Evento, concluído hoje (28), enfatiza produção de petróleo mais limpa e em coexistência com as fontes renováveis de energia
Redação TN Petróleo/Assessoria Sebrae RNAo ampliar o foco para o setor energético como um todo, o Mossoró Oil & Gas Energy 2024 transcende a origem focada nos hidrocarbonetos e se posiciona como evento mais abrangente e visionário, contemplando as fontes renováveis solar e eólica. O evento, com isso, fica mais alinhado às metas de sustentabilidade e combate às mudanças climáticas mundiais.
Nesse contexto, descarbonização e integração energética ganharam relevo no Mossoró Oil & Gas Energy, iniciado na última terça-feira (26) e concluído hoje (28), no Expocenter da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), em Mossoró. Isto é, o evento enfatiza a produção de petróleo e gás mais limpa e em coexistência com as fontes renováveis, unindo dois imensos potenciais do RN.
Sobre baixo carbono – que trata de reduzir na atmosfera a emissão de gases de efeito estufa, especialmente o dióxido de carbono (CO₂) –, o professor Frederico Ribeiro apresentou, no Mossoró Oil & Gas Energy, o trabalho por ele coordenado no Núcleo de Pesquisas em Economia de Baixo Carbono da Ufersa.
Esse núcleo desenvolve vários projetos na área, a fim de mitigar causadores do aquecimento global, com operadoras do onshore atuantes na Região Oeste, como as empresas Mandacaru e Brava Energia. O trabalho, segundo Ribeiro, envolve a utilização de água produzida nos campos e projetos de sequestro de carbono.
“A ideia é compensar essas emissões (dióxido de carbono, metano etc.) geradas pelas empresas, ou, em outra perspectiva, criar projetos para vender esses créditos de carbono para outras empresas, que é o que estamos fazendo”, informa o professor, ao explicar a utilização de biochar.
Trata-se de espécie de carvão obtido a partir de biomassa, de resíduos agrícolas (casca da castanha de caju, fibra de coco, resíduos de cana de açúcar). Ao ser colocado no solo, o biochar “sequestra” o carbono, evitando, assim, a liberação de quantidade maior de gases de efeito estufa no meio ambiente.
Oportunidade
Para empresas de Mossoró do onshore (exploração de petróleo e gás natural em terra), a integração energética não é algo tão recente – e não necessariamente natural. Surgiu da necessidade de continuar em operação, no auge da crise do setor onshore, há oitos anos. Na época, empresas como a Servindu (serviços de manutenção) se aproximaram dos setores eólico e solar, diante do desinvestimento da Petrobras nos campos maduros do Estado, de um lado e, por outro, do “boom” do setor de renováveis no Rio Grande do Norte.
Com o reaquecimento do onshore, artir de 2020, com a entrada no mercado dos operadores independentes, e a continuidade do crescimento dos setores de sol e de vento, essa coexistência nas empresas entre petróleo e renováveis só tem se fortalecido.
“Quando houve a baixa no setor de petróleo, começamos atuar também no setor de renováveis, que da mesma forma está aqui do nosso lado. Nos qualificamos para isso e hoje atendemos aos dois segmentos”, diz o CEO da Servindu, Criste Jones.
Evolução
Segundo o diretor técnico do Sebrae RN, João Hélio Cavalcanti, que também participou do Mossoró Oil & Gas Energy, as empresas que se qualificaram, que evoluíram e absorveram inovação e tecnologia, estão aptas para atuar e dar suporte a tudo o que diz respeito à energia, seja hidrogênio verde, eólica, onshore, offshore, solar, biomassa. E, na visão dele, o evento capta esse momento.
“O que vemos no Mossoró & Gas Energy nos leva a acreditar que estamos no caminho certo. Essa guinada da feira, abarcando o presente que se faz no mundo, nos mostra o quanto estamos antenados às mudanças e nos leva a crer que um mundo de oportunidades se abre novamente. Lá atrás, era só petróleo, gás e, hoje, aqueles que estão aqui têm a oportunidade de avançar de evoluir, de crescer com as renováveis também”, assinala.
João Hélio destaca o papel do Sebrae na preparação da cadeia produtiva para a integração energética. Lembra que o Sebrae atua fortemente nas renováveis há mais de sete anos, tratando de Geração Distribuída (GD), incentivando e apoiando quase 200 empresas da carteira de clientes com energia solar.
“E, da mesma forma que fizemos credenciamento de empresas, lá atrás, com a Petrobras, retomamos esse credenciamento de empresas e estamos junto a empresas âncoras, apresentando as micro e pequenas empresas para que deem todo o suporte às empresas de energias renováveis em nosso estado”, complementa.
Potencial elevado
O diretor de Operações do Sebrae RN, Marcelo Toscano, avalia que Mossoró e o Rio Grande do Norte vivem momento único do ponto de vista econômico, com a retomada do petróleo onshore, o crescimento das energias renováveis, a integração energética e a futura exploração de petróleo e de energia eólica offshore (no mar).
“É o melhor momento do Estado da história em matéria de energia, um momento a ser vivenciado ainda mais pelo tamanho dos investimentos previstos para os próximos anos. De fato, um mar de oportunidades, como próprio evento menciona”, frisa Toscano.
Ele parabeniza o Mossoró Oil & Gas Energy por ser cada vez maior e inserir na pauta deste ano a integração do setor energético. “Está mais do que provado que a cadeia do petróleo não vai morrer tão cedo e que, portanto, precisa se integrar às outras matrizes energéticas, e o Mossoró Oil & Gas Energy é fundamental para isso, mostrando a força do petróleo e das energias renováveis para o estado do Rio Grande do Norte”, acrescenta.
Diversificação
Presidente da Repedetro RN, José Nilo dos Santos ressalta que, ao somar energias solar e eólica ao setor onshore, o Mossoró Oil & Gas Energy estimula o potencial regional, diversificação econômica, fomento à inovação e à colaboração, fortalecimento a sustentabilidade e atrai novos públicos.
“O mercado de petróleo e gás é historicamente volátil, sujeito a variações de preço e demanda. Incluir renováveis pode atrair novos investimentos e gerar oportunidades em setores mais estáveis. E o foco ampliado do evento atrai um público mais diversificado, enriquecendo o ecossistema de debates e oportunidades”, avalia o presidente da Redepetro, realizadora do Mossoró Oil & Gas Energy, com apoio do Sebrae.
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