Reuters, 20/01/2021
Uma plataforma de petróleo operada pela Trident Energy na Bacia de Campos registrou vazamento de óleo e gás, disse a reguladora ANP, enquanto um sindicato de petroleiros afirma que o incidente, no domingo, chegou a deixar focos de fogo no mar.
Os problemas foram verificados na plataforma P-65, que foi paralisada na sequência, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que disse à Reuters nesta quarta-feira que o incidente envolveu volume “reduzido” de óleo no mar, está controlado e não teve impactos sobre trabalhadores.
O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) divulgou na noite de terça-feira um vídeo gravado por trabalhadores do campo de Enchova, que fica ao lado da P-65, no qual é possível ver focos de incêndio e uma fumaça negra tanto no mar quanto na plataforma.
“Houve um vazamento de gás na linha da tocha (flare) da P-65, operada pela Trident, e o gás continha óleo”, explicou a ANP em nota à Reuters, ao ser questionada sobre o caso.
“Ocorreu a ignição da mistura de gás e óleo vazada, pelo flare, ocasionando a fumaça escura vista no vídeo divulgado. A planta foi imediatamente parada e despressurizada, e o incidente está controlado. Não houve mortos ou feridos no acidente”, acrescentou a agência.
A ANP estimou que foram derramados no mar cerca de 0,110 metro cúbico, o que ela classificou como um volume “reduzido”. “Não há consequências aparentes”.
A P-65 pertencia à Petrobras, que concluiu a venda do ativo à Trident em julho de 2020, juntamente com dez campos que compõem os Polos Pampo e Enchova e outras plataformas, na Bacia de Campos, como parte do bilionário plano de desinvestimentos da petroleira estatal.
O Sindipetro-NF disse que cobrou uma posição da Trident sobre o ocorrido, como representante de trabalhadores embarcados na P-65.
“A plataforma ficou em chamas, foram derramados vários litros no mar, que ficou também em chamas”, disse o presidente do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra, que definiu o ocorrido como “acidente gravíssimo”.
Não foi possível contatar de imediato representantes da Trideny Energy para pedido de comentários.
O órgão ambiental Ibama reiterou que não houve feridos e nem danos à unidade e disse que já avalia o ocorrido.
“O Ibama... já instaurou processo administrativo para efetuar as apurações de infração ambiental referente ao acidente, visando a devida elaboração de Laudo Técnico de Constatação e lavratura do Auto de Infração, quando couber”, afirmou.
Logo após a identificação do vazamento, no domingo, “houve início do processo de bloqueio na plataforma, para conter o fluxo de óleo”, ainda de acordo com o Ibama.
A Trident Energy, que recebeu investimentos da empresa de private equity Warburg Pincus, tem como foco a exploração de ativos maduros de petróleo e gás, com ativos na América Latina e na África, segundo informações do site da companhia.
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