O diretor da Antaq, Pedro Brito, disse não acreditar que o modelo de concessão de hidrovias seja adotado no Brasil. “Avalio que o governo não pensa em fazer a concessão das hidrovias. Esse é um modelo adotado por poucos países no mundo”, afirmou ele durante o "II Seminário Brasil - Bélgica sobre Hidrovias", que aconteceu nos dias 2 e 3 de abril, no auditório da Confederação Nacional do Transporte (CNT), em Brasília. O encontro foi promovido pela agência e pela embaixada da Bélgica no Brasil.
O diretor admitiu, contudo, que o setor pode estudar o pagamento de uma taxa a ser cobrada dos usuários para custear obras de dragagens e derrocamento e viabilizar as hidrovias.
O embaixador Claude Mission disse que, no passado, visitou a barragem de Tucuruí e não viu a eclusa. “Não construir eclusas é fechar o tráfego”, observou, acrescentando que sai muito mais caro fazer a eclusa depois que a barragem foi construída.
O embaixador belga defendeu a realização de novos encontros com o Brasil para discutir o setor hidroviário, e disse esperar que as empresas belgas operando no Brasil sejam muito mais numerosas no futuro.
O superintendente de Navegação Interior da Antaq, Adalberto Tokarski, destacou a evolução dos projetos de navegação interior no Brasil, citando como emblemática a construção da eclusa de Tucuruí. Ele também defendeu a construção de mais eclusas para viabilizar a navegação nos rios da região Norte e escoar a produção agrícola brasileira. “A opção pelo Norte do país é a melhor do ponto de vista logístico, em virtude da proximidade dos principais mercados consumidores. Mas para que isso realmente aconteça teremos que garantir a navegabilidade dos nossos rios”, salientou.