Pré-Sal
A Petrobras vai ceder, a partir de novembro, duas sondas que estão hoje no pré-sal para que a ANP (Agência Nacional do Petróleo) inicie os estudos em áreas ainda da União, localizadas na Bacia de Santos. Com isso, a empresa convenceu a agência a prorrog
Folha de S. PauloA Petrobras vai ceder, a partir de novembro, duas sondas que estão hoje no pré-sal para que a ANP (Agência Nacional do Petróleo) inicie os estudos em áreas ainda da União, localizadas na Bacia de Santos. Com isso, a empresa convenceu a agência a prorrogar os prazos para a exploração de três blocos no pré-sal que iriam vencer entre 2009 e 2012.
Uma das sondas que atenderão a ANP (uma plataforma) está, segundo boletim da agência, em Tupi. A outra, um navio, não consta do boletim mas, em junho, havia sido deslocada para perfurar o bloco BM-S-9, conhecido como Carioca.
O objetivo do trabalho da ANP é levantar informações para melhor conhecimento das camadas de solo que formam as bacias sedimentares onde há depósito de petróleo e gás.
“As perfurações ocorrerão no coração do pré-sal, em uma região localizada entre os limites dos Estados do Rio e de São Paulo. Não vamos produzir petróleo, mas aumentar o conhecimento sobre o pré-sal”, afirma a diretora da ANP Magda Chambriand.
Segundo a diretora, um grupo de 12 pessoas, seis da Petrobras e seis da ANP, já está formado e começará a discutir onde as sondas perfurarão. A palavra final será da ANP. Já a operação das sondas fica a cargo dos funcionários da Petrobras.
Sobre um possível conflito de interesses, já que a Petrobras poderia ter acesso a informações privilegiadas, Chambriand afirmou que isso não ocorrerá. “Os dados obtidos pela ANP se tornarão públicos imediatamente”, afirmou.
Ressarcimento
As sondas usadas estão alugadas em nome da Petrobras, explica a diretora da ANP. A empresa será ressarcida pelo trabalho que fará para a agência com o dinheiro que, por lei, as empresas devem investir nas áreas de pesquisa e desenvolvimento.
Esse dinheiro é gerado nos poços de alta produtividade, que pagam as chamadas participações especiais. As operadoras desses poços devem destinar 1% do faturamento a Pesquisa e Desenvolvimento. Desse percentual, metade deve ser usada conforme determinação da ANP. O aluguel de uma sonda custa, no mínimo, US$ 300 mil por dia.
A Petrobras alegou que cedeu as sondas por conta da falta de equipamentos no mercado mundial e para conseguir prorrogar o prazo dos blocos que tem no pré-sal.
Em um deles, o BM-S-17, o prazo se encerraria este ano, e passou para 2012. Em outros dois, BM-S-50 e BM-S-51, acabaria em 2012 e, agora, passou para 2015.
Tanto o BM-S-51 quanto o BM-S-50 estão próximos a uma área onde já houve descoberta de petróleo, a BM-S-52, conhecida como Corcovado e explorada pela BG em parceria com a Petrobras (que tem 40% do consórcio).
Nesta mesma área de Corcovado, porém, a BG anunciou, há pouco mais de um mês, que uma segunda perfuração feita não encontrou petróleo.
Também foram estendidos os prazos de exploração em outras 16 áreas.
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