Energia

Retomada de térmicas anima setor de carvão

Empresas estudam projetos para o leilão A-5.

Diário do Nordeste
27/05/2013 15:35
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A retomada da contratação das termelétricas reanimou a indústria de carvão. A Tractebel, a maior geradora privada do país, e a MPX, do empresário Eike Batista, são algumas das empresas que estudam incluir projetos no leilão de energia nova A-5 deste ano, que contratará a demanda das distribuidoras em 2018. O leilão também poderá culminar em novos investimentos na expansão da capacidade de produção de carvão mineral.
É o caso da estatal gaúcha Companhia Riograndense de Mineração (CRM). Fornecedora de 3,3 milhões de toneladas por ano de carvão para a térmica Candiota (RS), da Eletrobrás CGTEE, a companhia avalia investir R$ 200 milhões para ampliar em quase 2 milhões de toneladas ao ano sua produção, caso feche novos contratos para os projetos do leilão. O presidente da CRM, Elifas Simas, revelou que negocia o fornecimento de carvão a um empreendimento da Tractebel e outros dois da MPX, no Rio Grande do Sul. Os dois projetos da MPX somam 1,320 mil MW de capacidade instalada, e a CRM negocia para se tornar "fornecedora backup" de carvão para as térmicas. Já o projeto da Tractebel é de uma usina de 350 MW, e a estatal seria a fornecedora principal. A CRM também foi procurada pela CTSul para discutir o suprimento a uma usina de 650 MW em Cachoeira do Sul (RS).
Segundo Simas, o carvão que abastecerá as novas usinas virá da mina a céu aberto de Candiota, a maior jazida brasileira. O presidente da Empresa de Pesquisa (EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou que o carvão desse tipo de mina é o mais competitivo para geração de energia pelo baixo custo. A fase III de usina Candiota, que entrou em operação comercial em 2011, tem custo de geração de R$ 54,99/MWh, um dos mais baixos entre as térmicas em operação no setor elétrico brasileiro.
Carvão x Matriz limpa
Para Tolmasquim, o fato de o Brasil ter retomado a contratação das térmicas não significa que o país não terá matriz limpa.
"As fontes renováveis representam entre 80% e 90% da matriz", disse. Segundo ele, se o governo tivesse de escolher entre uma usina a gás natural e uma a carvão, escolheria o projeto a gás pelo baixo custo e impacto ambiental menor.
Energia limpa adiada
A justificativa para o uso do carvão vem do abastecimento de eletricidade, que está comprometido e fez o governo federal, por ora, abrir mão da expansão da matriz energética com base apenas em fontes limpas.
A tendência ficou clara quando a EPE excluiu as usinas eólicas do leilão de energia nova, que contratará a demanda das distribuidoras em 2018 (A-5), marcado para agosto. Isso foi significativo porque o leilão A-5 aponta a direção da expansão da matriz no país.
"Esse é o momento de equilibrarmos a matriz e darmos mais espaço para as térmicas", afirmou Tolmasquim.
Eólicas apostam no mercado livre
Com o espaço reduzido nos leilões do governo, a indústria da energia eólica pode encontrar na autoprodução e no mercado livre oportunidades para desenvolver projetos. A expressiva queda do preço de geração eólica a partir de 2009 chamou a atenção das grandes indústrias, que buscam reduzir as despesas com energia.
O que se observa hoje é um setor mais otimista. Ao transformar a energia barata das hidrelétricas amortizadas da Cesp, da Copel, da Eletrobrás e da Cemig em cotas e repassá-las às distribuidoras, o governo diminuiu a oferta para os consumidores livres. "O número de "players" no mercado livre foi reduzido", afirma o diretor financeiro e de relações com investidores da Renova Energia, Pedro Pileggi. A Renova é o veículo de investimentos em energias renováveis da Light, controlada pela Cemig. Segundo o executivo, esse movimento provocou uma mudança estrutural no mercado.
Financiamento
Mas o grande desafio para os projetos eólicos é equacionar o financiamento. O BNDES exige contratos de venda de energia de longo prazo, em torno de 16 anos. Isso contraria a lógica das grandes indústrias, que preferem contratos de menor prazo. Para superar o entrave, a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Élbia Melo, diz que os produtores independentes estão buscando acordos de venda de energia para os grupos de maior porte, para viabilizar o financiamento.

A retomada da contratação das termelétricas reanimou a indústria de carvão. A Tractebel, a maior geradora privada do país, e a MPX, do empresário Eike Batista, são algumas das empresas que estudam incluir projetos no leilão de energia nova A-5 deste ano, que contratará a demanda das distribuidoras em 2018. O leilão também poderá culminar em novos investimentos na expansão da capacidade de produção de carvão mineral.


É o caso da estatal gaúcha Companhia Riograndense de Mineração (CRM). Fornecedora de 3,3 milhões de toneladas por ano de carvão para a térmica Candiota (RS), da Eletrobrás CGTEE, a companhia avalia investir R$ 200 milhões para ampliar em quase 2 milhões de toneladas ao ano sua produção, caso feche novos contratos para os projetos do leilão. O presidente da CRM, Elifas Simas, revelou que negocia o fornecimento de carvão a um empreendimento da Tractebel e outros dois da MPX, no Rio Grande do Sul. Os dois projetos da MPX somam 1,320 mil MW de capacidade instalada, e a CRM negocia para se tornar "fornecedora backup" de carvão para as térmicas. Já o projeto da Tractebel é de uma usina de 350 MW, e a estatal seria a fornecedora principal. A CRM também foi procurada pela CTSul para discutir o suprimento a uma usina de 650 MW em Cachoeira do Sul (RS).


Segundo Simas, o carvão que abastecerá as novas usinas virá da mina a céu aberto de Candiota, a maior jazida brasileira. O presidente da Empresa de Pesquisa (EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou que o carvão desse tipo de mina é o mais competitivo para geração de energia pelo baixo custo. A fase III de usina Candiota, que entrou em operação comercial em 2011, tem custo de geração de R$ 54,99/MWh, um dos mais baixos entre as térmicas em operação no setor elétrico brasileiro.



Carvão x Matriz limpa


Para Tolmasquim, o fato de o Brasil ter retomado a contratação das térmicas não significa que o país não terá matriz limpa.


"As fontes renováveis representam entre 80% e 90% da matriz", disse. Segundo ele, se o governo tivesse de escolher entre uma usina a gás natural e uma a carvão, escolheria o projeto a gás pelo baixo custo e impacto ambiental menor.



Energia limpa adiada


A justificativa para o uso do carvão vem do abastecimento de eletricidade, que está comprometido e fez o governo federal, por ora, abrir mão da expansão da matriz energética com base apenas em fontes limpas.


A tendência ficou clara quando a EPE excluiu as usinas eólicas do leilão de energia nova, que contratará a demanda das distribuidoras em 2018 (A-5), marcado para agosto. Isso foi significativo porque o leilão A-5 aponta a direção da expansão da matriz no país.


"Esse é o momento de equilibrarmos a matriz e darmos mais espaço para as térmicas", afirmou Tolmasquim.



Eólicas apostam no mercado livre


Com o espaço reduzido nos leilões do governo, a indústria da energia eólica pode encontrar na autoprodução e no mercado livre oportunidades para desenvolver projetos. A expressiva queda do preço de geração eólica a partir de 2009 chamou a atenção das grandes indústrias, que buscam reduzir as despesas com energia.


O que se observa hoje é um setor mais otimista. Ao transformar a energia barata das hidrelétricas amortizadas da Cesp, da Copel, da Eletrobrás e da Cemig em cotas e repassá-las às distribuidoras, o governo diminuiu a oferta para os consumidores livres. "O número de "players" no mercado livre foi reduzido", afirma o diretor financeiro e de relações com investidores da Renova Energia, Pedro Pileggi. A Renova é o veículo de investimentos em energias renováveis da Light, controlada pela Cemig. Segundo o executivo, esse movimento provocou uma mudança estrutural no mercado.


Financiamento


Mas o grande desafio para os projetos eólicos é equacionar o financiamento. O BNDES exige contratos de venda de energia de longo prazo, em torno de 16 anos. Isso contraria a lógica das grandes indústrias, que preferem contratos de menor prazo. Para superar o entrave, a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Élbia Melo, diz que os produtores independentes estão buscando acordos de venda de energia para os grupos de maior porte, para viabilizar o financiamento.

 

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