A participação do petróleo na demanda de energia dos países da América Latina vai diminuir de 42% para 35% até 2018. Essa retração será compensada principalmente pelo incremento da participação do gás natural, que passará de 26% para 32% para as áreas de indústria, transporte e geraç
Agência BrasilA participação do petróleo na demanda de energia dos países da América Latina vai diminuir de 42% para 35% até 2018. Essa retração será compensada principalmente pelo incremento da participação do gás natural, que passará de 26% para 32% para as áreas de indústria, transporte e geração elétrica. A hidroenergia deve passar de 9% para 15% para a produção de eletricidade e os biocombustíveis, de 1% para 3%.
Os dados foram apresentados hoje (19) pelo secretário executivo da Organização Latino-Americana de Energia, Carlos Florez, durante o Fórum Global de Energias Renováveis, em Foz do Iguaçu (PR).
Segundo ele, a estimativa é que até 2018 a demanda de energia na região crescerá 73%. Atualmente, a América Latina e o Caribe utilizam 21% de sua capacidade de geração hidrelétrica e 4,2% da capacidade de outras energias renováveis.
“A região tem vastos recursos energéticos, mas eles não estão distribuídos de maneira uniforme. Para seu melhor aproveitamento e segurança, é importante a aplicação de políticas energéticas que impulsionem os projetos de integração regional”, defende Florez.
De acordo com ele, é preciso que a região diversifique sua matriz energética, além de desenvolver estratégias que promovam políticas integrais para a sustentabilidade e segurança energética. “A energia mais econômica é a aquela que não se consume e a mais cara é aquela que não se tem”, avalia.
Para Florez, a participação da produção de biocombustíveis contribui para a economia e a diversificação da matriz energética de alguns países da região e pode ajudar como uma alternativa para cobrir suas necessidades energéticas.
Uma das maneiras de melhorar a eficiência energética da região, segundo ele, é utilizar transporte de massa com energias limpas. “É preciso superar a cultura das pessoas em relação ao uso dos veículos particulares. Está se transportando uma pessoa em um veículo de alto consumo, temos que mudar a mentalidade”, defendeu.
Europa quer aumentar de 10% para 20% o uso
Os países da União Européia deverão ter em breve uma lei para estimular o uso de energias renováveis no continente. A informação foi dada pela secretária-geral do Conselho Europeu de Energias Renováveis, Christine Lins. Segundo ela, a lei vai determinar os objetivos do uso desse tipo de energia, assim como determinar planos estratégicos para atingir as metas.
Na Europa, cerca de 10% da demanda de energia é suprida por fontes de energias renováveis. A previsão é que esse percentual chegue a 20% em 2020. “O compromisso é de melhorar a eficiência de todos os países no uso de energia renováveis”, disse a secretária.
No Brasil, cerca de 46% da matriz energética é formada por energias renováveis, incluindo a hidráulica. Segundo o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura, a média mundial do uso desse tipo de energia é de 13%.
Ele lembra que, com a alta do preço do petróleo e os problemas ambientais causados pelo uso de combustíveis fósseis, é preciso se pensar em aumentar o uso de energias renováveis. “O preço do barril de petróleo é um sinal de que a sociedade deverá buscar outras opções para atender as suas necessidades”, ressaltou.
O diretor da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Onudi) Dmitri Piskounov disse que 1,6 bilhão de pessoas em todo o mundo não têm acesso à eletricidade. Segundo ele, o biodiesel não é a solução para todos os problemas.
“Se todos se jogarem de cabeça para a produção desse combustível, talvez não seja a saída”. Para Piskounov, cada país deve procurar, dentro de suas condições, como utilizar os biocombustíveis na matriz energética.
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