CNI lança Perfil Setorial da Indústria, ferramenta interativa que apresenta evolução dos 33 setores industriais sobre inovação, mercado de trabalho, tributação e outros indicadores
Redação TN Petróleo, Agência CNI de NotíciasDe cada R$ 100 investidos pelas empresas brasileiras em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), R$ 69 vêm da indústria. Entre 2016 e 2019, em valores correntes, o aporte em inovação de processos e produtos cresceu 33,4% - de R$ 12,7 bilhões para R$ 16,9 bilhões, percentual acima dos 11,2% da inflação acumulada no período (IPCA), o que reforça o empenho do setor industrial em preservar os investimentos em inovação mesmo depois da crise de 2015-2016, que prejudicou fortemente a condição financeira das empresas.
Nesse movimento, alguns setores se destacam, como o de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, que ampliou seus investimentos em 63,9%, na década, passando de R$ 955 milhões para R$ 1,6 bilhão. Só de 2018 para 2019, o incremento no valor investido do setor foi de 7,9%, ou R$ 115 milhões. Já as empresas de veículos automotores representam as que mais investiram em P&D no período: mais de R$ 2,8 bilhões apenas no ano de 2019. Em seguida, vem o setor de químicos, com investimento da ordem de R$ 2,5 bilhões em P&D.
Os dados estão no Perfil Setorial da Indústria, uma plataforma inédita lançada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O portal reúne dados sobre mercado de trabalho, tributação, produção, comércio exterior, custos, inovação e investimento de 33 setores da indústria brasileira.
Pela plataforma é possível criar rankings e comparativos entre os setores e os indicadores disponíveis, além de calcular a evolução dos números ao longo da série histórica, no recorte que o usuário preferir.
“Os números não deixam dúvidas quanto à relevância do setor industrial para o Brasil. Ele é responsável por 20% do PIB e 20% dos empregos formais no país, 69% das exportações brasileiras de bens e serviços, 69% dos investimentos empresariais em P&D e 33% da arrecadação de tributos federais”, comenta o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
O Perfil Setorial revela que o setor que mais emprega atualmente no Brasil é o de alimentos, com mais de 1,6 milhão de trabalhadores, ou 16,9% do total da força de trabalho da indústria brasileira. O setor com o segundo maior número de empregados é o de construção de edifícios, com cerca de 820 mil trabalhadores.
Analisando toda a série histórica disponível na plataforma, que vai de 2006 a 2020, o setor que mais aumentou sua força de trabalho, em termos percentuais, foi o de manutenção, reparação e instalação de equipamentos. No período analisado, essa indústria teve 131% de incremento na mão de obra, contratando 115.276 pessoas.
Já os melhores salários da indústria são pagos a quem trabalha na indústria extrativa. Os profissionais da extração de petróleo e gás natural recebem em média R$ 19.375,27 mensais, enquanto os funcionários de atividade de apoio à extração de minerais recebem em média R$ 10.013,60 mensais. São especialistas responsáveis por retirada de amostras do solo, bem como perfurações para análise de campos de petróleo e outras áreas de mineração.
O setor de alimentos também é o que tem a maior participação no PIB industrial, ocupando uma fatia de 8,25% do total. Em seguida, vem o setor de extração de petróleo e gás natural, que teve 6,6% de participação no PIB industrial.
Esse também foi o setor que mais aumentou sua participação ao longo dos últimos anos. Analisando a série histórica que vai de 2010 a 2019, a atividade cresceu 5,6 pontos percentuais na composição do PIB industrial brasileiro, saindo de 1% para os atuais 6,6% de participação.
Em termos de tributos federais, a indústria de veículos automotores foi que mais recolheu para o Fisco, num total de R$ 26,7 bilhões, em 2020. Em seguida, aparece o setor de biocombustíveis e derivados do petróleo: R$ 26,3 bilhões. Essa indústria é responsável pelo refino do petróleo, álcool e biodiesel.
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