Custos chegam a US$ 18 bilhões.
Agência Câmara
Durante audiência pública na Câmara dos Deputados, a presidente da Petrobras, Graça Foster, foi questionada sobre outras compras e licitações da Petrobras, além da refinaria de Pasadena (EUA). A presidente da estatal, Graça Foster, disse que a construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, não pode ser analisada individualmente, mas no conjunto do parque de refino da estatal.
“Na análise, tantos as térmicas quanto as refinarias são unidade geradora de caixa, não olhamos o resultado individual de cada refinaria. Esse conjunto, Petrobras refino, quando coloca Comperj [Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro] e outras não se justifica perda de valor”, afirmou Foster.
O líder do PSDB, deputado Antônio Imbassahy (BA), questionou se a refinaria de Abreu e Lima foi um bom negócio. O custo inicial da obra saltou de mais 2,5 bilhões de dólares para cerca de US$18 bilhões.
“O grande problema está em Abreu e Lima. Isso não tem explicação e precisa de muita averiguação”, disse o líder do Psol, deputado Ivan Valente (SP).
Okinawa
Outra aquisição questionada foi a de Okinawa, no Japão, que teve 87,5% adquiridos em 2008 por cerca de US$ 50 milhões, tendo a mesma capacidade de produção que Pasadena (EUA), de 100 mil barris por dia. Os 12,5% restantes foram comprados em 2010.
“Há restrições [ambientais e regras de segurança impostas pelo Japão] que impedem Okinawa fazer 100 mil barris por dia. Consideramos a metade de Okinawa e isso parecia interessante”, disse Foster. Segundo ela, não é possível comparar o valor de Okinawa e Pasadena em particular por causa da localização privilegiada da refinaria norte-americana.
O líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), questionou se as decisões da empresa na gestão de Fernando Henrique Cardoso, foram ou não um bom negócio, em estratégia para mostrar a variação do cenário mundial na avaliação dos negócios. “As térmicas foram consideradas um mau negócio, hoje são um bom negócio. Depende de quanto chove”, respondeu Foster.
Erro de funcionário
Graça Foster não quis dizer quem seria o funcionário apontado por Dilma Rousseff por fazer a estatal ter a imagem manchada. “Não vou dar o nome do funcionário, não poderia”, disse. Dilma afirmou, na segunda-feira (28) que é “injusto manchar dessa maneira a imagem da empresa que mais investe no Brasil”.
Deputados questionaram quem seria o funcionário, supondo que ele seria o ex-diretor da área internacional da estatal Nestor Cerveró. A área era responsável pelo resumo executivo usado pela diretoria da empresa e pelo conselho de administração da Petrobras para a compra de Pasadena. O resumo, segundo Foster, estava sem as cláusulas put-option (opção de saída) e Marlim, que para a presidente Dilma Rousseff, então presidente do conselho de administração, eram essenciais para avaliar a aquisição.
Foster afirmou que a decisão de análise de aquisições pelo conselho de administração é de 1999. Segundo ela, na época também a diretoria da estatal recebia apenas esse resumo. “Agora para a diretoria vão todos os documentos relacionados e os anexos. O resumo executivo não é uma direção nova”.
Lava Jato
Perguntada sobre sua relação com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa preso na operação Lava Jato da Polícia Federal, deflagrada em março, Foster disse apenas que tinha relação profissional com ele. “Conheço o Paulo Roberto Costa de longa data, é um colega de diretoria. É preciso apurar, só o tempo dirá mais sobre isso”.
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