Redação TN Petróleo/Assessoria
É o que ficou claro nos dois dias do III Seminário de Segurança Operacional Offshore – S2O2, realizado pela Seção Brasil da Society of Petroleum Engineers (SPE) entre 16 e 17 de outubro, no Rio de janeiro.
Com uma programação robusta, com uma plenária e cinco sessões técnicas, o seminário reuniu um público diário em torno de 150 pessoas, entre executivos e técnicos da cadeia produtiva de óleo e gás, pesquisadores, professores e consultores, além de autoridades da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Cerca de 40 profissionais da indústria, entre operadoras, fornecedores de bens e serviços e agência regulatória, além de especialistas da academia atuaram como palestrantes e moderadores do S2O2, que se consagrou também por sua diversidade: 40% mulheres 17% negros e 7% de pessoas acima de 60 anos.
“A segurança é e deve sempre ser um valor inegociável, mas é também uma espécie de sacerdócio. Portanto, é emocionante ver um auditório lotado, com pessoas engajadas de forma genuína e abnegada, para aprender mais e construir um offshore mais seguro. O S2O2 traduz o interesse, a vontade e a busca da nossa indústria pela excelência operacional, focando na segurança das pessoas, dos ativos e do meio ambiente”, afirmou o chair executivo do S2O2, Itamar Alves (Trident Energy).
A segurança de processo foi o tema da primeira sessão, que além de boas práticas trouxe exemplos de outras indústrias. Na segunda sessão, profissionais da PRIO, Equinor, Brava Energia e da ANP, debateram sobre os vários fatores que têm impacto na gestão e integridade de ativos, bem como o ciclo de vida e gestão da extensão de vida útil.
O segundo dia foi aberto com um debate e reflexão sobre as lições aprendidas e a recorrência de eventos. “Muito mais do que reiterar os incidentes registrados na Indústria dado a não aplicação de lições anteriores, o momento de amadurecimento da nossa comunidade de segurança exige que alternativas concretas sejam avaliadas e implementadas para que se consiga quebrar este ciclo tão negativo de investigações, lições subsequentes, recomendações e ... não adoção das mesmas, levando por conseguinte a novos eventos similares”, afirmou João Rodrigues, CEO da JCA Rodrigues Engenharia, chair da sessão.
Segundo ele, não restam dúvidas que várias lições, que deveriam já fazer parte do dia a dia, não têm sido devidamente incorporadas. “A própria dinâmica e amplitude da nossa Indústria gera um extenso volume de informações a serem consideradas. Por isso debatemos como esta repetição de eventos indesejáveis pode ser combatida a partir de novos insights e reflexões, tecnologias e profissionais que levem à identificação de alternativas técnicas que resultem na mudança deste comportamento e em uma aplicação eficaz dessas lições em futuro próximo”, concluiu.
O impacto da inovação para a segurança operacional foi abordado em uma sessão que reuniu as operadoras Equinor e PRIO, a Ocyan, o Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação Leopoldo Américo Miguez de Mello - CENPES/PETROBRAS e duas empresas brasileiras de base tecnológica, ouronova e Vidya technology.
"A inovação é a base para assegurar a segurança e sustentabilidade no setor de óleo e gás, especialmente em operações de alto risco. O painel ofereceu uma oportunidade essencial para discutirmos de que forma tecnologias como gêmeos digitais, inteligência artificial e robótica podem reforçar a segurança operacional e promover a sustentabilidade. Por meio dessas soluções inovadoras, seremos capazes de melhorar a integridade dos processos, prevenir incidentes e redefinir a maneira como gerenciamos riscos”, pontuou a coordenadora de Inovação da Ocyan, Livia Savignon, que foi co-chair da sessão.
O evento se encerrou com um debate sobre um tema-chave: o fator humano. A contribuição da ergonomia, ciência que estuda a interação entre o ser humano e o ambiente, especialmente no contexto laboral e analise de confiabilidade humana, com exemplos de como ela vem sendo aplicada na Petrobras, foram abordados por especialistas do setor, em sessão conduzida por Waldir Porto, gerente de Contingência para E&P na Petrobras, e professor do Centro de Excelência em Gerenciamento de Risco e Sustentabilidade Empresarial
A terceira edição do 𝗦𝟮𝗢𝟮 teve o patrocínio da Petrobras (diamante), PRIO (ouro) e Karoon Energy (bronze), e apoio da TN - Tecnologia & Negócios.
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