E prevê investimentos de R$45 milhões em 2014.
Ascom SCGás
Criada em 25 de fevereiro de 1994, a Companhia de Gás de Santa Catarina (SCGÁS) entra em sua segunda década de existência numa posição de destaque entre as distribuidoras de gás do Brasil.
Fruto de negociações entre Brasil e Bolívia ao longo de seis décadas, o início das obras de Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), na década de 1990, deu início a uma intensa campanha de entidades catarinenses pela chegada do energético ao estado. O gasoduto que deveria ir das jazidas de extração em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, até o estado de São Paulo, ganhou um prolongamento abrangendo os estados do Sul após mobilização do governo e organizações de mercado catarinenses, comandados pelo então criado Comitê Pró-Gás da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina.
Entre os anos de 1994 e 2000, data do início de suas operações, a empresa começou a sua estruturação com funcionários cedidos pela Gaspart (hoje Mitsui), Petrobras e outros da região de Santa Catarina através de convênio com a UFSC através da FEESC (Fundação de Ensino e Engenharia de Santa Catarina), que deram início às análises de mercado, projetos executivos e obras de implantação de rede. “A rede de distribuição começou a ser construída em 1997, antes mesmo da entrega do Gasbol em Santa Catarina, de forma que o abastecimento dos primeiros clientes pôde ser iniciado poucos meses após a conclusão do Gasbol, no fim do ano de 1999. Um processo extremamente ágil”, recorda o assessor Administrativo-Financeiro e funcionário mais antigo ainda em atividade da companhia, Ricardo Santa Catarina.
Aos 14 anos de operação, a SCGÁS inicia 2014 com 1.045 km de rede própria, marca que coloca Santa Catarina na terceira posição entre as maiores malhas de gasodutos de distribuição de gás no Brasil. O estado fica atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro, cujas distribuidoras estão há mais de um século operando. “Cumprimos alguns dos desafios que nos propomos nestes primeiros 20 anos. Formamos uma empresa sólida e bem sucedida, comercializamos quase todo o contrato de suprimento inicial e construímos mais de mil quilômetros de rede. Os próximos objetivos são a interiorização da oferta e o aumento do suprimento”, avalia Cósme Polêse, presidente da SCGÁS.
A companhia conduz atualmente o maior projeto de expansão de rede do Brasil, o Projeto Serra Catarinense, que está em sua terceira fase, no trecho entre Ibirama e Rio do Sul. Este projeto prevê um investimento total de R$200 milhões, com a construção de 230 km de rede entre Indaial e Lages, percorrendo 16 municípios.
O projeto é a aposta da companhia para cumprir o seu compromisso de democratização da oferta, chegando também a regiões carentes de investimentos. “O gás natural é um uma ferramenta poderosa de desenvolvimento. Onde ele está presente, alavanca, onde não está, condena. Interiorizando a oferta nós estamos gerando emprego e renda e melhorando a vida de todos de forma sustentável”, comenta Polêse. O diretor Técnico Comercial, Oswaldo Luiz Monte, ressalta que o estado demonstrou grande afinidade com este combustível nos seus primeiros anos de presença, e que ainda há um enorme potencial de expansão. “Entramos em operação vendendo energia, algo que já estava disponível por outras fontes. O sucesso de vendas do gás no estado demonstra que a companhia soube valorizar o diferencial do gás natural. O desafio agora é expandir a oferta para o interior”, analisa Monte.
A busca de soluções para o esgotamento do contrato de fornecimento de gás junto a Petrobras é hoje a agenda prioritária da companhia. Dos 2 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural fornecidos através do Gasoduto Bolívia-Brasil, aproximadamente 1,9 milhões estão comercializados, restando uma pequena margem para expansão.
A aposta prioritária da companhia é a captação de investimentos para a instalação de um terminal regaseificação de GNL (Gás Natural Liquefeito) em um porto catarinense, que permitiria a importação de gás líquido em cilindros no mercado internacional e inserção na rede de distribuição após regaseificação. Outras alternativas existentes seriam a construção de um gasoduto submarino para transportar o gás produzido nos campos de exploração de petróleo na costa catarinense e a recompressão do Gasbol, o que aumentaria a capacidade de transporte do gasoduto. O diretor Administrativo e Financeiro da SCGÁS, Marco Patriarchi, considera que, independente da alternativa adotada, é necessário envolver tanto o poder público quanto a iniciativa privada. “Há que se desenvolver projetos mistos, de forma a não sobrecarregar um determinado setor. Creio que uma forma de captar investimentos seria investir em geração termoelétrica, que garantiria um grande consumo em menor tempo, o que baratearia o custo”, analisa.
Outra saída encontrada pela companhia para aliviar a escassez de suprimento é o desenvolvimento de projetos de geração de biogás. Atualmente estão sendo conduzidos quatro projetos de gás renovável, em Concórdia (dejetos suínos), Braço do Norte (dejetos suínos), Pomerode (resíduos do jardim zoológico) e Biguaçu (aterro sanitário), todos em fase de finalização de projetos e negociação com investidores. Cósme Polêse defende que o biogás é, além de solução de suprimento, uma forma de resolver graves problemas ambientais de Santa Catarina. “Não é mais admissível que em um estado civilizado como o nosso nós desprezemos excrementos de animais e resíduos urbanos para virarem poluição em vez de energia, num momento em que o gás está escasso”, lembra o dirigente, destacando também o fato de que o modelo de negócio pode ser uma alavanca de transformação social, aumentando a lucratividade da agricultura familiar e contribuindo para a manutenção do homem no campo.
SCGÁS em números
20 anos de fundação – desde 25 de fevereiro de 1994
14 anos de operação – abril de 2000, com a ligação da indústria Döhler, de Joinville
1.045 km de rede de distribuição de gás natural
Expectativa de construção de 40 km de rede em 2014
Média aproximada de 1.900.000 m³/dia de gás natural distribuídos
6.665.604.517 m³ de gás naturaldistribuídos desde sua fundação até janeiro de 2014
Distribuição de gás natural por segmento:
82,5% Industrial
16,5% Automotivo (GNV)
0,8% Comercial
0,2% Residencial
Orçamento bruto previsto para 2014: R$734 milhões
Investimentos em 2014: R$45 milhões
167 colaboradores
218 clientes industriais
118 clientes comerciais
5.202 unidades residenciais atendidas
136 postos GNV (inclui atendimento por cilindros de gás comprimido)
93.070 automóveis em Santa Catarina com kit GNV
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