Começou no mês de agosto a dragagem de aprofundamento do canal de acesso ao Porto de Itaguaí, que teve seu tempo de obra reduzido de dez para quatro meses. Até novembro, duas dragas belgas, a Pearl River (a maior em operação no Brasil) e a Breydel - da empresa Dragabrás - vão retirar 5 milhões de metros cúbicos de sedimentos. A dragagem é uma obra da Secretaria de Portos (SEP), prevista no Programa Nacional de Dragagem (PND), que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Está orçada em R$ 79,89 milhões. O PND conta hoje com três obras concluídas (Recife, Rio Grande, 1ª fase de Itaguaí e Angra) e 10 em andamento (Santos, Rio de Janeiro, Suape, Natal, Aratu, Salvador, S. F. Sul, Cabedelo, Fortaleza, Itaguaí).
O projeto de dragagem é acompanhado por um programa de gerenciamento ambiental conduzido pela Fundação Coppetec/UFRJ, por meio do Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (Ivig). O objetivo é avaliar o grau de interferência da obra no meio ambiente e dar apoio às ações de controle, monitoramento e prevenção dos impactos ambientais gerados pelas obras de dragagem.
O trabalho prevê: o monitoramento da qualidade da água nas áreas de dragagem e de disposição oceânica (local em alto-mar definido pelo órgão ambiental para despejo do material retirado pela draga), antes, durante e depois da dragagem; o Programa de Educação Ambiental, no qual são treinados os tripulantes estrangeiros das duas dragas, funcionários de Docas, dos operadores privados do porto e os trabalhadores portuários avulsos; e um programa de comunicação e responsabilidade social que mantém a população do entorno do projeto e a sociedade em geral informados sobre o andamento das obras.
Equipamentos potentes - Ambos os equipamentos que operam nesta obra são considerados máquinas de última geração superpotentes. A draga Pearl River tem capacidade de sugar do solo marinho 24.100 mil metros cúbicos de sedimentos, enquanto a Breydel suporta a sucção de nove mil metros cúbicos. Com o aumento da profundidade do canal de acesso – que é a continuidade da obra concluída em 2009 – o porto passará dos atuais 14 metros para 17,5 metros.
A dragagem também permitirá a redução de seis para duas horas o tempo de atracação dos navios. Um novo cenário que ajudará a ampliar a capacidade de escoamento dos operadores privados do terminal. A estimativa é que o Porto de Itaguaí – que atualmente movimenta cerca de 300 mil TEUs por ano (1 TEU equivale a um contêiner de seis metros de comprimento) – aumente em até 50% a capacidade.