégias de perenidade. Incorporar critérios de ESG na análise de riscos e oportunidades garante mais segurança, confiança e atratividade nacional e internacional. No fim das contas, valor para o acionista só existe quando há geração de valor para todos os stakeholders. A questão não é medir e comunicar os impactos positivos desses investimentos, mas principalmente o grande custo é não medir os impactos negativos, as externalidades que jogam para a sociedade, comunidades e meio ambiente os custos não apropriados aos projetos.

Sobre o autor: Hugo Bethlem é presidente do Capitalismo Consciente Brasil.

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