Robson Andrade participou de debate sobre Bicentenário da Independência. Ele defendeu uma inovação sistêmica, como ambiente regulatório favorável, desburocratização e qualidade da educação
Redação TN Petróleo/Agência de Notícias CNIO crescimento da economia, do emprego e da renda passa por uma política industrial moderna, alinhada com as melhores práticas internacionais, que promova a produtividade e a inovação no país e a competividade de suas empresas no comércio exterior. É exatamente essa meta que deve ser perseguida pelo Brasil. A avaliação é do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, durante o quarto seminário da série 200 anos de Independência: A indústria e o futuro do Brasil, sobre Desenvolvimento industrial, científico e tecnológico, nesta quarta-feira (11).
“Precisamos implementar uma política industrial que estimule as empresas a investir na constante incorporação de novas tecnologias, na produção de bens de alto valor agregado adequados às crescentes exigências dos consumidores. Esses são os requisitos indispensáveis para a construção de uma indústria conectada com a era do conhecimento e de um país próspero e socialmente justo”, afirmou Robson Braga de Andrade.
O presidente da CNI abriu o debate, transmitido ao vivo pelo Youtube da CNI. Participaram do evento o ex-senador e conselheiro emérito da CNI, Armando Monteiro Neto; o empresário e presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), Dan Ioschpe; a economista e coordenadora de Estratégia Industrial e Desenvolvimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Ana Cristina Costa; e o diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Carlos Pacheco.
Robson Andrade lembrou que, ao contrário dos planos do passado, em que predominavam as medidas protecionistas, as atuais políticas de apoio ao setor industrial de países como Estados Unidos, Alemanha e Coreia do Sul, estimulam a exposição das empresas ao concorrido mercado internacional, e têm como foco a ciência, a pesquisa e a inovação. “Não existe país forte sem uma indústria dinâmica, competitiva e integrada ao mercado global”, defende.
Segundo o presidente da CNI, o novo modelo permite que as indústrias se integrem às cadeias globais de valor e tenham acesso a fornecedores e a consumidores de outros países, o que proporciona avanços tecnológicos significativos e importantes ganhos de escala na produção. Esses princípios, diz Andrade, devem orientar o Brasil na elaboração de uma política industrial consistente, com visão de longo prazo, e adequada às reais necessidades do país.
O Brasil tem uma indústria muito diversificada e ainda figura entre os oito principais parques industriais do mundo, mas temos baixa participação no comércio global e há espaço para ampliar a exportação de produtos manufaturados.
“Entre as medidas indispensáveis, está o aumento dos investimentos em inovação, que se mantêm em torno de 1% do PIB. Esse valor é inferior ao dos principais concorrentes internacionais e insuficiente para termos ganhos expressivos de produtividade e nos adequarmos às mudanças tecnológicas que caracterizam a Indústria 4.0”, explica o presidente da CNI. Os países da OCDE investem 2% do PIB em pesquisa e desenvolvimento, mas, na prática, os países considerados mais inovadores vão bem além. A Coreia do Sul destina 4,3% do PIB; Israel, 4,2%; e o Japão, 3,4%.
O presidente da CNI reforçou que os investimentos em pesquisa e no desenvolvimento tecnológico são imprescindíveis para as empresas reduzirem as emissões de gases de efeito estufa e aproveitarem as oportunidades que estão se abrindo com a transição para a economia de baixa emissão de carbono.
“Nesse sentido, é importante destacar o programa Brasil Mais, executado pelo governo federal com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, o SENAI. A iniciativa orienta as empresas – em especial, as de pequeno e médio portes – a adotar modernas técnicas de gestão e novas tecnologias, elevando a produtividade e fortalecendo a cultura da qualidade necessária para o país conquistar um lugar de maior destaque no mercado global”, destacou.
A agenda de inovação e tecnologia é uma das prioridades da CNI, por meio da Mobilização Empresarial para Inovação (MEI), que reúne 400 CEOs de grandes empresas inovadoras e grandes empresas que investem em inovação e tecnologia. O objetivo que temos na CNI é fazer com que a inovação e tecnologia estejam no centro do planejamento estratégico das empresas industriais brasileiras de tal forma que a empresa brasileira tenha consciência clara de que o caminho do sucesso de longo prazo tem que ser através da inovação e da tecnologia.
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