No acumulado de janeiro a julho, o porto de Santos movimentou 53,4 milhões de toneladas, crescimento de 18,2% sobre o mesmo intervalo do ano passado. Somente as importações saltaram 49,2% (para 17,4 milhões de toneladas); as exportações, subiram 7,4% (36 milhões de toneladas, fortemente puxadas pelos embarques de açúcar). O resultado elevou a projeção da Codesp, administradora do porto, que estima fechar o exercício com 94,4 milhões de toneladas.
Se alcançado, o resultado representará crescimento de 12% em relação às 83,1 milhões de toneladas de 2009, já 2,6% superiores ao volume do exercício anterior. "Temos de criar maior capacidade no porto de Santos e isso está em processo com os novos terminais", afirma o ministro dos Portos, Pedro Brito. Em contêineres, atualmente a oferta no porto de Santos é para 3 milhões de Teus - em 2008 a movimentação efetiva foi de 2,8 milhões de Teus.
Com a entrada em operação de dois novos terminais (BTP e Embraport) no médio prazo e a reestruturação dos existentes, a perspectiva é quase triplicar essa capacidade, explica o presidente da Codesp, José Roberto Serra. "Hoje já estamos no limite", afirma.
O atual período é especialmente complicado porque ocorre, simultaneamente, o pico dos embarques de safras agrícolas - como soja, milho e farelos - e o aumento da movimentação da carga conteinerizada, que chegou a 17% no acumulado até julho, cerca de 1,4 milhão de Teus. Soma-se a isso a realização da dragagem de aprofundamento do porto, que interditou a navegação em alguns momentos.
Assim, entre julho e agosto, a fila de navios bateu recorde, com 123 embarcações à espera para atracar, sendo 64 de açúcar. Em razão das chuvas, os terminais graneleiros suspendem a operação, o que deve mudar na próxima safra, quando as instalações terão coberturas retráteis. Segundo o presidente da Codesp, a situação também é resultado de fatos inéditos envolvendo a comercialização da commodity neste ano, como a quebra da produção na Tailândia e Índia.
"O porto de Santos responde por, aproximadamente, 85% desses embarques e é o complexo portuário mais bem equipado do mundo para essa operação. Cabe salientar que nenhum porto no mundo é dimensionado para períodos de pico de movimentação, similares a este, fruto de uma contingência, totalmente atípica ao mercado internacional", afirmou.