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A cadeia de suprimentos e o desafio sustentável, por Alexandre do Valle

Redação TN Petróleo/Assessoria
08/04/2024 16:27
A cadeia de suprimentos e o desafio sustentável, por Alexandre do Valle Imagem: Divulgação Visualizações: 858 (0) (0) (0) (0)

Nos últimos anos, um número crescente de empresas multinacionais comprometeu-se a trabalhar apenas com fornecedores que aderem aos respectivos padrões ou práticas ambientais e sociais.

Este compromisso vem em grande parte das empresas que estão comprometidas com a transição para práticas sustentáveis, ou que têm índices de ESG como parte da sua estratégia de negócios.

Muitas vezes, os compromissos de sustentabilidade incluem trabalhar com fornecedores sustentáveis, práticas de aquisição sustentáveis ou identificar métricas de base, como emissões, utilização de plásticos, resíduos produzidos através da sua cadeia de abastecimento ao passo que possam melhorar.

Isto, quando a sustentabilidade da cadeia de abastecimento é essencial para cumprir as metas de sustentabilidade, ou quando a sustentabilidade da cadeia de abastecimento é inseparável das práticas de integração ESG. No entanto, como qualquer nova iniciativa, a sustentabilidade da cadeia de suprimentos apresenta alguns desafios.

Cumprimento dos compromissos ESG: quando o valor é criado para todas as partes interessadas: As empresas sustentáveis estão redefinindo o ecossistema corporativo ao projetar modelos que criam valor para todas as partes interessadas, incluindo funcionários, acionistas, cadeias de fornecimento, sociedade civil e o planeta (criando um valor compartilhado). Enfim iniciativas de transformar a sustentabilidade da cadeia de abastecimento podem incluir muitas partes interessadas internas e externas. Seguramente é importante obter o alinhamento das partes interessadas relativamente a estes novos modelos, que podem atrasar o cumprimento dos compromissos de sustentabilidade/ESG.

Demandas na Cadeia de Fornecimento: As enormes demandas dos clientes para inovar as cadeias de fornecimento e encontrar soluções para atender aos objetivos estratégicos e às necessidades dos clientes tornam-se um desafio em tempos em que os fornecedores são incentivados a se concentrar em produzir mais e são obrigados a atender às necessidades do negócio. Evidentemente empresas e fornecedores podem encontrar oportunidades de equilíbrio entre produção, prazos de entrega e práticas sustentáveis através da colaboração e do planejamento.

Os riscos na cadeia de abastecimento criam uma pressão difícil de gerir: As cadeias de abastecimento são operações complexas e, por vezes, suscetíveis a riscos decorrentes de mudanças políticas e governamentais, práticas de aquisição, para citar alguns. Tais forças externas e exigências dos clientes criam pressão sobre muitas empresas, em todos os setores. Incontestavelmente tais fatos podem forçar as empresas a repensar e transformar o seu modelo de cadeia de abastecimento global. Portanto, tais prioridades podem colocar a sustentabilidade da cadeia de abastecimento em segundo plano.

Criar transparência para os clientes: As empresas procuram agora a sustentabilidade e a transparência ESG, impulsionadas principalmente pelas exigências de divulgação ESG dos investidores e pelas expectativas do consumidor final. Em outras palavras esta é uma tarefa desafiadora, pois exige que as empresas e corporações incorporem processos, instalem ferramentas de medição ESG e ativem processos para coletar dados ESG e outras ferramentas para colaborar com todos os participantes da cadeia de abastecimento.

Ferramentas de colaboração para interagir com os clientes: Os participantes da cadeia de fornecimento procuram melhores ferramentas para colaborar e atender às expectativas de sustentabilidade e ESG. Isto, o que não deverá prejudicar o processo existente ou sem sobrecarregar o processo operacional da cadeia de abastecimento. Essas ferramentas não estão prontamente disponíveis e, em muitos casos, as empresas precisam do apoio de equipes internas de tecnologia para desenvolvê-las. Mais corretamente esta não é uma tarefa muito fácil, pois as empresas e as equipes internas podem ter de dar prioridade ao desenvolvimento de outras ferramentas em detrimento de outras prioridades, o que necessita de adesão, aprovação de casos de negócio e muito mais.

Dito de outro modo quando os emissores decidem emitir um Título Verde ou um Título Social, a estrutura do projeto deve ser construída em torno dos Princípios dos Títulos Verdes, dos Princípios dos Títulos Sociais ou das Diretrizes para Títulos de Sustentabilidade. Estes princípios e diretrizes, desenvolvidos pela Associação Internacional do Mercado de Capitais (ICMA), incentivam a transparência do emissor e a divulgação dos detalhes do projeto, incluindo a forma como os recursos devem ser utilizados.

Em síntese a avaliação empresarial de ESG, uma vez concluída, pode ajudar as empresas a identificar áreas-chave para otimizar o seu impacto ambiental e social. Isso pode ajudar a capacitar processos e ferramentas de design para melhorar as métricas de ESG básicas. Dessa maneira tais avaliações podem ajudar a enfatizar a forma como as práticas verdes podem ser adotadas e a identificar áreas operacionais com oportunidades verdes. Pode ajudar a mitigar a degradação ambiental das atividades da cadeia de abastecimento e aumentar o desempenho económico e operacional. Assim, permitir uma cadeia de abastecimento verde pode ser uma estratégia de desenvolvimento sustentável como um todo.

Indubitavelmente é necessário que as empresas tenham compromissos com os seus investidores, envolvendo os participantes da sua cadeia de abastecimento a incorporar boas práticas ambientais e sociais. Portanto, uma abordagem ESG nas operações de suprimentos será exigida e cobrada nos próximos anos.

Sobre o autor: Alexandre do Valle é PhD na área de engenharia de suprimentos com foco em projetos digitais pela Universidade Federal Fluminense. Mestrado em tecnologia de Blockchain com foco em ferramentas e processos de digitalização para a cadeia de suprimentos. Pós-graduação em Gestão de Projetos pela Universidade Federal Fluminense e MBA em Projetos de Energia e ESG pela COPPE, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Consultor sênior para a empresa 2BSUPPLY. Psicanalista e Coach Profissional com certificação pelo IGT, International Coach Federation e ICF Brasil, tendo como ênfase análise comportamental e clareza de metas nas áreas profissionais e pessoais.

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