Transição Energética

Transição energética avança no Quebec e mira empresas brasileiras para cadeias verdes

CCBC- Câmara de Comércio Brasil- Canadá
27/11/2025 14:24
Transição energética avança no Quebec e mira empresas brasileiras para cadeias verdes Imagem: Reprodução/CCBC Visualizações: 85

Por Pedro Augusto

O programa de transição energética do Quebec, criado em 2023 pelo Poder Público local, já demonstra resultados concretos ao articular políticas climáticas, inovação industrial e investimentos público-privados. Conhecida como Vallée de la Transition Énergétique (Vale de Transição Energética), a iniciativa transformou regiões como Bécancour, Trois-Rivières e Shawinigan em polos integrados de pesquisa, produção e logística para tecnologias limpas. A partir destas ações, o governo quebequense consolidou avanços nos três eixos centrais do projeto — baterias, hidrogênio verde e eletrificação — e agora mira ampliar a cooperação internacional, com a meta de atrair empresas brasileiras para complementar sua cadeia e desenvolver projetos conjuntos.

Essa política de ESG (Ambiental, Social e Governança) foi amplamente discutida no painel Desenvolvimento Sustentável e Internacionalização: Conexões entre São Paulo e Quebec, realizado no Summit Brasil-Canadá 2025 pela Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CCBC), no início de novembro, com apoio da SP Negócios, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) e do governo do Canadá.

Na ocasião, especialistas destacaram que a cooperação entre governos subnacionais se tornou peça-chave para acelerar metas climáticas. João Mariano Lobato, assessor para Assuntos Econômicos do Escritório do Quebec, em São Paulo, afirmou que “quem acha que os atores subnacionais não têm um papel relevante nessa discussão está muito preso à visão estadocêntrica das relações internacionais.”

Ele reforçou que o Quebec só conseguirá cumprir suas metas — como reduzir 37,5% das emissões até 2030 e alcançar a neutralidade até 2050 — por meio de cooperação técnica. “Empresas brasileiras podem ajudar o Quebec nessa transição energética e as do Quebec, que já acharam soluções, podem trazer esses exemplos para o Brasil”, disse.

Contribuição paulistana

A articulação paulistana aparece como contraparte natural desse diálogo. Com resultados como mil ônibus elétricos e cerca de 100 mil árvores plantadas em 2024, a cidade de São Paulo apresentou políticas urbanas e estaduais que se alinham à agenda quebequense. André Aleotti, gerente executivo de Negócios Internacionais da São Paulo Negócios, enfatizou o potencial do município durante o evento. “O público internacional não tem noção do que é a cidade de São Paulo e do potencial que a gente tem aqui para o desenvolvimento de políticas econômicas de sustentabilidade.”

Para ele, a cidade já opera “na vanguarda” da inovação climática, combinando tecnologia, serviços e regulamentação ambiental. Ao mesmo tempo, o debate mostrou que ainda não existem empresas brasileiras instaladas no Vale da Transição Energética (VTE), o que reforça que essa cooperação ainda está na fase de construção.

A expectativa é de que a COP30, realizada em Belém, ajude a impulsionar esse diálogo e crie ambiente para que parcerias se materializem, especialmente em setores como baterias, mineração crítica, inteligência artificial, hidrogênio e captura de carbono, áreas em que Canadá e Brasil têm competências complementares.

Com um investimento acumulado de 328 milhões de dólares canadenses — mais de R$ 1 bilhão — o VTE consolidou a infraestrutura e o modelo tripartite que o sustenta. A próxima etapa, segundo o governo do Quebec, é internacionalizar o ecossistema e ampliar o fluxo tecnológico com países estratégicos. A integração com o Brasil dependerá da capacidade de criar instrumentos de apoio.

Segundo Gabriel Poli, gerente de Internacionalização do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), São Paulo e outras cidades brasileiras têm muita oportunidade de levar tecnologia para outros países. “Temos oportunidade de desenvolver tecnologia em conjunto para aplicação em outros lugares, além de facilitar a vinda e ida de empresas daqui para fora.”

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