O Povo - CE
Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e da Nigéria, Olusegun Obasanjo, assinaram ontem, durante o desfile de Sete de Setembro, um acordo comercial que pode gerar negócios na ordem de US$ 500 milhões com exportações brasileiras para o país africano. A estimativa é do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan.
O acordo prevê a concessão à Nigéria de linhas de crédito do Programa de Financiamento às Exportações (Proex). ``Os segmentos serão escolhidos pelo governo nigeriano e incluem aviões, ônibus, material de construção e tecnologia na área agrícola, entre outros``, disse o ministro, que participou das negociações na Nigéria em agosto.
Ao contrário do que queria o governo brasileiro, não se chegou a um entendimento para a criação de uma conta-petróleo para dar garantias aos exportadores brasileiros, mecanismo semelhante ao que foi acertado entre Brasil e Angola. O que ficou acertado foi que a Petrobras e a estatal nigeriana NNPC farão negócios diretamente. ``Hoje o Brasil compra petróleo com intermediação e vende gasolina e etanol com intermediação. Os dois países farão negócios diretamente e isso significa melhores condições para os dois lados``, anunciou Furlan. A Petrobras, segundo o ministro, pagou US$ 100 milhões pelo direito de exploração em um novo campo na Nigéria e investirá mais US$ 500 milhões.
O acordo prevê ainda uma negociação para pagamento da dívida nigeriana com o Brasil. A dívida, somando juros, é de US$ 150 milhões. O acordo comercial prevê o reconhecimento da dívida. ``É parte do acordo e o governo nigeriano deu sinal verde para o reconhecimento do valor original, de US$ 36 milhões``, disse o ministro.
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