RenovaBio

Especialistas defendem incentivo à produção de biocombustíveis

Redação/Agência Senado
12/07/2018 16:45
Especialistas defendem incentivo à produção de biocombustíveis  Imagem: Divulgação Visualizações: 937 (0) (0) (0) (0)

A produção de biocombustíveis contribui para reduzir a importação de combustíveis fósseis, conduz ao ganho de eficiência energética, permite a previsibilidade da demanda e gera emprego, avaliaram nesta quarta-feira (11) os participantes de audiência pública interativa sobre o RenovaBio, promovida pela Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas (CMMC).

O programa, que se encontra em fase de regulamentação e terá início em 2020, reconhece o papel estratégico de todos os tipos de biocombustíveis na matriz energética brasileira, tendo em vista a segurança interna e a redução de emissão dos gases que contribuem para o aquecimento global.

Diretor da Secretaria de Mudança do Clima e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, José Domingos Gonzalez Miguez disse que a média de energia renovável na matriz mundial é de 13%, enquanto a do Brasil atinge 42%, contra a média de 6% dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

— Temos uma matriz energética extremamente renovável. Nós já somos baixo carbono. A estratégia do Brasil não é manter, mas ampliar. A gente propõe que a participação da energia renovável seja de 45%. O país vai crescer até 2030, a população vai subir na ordem de 28 milhões de pessoas — afirmou.

Miguez disse ainda que os países promotores da Revolução Industrial, sobretudo o Reino Unido, são os maiores responsáveis pela emissão de gases do efeito estufa.

— A evolução de nossas emissões é recente, começa com a industrialização, por volta de 1950. Nossa responsabilidade é pequena, e a contribuição é muito grande. Desde 2005, o país vem reduzindo as emissões. É importante a participação do RenovaBio, ver como vai ser feita a regulamentação, como fazer a transição gradual de olho nas condições de mercado para que não haja desabastecimento — afirmou.

Mercado de carbono

Representante do Ministério de Minas e Energia, Miguel Ivan Lacerda de Oliveira disse que a regulamentação do RenovaBio deve ser flexível para não prejudicar o setor. O programa prevê a emissão de título de comercialização de carbono, cuja comercialização ocorrerá via Bolsa de Valores.

— Se a gente tiver grande custo de transação ou burocracia no lançamento poderá ter um mercado menor do que a gente poderia ter. Estamos otimistas, mas sempre cuidadosos com o que precisa ser feito com o RenovaBio — afirmou.

Representante da Embrapa Meio Ambiente, Marcelo Augusto Boechat Morandi disse que as mudanças e incrementos tecnológicos mobilizam o mercado, favorecem a redução das emissões e promovem melhorias em toda a cadeia produtiva.

— Quanto maior a eficiência produtiva menor a emissão de carbono. A mudança de uso da terra tem impacto nas emissões. O grande problema do uso da terra está no avanço de vegetação nativa. A expansão deve ser feita em pastos degradados. Isso garante a preservação. Ganhamos em produtividade e eficiência — afirmou.

Poluição

Presidente do Fórum Nacional Sucroenergético, André Rocha lamentou os prejuízos causados pela poluição ambiental decorrente do uso de combustíveis fósseis.

— Mais pessoas morrem pela poluição do ar na Alemanha do que por acidentes de trânsito. Só não estamos em crise maior de energia e abastecimento porque estamos mergulhados em recessão — afirmou.

Diretor de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), José Mauro Ferreira Coelho disse que o mundo vive uma transição para a economia de baixo carbono, e que a volatilidade nos preços do petróleo, o advento de novas formas energéticas e ameaças geopolíticas contribuem para a adoção de biocombustíveis.

Subsídio ao diesel

Diretor da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Donizete Tokarski afirmou que o RenovaBio abre uma janela e oportunidades para o Brasil, que importa anualmente 15 bilhões de litros de diesel fóssil. Ele criticou o subsídio dado pelo governo a esse tipo de combustível, o qual poderia ser usado como incentivo à produção de biocombustíveis, que têm compromisso com a qualidade de vida da população e reduzem em mais de 70% a emissão de poluentes.

Representante da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Luciano Rodrigues disse que o RenovaBio cria uma diretriz mais clara sobre a participação dos biocombustíveis na matriz energética brasileira, além de induzir a ganhos de eficiência.

Relator da comissão mista, o senador Jorge Viana (PT-AC) disse que o Brasil ainda sofre com o desmatamento e está atrasado na recomposição de florestas, mas apontou avanços na questão energética.

— Tivemos grande progresso com energia eólica no Nordeste, andamos um pouco na energia solar. E não podemos ficar refém de óleo diesel e gasolina em um país continental como o nosso — afirmou.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Resultado
ANP divulga dados consolidados em inglês do setor regula...
28/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Valge se prepara para comemorar 30 anos com foco no cres...
28/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Em sua 4ª edição, SOG25 supera expectativas e já tem dat...
28/07/25
Sergipe
Governo de Sergipe e Petrobras fortalecem parcerias e di...
28/07/25
Combustíveis
ANP vai rever atividade de formulação de gasolina e óleo...
28/07/25
GNV
Naturgy anuncia redução de tarifas de gás natural em agosto
28/07/25
Gás Natural
Petrobras atualiza preços do gás natural para distribuidoras
28/07/25
ANP
Inscrições para o Prêmio ANP de Inovação Tecnológica 202...
28/07/25
Drilling
Foresea se consolida na liderança do setor de perfuração...
28/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sergipe Oil & Gas encerra quarta edição com anúncios da ...
28/07/25
Aviação
Firjan projeta volume dos combustíveis sustentáveis de a...
28/07/25
Combustíveis
Etanol registra variação mista entre os dias 21 e 25 de ...
28/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sergipe Oil & Gas 2025 destaca competitividade do gás na...
25/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Márcio Félix, presidente da ABPIP, enxerga futuro promis...
25/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sergas destaca avanços e interiorização do gás natural d...
25/07/25
Oferta Permanente
ANP aprova estudos do Projeto Calcita e pode dar origem ...
25/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Mercado de gás natural é destaque no segundo dia do Serg...
25/07/25
PPSA
União passa a contar com participação de 1,89% na Jazida...
24/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Inovaren marca presença na SOGE – Sergipe Oil & Gas 2025
24/07/25
Pessoas
Nova interina assumirá em 25/7 Diretoria 4 da ANP
24/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sebrae participa da abertura do Sergipe Oil&Gas 2025
24/07/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22