Empresas

Maersk critica burocracia e pede maior investimento

A troca de mercadorias do Brasil com os demais países através de portos apresentou sinais de melhora no segundo trimestre do ano. O crescimento de 3,8% nesse comércio foi o primeiro desde o primeiro trimestre do ano passado. Mesmo assim, o aumento no fluxo de mercadorias ainda e

A Tribuna
04/09/2013 15:57
Visualizações: 646 (0) (0) (0) (0)
A troca de mercadorias do Brasil com os demais países através de portos apresentou sinais de melhora no segundo trimestre do ano, na comparação com o período de abril a junho de 2012. O crescimento de 3,8% nesse comércio foi o primeiro desde o primeiro trimestre do ano passado. Mesmo assim, o aumento no fluxo de mercadorias ainda está longe do ideal, segundo o diretor comercial da armadora Maersk Line Brasil, Mario Veraldo. Burocracia e problemas de infraestrutura forçam para baixo as projeções de movimentação no setor, que devem variar entre 4% e 5% neste ano, afirma o executivo.

O crescimento do comércio exterior brasileiro não se deve a uma questão cambial - no período, pelo contrário, houve uma valorização do dólar frente ao real, o que reduz o valor (em dólar) das cargas importadas ou exportadas. Esse aumento nas trocas reflete o maior número de operações de importação e exportação no país. De acordo com a Maersk Line Brasil, braço nacional da armadora Maersk Line, líder mundial no transporte marítimo de contêineres, as “cargas secas” (em contêineres) foram as mais movimentadas.

Os embarques de papel, madeira, café e soja refletem a vocação brasileira para esses produtos e a exportação de commodities. A demanda asiática por esses artigos e a recuperação econômica dos Estados Unidos são fatores que impulsionam as trocas comerciais. Com isso, as exportações nacionais de carga seca cresceram 2,7% no segundo trimestre,após uma queda de 2,6% no primeiro trimestre.

Entre as importações, a alta foi de 5,9% entre abril e junho últimos. O melhor desempenho, em relação ao primeiro trimestre, que registrou um aumento de 3,4%, é creditado ao crescimento da produção industrial. Ela superou a desvalorização do real, tendo em vista o maior volume importado para os setores automotivo, de transporte, químico e de alimentos e bebidas.

“Apesar da alta das importações, pela primeira vez de um bom tempo para cá, houve queda de 21% na importação de produtos manufaturados. Esse fator é preocupante porque está diretamente ligado ao consumo interno brasileiro”, afirmou Mario Veraldo.


Projeções

Para este ano, é esperado um crescimento, que pode variar entre 4% e 5%, nas importações e exportações através dos portos. Ele será impulsionado, principalmente, pela recuperação americana, pela desaceleração econômica chinesa e pelos sinais de melhora da economia europeia.

As estimativas apontam para um cenário melhor do que o vivido no ano passado, quando as trocas comerciais tiveram alta de apenas 2%. Mas, para o diretor comercial da Maersk Line Brasil, as perspectivas para o comércio exterior brasileiro são muito baixas e estão longe do ideal.

“Não é o crescimento que gostaríamos de ver. O baixo desempenho do comércio exterior se deve à infraestrutura inadequada, à burocracia e aos acessos aos portos”, destacou Veraldo.

Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), no Porto de Santos, o tempo médio de espera de um navio, entre sua chegada à região e o início de suas operações no cais, que era de 18,5 horas no segundo trimestre, saltou para 38,9 horas em julho. Com isso, é necessário que os cargueiros precisem acelerar o ritmo de sua navegação ao deixar o complexo, de modo a compensar as horas perdidas. O resultado é a queima de uma maior quantidade de combustíveis e, consequentemente, maiores custos e danos ao meio ambiente, além de atraso nos serviços.

Para o diretor comercial da Maersk Line, é preciso iniciar debates entre a sociedade civil, o Governo e as entidades que representam as empresas do setor, para que elas tracem metas para o crescimento brasileiro. “O Brasil está na 70ª posição do índice de competitividade global de infraestrutura, atrás de Trinidad e Tobago e das Ilhas Maurício. Isso não é bom para um país que tem 200 milhões de habitantes, uma cadeira produtiva e de logística instalada que nós temos aqui”, argumentou Mario Veraldo.

Para o executivo marítimo, antes de o Governo se preocupar com a construção de portos e estradas, ele deveria focar sua atenção na eliminação da burocracia e na obtenção de uma maior agilidade de processos portuários, ações que não requerem grandes investimentos e podem melhorar em muito a situação do comércio exterior brasileiro.
Mais Lidas De Hoje
veja Também
Energia Solar
Transpetro inaugura usina solar para abastecer o Termina...
17/07/25
Internacional
IBP participa do World Oil Outlook da OPEP com análise s...
17/07/25
BRANDED CONTENT
20 Anos de Merax – Histórias que Norteiam o Futuro
16/07/25
Fenasucro
Bioenergia ganha força no debate global sobre energia li...
16/07/25
Gás Natural
Gasmig: 39 anos de energia, inovação e compromisso com M...
16/07/25
Combustíveis
Preços do diesel, etanol e gasolina seguem tendência de ...
15/07/25
Evento
IBP debate direitos humanos na cadeia de suprimentos de ...
15/07/25
Sustentabilidade
PRIO avança em sustentabilidade e reforça governança cor...
15/07/25
PPSA
Produção de petróleo da União sobe 13,2% e alcança 128 m...
15/07/25
Bacia de Campos
Equinor recebe do Ibama Licença de Instalação do Gasodut...
15/07/25
Firjan
Para tratar sobre o "tarifaço", Firjan participa de reun...
15/07/25
Tecnologia e Inovação
Equinor lança terceira edição de programa de inovação ab...
14/07/25
Fenasucro
Brasil ocupa posição de destaque mundial na cogeração re...
14/07/25
Pré-Sal
FPSO P-78 deixa Singapura rumo ao campo de Búzios
14/07/25
RenovaBio
Lista de sanções a distribuidores de combustíveis inadim...
14/07/25
Gás Natural
Competitividade econômica e sustentabilidade para o Para...
14/07/25
Etanol
Etanol recua na segunda semana de julho, aponta Cepea/Esalq
14/07/25
Petrobras
Angélica Laureano assume como Diretora Executiva de Tran...
11/07/25
Gás Natural
Transportadoras de gás natural lançam nova versão de pla...
11/07/25
Parceria
Equinor e PUC-Rio firmam parceria de P&D de R$ 21 milhões
11/07/25
Resultado
Setor de Óleo e Gás lidera distribuição de proventos em ...
10/07/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.