Meio ambiente

Um novo critério de utilização de biocombustíveis para descarbonização efetiva no Brasil é proposto pela Petrobras

Redação TN Petróleo, Agência Petrobras
02/12/2020 17:05
Visualizações: 821 (0) (0) (0) (0)

Cláudio Mastella, gerente executivo de Comercialização no Mercado Interno da Petrobras, defendeu uma nova forma para a definição dos mandatos dos biocombustíveis no Brasil para aumentar os ganhos ambientais, durante a palestra online “Biocombustíveis: o caminho para o livre mercado”, realizada esta terça-feira (1/12), na Rio Oil & Gas, maior evento de petróleo e gás da América Latina.

Mastella explicou que a regulação vigente no país determina a adição de 12 % de biodiesel éster ao diesel comum, comercializado nos postos, enquanto que outros países já adotam critérios quantitativos de descarbonização da atmosfera que resultam em ganhos mais efetivos para o meio ambiente com mandatos de descarbonização, medidos em gramas de CO2 equivalente evitado por unidade de energia gerada.

“Essa mudança permitiria que os combustíveis vendidos ao consumidor final sejam efetivamente menos poluentes em toda a sua cadeia produtiva. Em vez de observar qual tipo de biocombustível está sendo utilizado, permitindo reservas de mercado para combustíveis menos eficientes, seria considerado efetivamente o ganho para o meio ambiente que um determinado combustível traz”, destacou Mastella. A fórmula defendida pela Petrobras já é utilizada na Europa e no estado americano da California, os dois mercados mais exigentes em termos de redução de poluição no mundo.

InstitucionalEssa mudança abre espaço para adoção de biocombustíveis mais modernos como o diesel renovável, que é capaz de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 70% quando comparado ao diesel derivado do petróleo e em 15% quando comparado ao biodiesel éster.

Durante o evento, o gerente executivo também defendeu o Renovabio, programa criado pelo Ministério das Minas e Energia para ampliar a participação dos biocombustíveis na matriz energética brasileira. Mastella ressaltou que o programa tem como objetivos a mitigação efetiva da emissão gases causadores do efeito estufa e de poluentes locais e também aumentar a competitividade dos biocombustíveis na matriz energética brasileira, além de acelerar o desenvolvimento e a inserção comercial de biocombustíveis avançados. A legislação federal também tem o mesmo entendimento (11.097/2005), por exemplo, ao ampliar o conceito de biodiesel de forma a contemplar avanços tecnológicos.

O executivo, no entanto, lembrou que a criação de mandatos exclusivos de natureza regulatória para determinados biocombustíveis limitam o potencial do Renovabio, mitigando a possibilidade do país cumprir acordos internacionais sobre mudanças climáticas. Atualmente, por exemplo, somente o biodiesel éster pode ocupar a parcela de biocombustíveis adicionados ao diesel derivado do petróleo para comercialização aos consumidores. A restrição acaba criando uma reserva de mercado para o biodiesel de base éster e dificultando a entrada de biocombustíveis mais modernos na matriz energética brasileira. Em função de seu processo de produção, o biodiesel éster possui glicerinas e outros componentes que prejudicam a estabilidade do combustível e podem causar entupimentos em filtros, bombas e bicos injetores prejudicando o desempenho de veículos. Os problemas são agravados com a elevação do teor de biodiesel éster na mistura com óleo diesel mineral. O biodiesel éster ainda possui compostos metálicos que prejudicam o funcionamento dos sistemas de tratamento de gases de combustão presentes nos veículos. Isso contribui para que poluentes como material particulado e óxidos de nitrogênio sejam lançados no ambiente.

Divulgação

A Petrobras vem defendendo a possibilidade de introdução do diesel renovável na matriz de biocombustíveis do Brasil. O diesel renovável é um biocombustível moderno, feito com matérias-primas como óleos vegetais, gordura animal e até mesmo óleo de cozinha usado, que pode ser misturado ao diesel derivado do petróleo.

A companhia concluiu este ano testes em escala industrial, onde produziu diesel R5 em sua refinaria no Paraná, ou seja, óleo diesel com 5 % de parcela renovável e aguarda a autorização do Conselho Nacional de Política Energética para que esta parcela renovável do diesel seja aceita como alternativa para cumprimento do teor obrigatório de biocombustíveis no Brasil, atualmente ocupado exclusivamente pelo biodiesel éster.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Oportunidade
UDOP lança Banco de Talentos para profissionais e recrut...
11/11/24
Startups
NAVE ANP: inscrições prorrogadas até 22/11/2024
11/11/24
IBP
Na COP29, IBP reforça compromisso com transição energética
11/11/24
Petrobras
UPGN do Complexo de Energias Boaventura entra em operação
11/11/24
Internacional
Rússia começa a perder força na participação das importa...
11/11/24
Energia Eólica
Grupo CCR e Neoenergia firmam contrato de autoprodução d...
11/11/24
Etanol
Anidro e hidratado encerram a semana com pequena variaçã...
11/11/24
Resultado
Petrobras divulga lucro de R$ 32,6 bilhões no 3º trimes...
08/11/24
Energia elétrica
Desempenho em outubro é o melhor do ano e expansão da ge...
08/11/24
E&P
Firjan destaca o potencial para aumento no fator de recu...
08/11/24
Hidrogênio
Primeira planta de conversão de hidrogênio a partir do e...
08/11/24
ANP
NAVE ANP: inscrições prorrogadas até 22/11/2024
07/11/24
Telecomunicações Offshore
NexusWave: Conectividade Marítima Confiável e Sem Interr...
07/11/24
Pré-Sal
GeoStorage: Novo hub do RCGI nasce para viabilizar o arm...
07/11/24
Negócio
Grupo Energisa assume controle da Norgás e entra no seto...
07/11/24
Etanol
Cientistas mapeiam microbioma de usinas em busca de maio...
07/11/24
Metanol
ANP amplia monitoramento da comercialização de metanol c...
07/11/24
Oportunidade
PPSA realizará seu primeiro concurso público para contra...
07/11/24
GNV
Estratégias e desenvolvimento do setor de GNV proporcion...
07/11/24
Workshop
ANP realiza workshop virtual sobre revisão de normas par...
07/11/24
Marinha do Brasil
Grupo EDGE amplia parceria com a Marinha do Brasil para ...
06/11/24
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

21