Na AL, Brasil é o maior mercado para a companhia.
Valor Econômico
O desempenho fraco da balança comercial em 2013 e as perspectivas de pouca melhora este ano, com queda nos preços de commodities e aumento das importações, preocupa uma parcela significativa das indústrias. Mas, para a Honeywell, grupo americano de automação e sistemas de controle e segurança, o cenário para 2014 no Brasil é positivo.
Para Shane Tedjarati, presidente e executivo-chefe mundial para regiões de alto crescimento, apesar das perspectivas de inflação acima da meta de 4,5% e de crescimento baixo da economia, em torno de 2%, os negócios da Honeywell vão se expandir acima desses patamares este ano, sobretudo nas áreas aeroespacial, automotiva e de eficiência energética.
"Normalmente a companhia cresce cinco a dez vezes mais que o PIB [Produto Interno Bruto] brasileiro. A expectativa para 2014 é de um ano de bom crescimento", afirmou o executivo, sem citar números. Ele disse apenas que a expectativa para os países emergentes - incluindo o Brasil - é de um incremento em receita de 15% este ano.
A América Latina responde por 8% da receita global da Honeywell, sendo que o Brasil é o maior mercado na região para a companhia. A Honeywell estima para 2014 um aumento de 4% a 5% na sua receita global, para um valor entre US$ 40,3 bilhões e US$ 40,7 bilhões. No ano de 2013 a receita situou-se entre US$ 38,8 bilhões e US$ 39 bilhões. Para o lucro líquido, a previsão é de um aumento de 8% a 12% este ano, para algo entre US$ 4,2 bilhões e US$ 4,4 bilhões, ante um lucro de aproximadamente US$ 3,9 bilhões alcançado em 2013.
No Brasil, um dos agentes do crescimento é a área de aviônica, disse Tedjarati. A Honeywell fechou em fevereiro de 2013 um contrato de cinco anos com a Embraer, no valor de US$ 2,8 bilhões, para fornecer equipamentos de aviônica de segunda geração para os novos jatos regionais E-170 e E-190 da Embraer.
A companhia também prevê expandir os negócios na área de óleo e gás, graças ao avanço dos projetos na área do pré-sal. A Honeywell, por meio da sua subsidiária UOP Separex, já tem contratos com a Petrobras, com duração até 2017, para fornecer tecnologia de sistemas de membrana para processar gás natural em plataformas flutuantes de produção, armazenamento e transferência (FPSO) da estatal. O executivo estima ainda um aumento nas vendas de componentes para o setor automotivo. No Brasil, a Honeywell produz sistemas de turboalimentação.
Além dessas áreas, a Honeywell fornece tecnologias de controle para edifícios, residências e indústrias, sistemas de automação e materiais especiais. No Brasil, a companhia emprega 900 pessoas e mantém 12 unidades. Em setembro do ano passado, a Honeywell concluiu a compra da Intermec, companhia de equipamentos, sistemas e serviços de automação, por US$ 600 milhões. Com a aquisição, o grupo tornou-se o maior competidor no país em sistemas de automação. "Antes disso éramos um competidor pequeno no país", disse Tedjarati.
Com a compra, o grupo herdou uma fábrica de equipamentos que a Intermec mantinha em Itajubá (MG) e uma equipe de aproximadamente 30 pessoas. Tedjarati disse que esses funcionários foram integrados à área de tecnologias digitais e mobilidade, uma das treze áreas de negócios da Honeywell. A Intermec fabrica no país sistemas para identificação de veículos por radiofrequência (também conhecidos como tags de cobrança automática), usadas por companhias como Sem Parar e Via Fácil.
Ben Driggs, presidente da Honeywell no Brasil, citou essas tags como uma das tecnologias que a Intermec detinha e que abriram um novo nicho de mercado para o grupo americano atuar no país. "Existem muitas tecnologias complementares que colocarão a Honeywell em uma forte posição no mercado internacional", disse Driggs. O executivo afirmou que a meta é implantar parte dessas tecnologias em mercados de forte crescimento, como a Ásia. Além das tags de cobrança automática, a Intermec produz coletores para captura e transmissão de dados para gestão de estoques, chão de fábrica, armazéns e varejo.
Fale Conosco
22