Pesquisa

Novos laboratórios da USP buscam soluções para captura de CO2 no pré-sal e estocagem de energia solar

Redação TN Petróleo/Assessoria
03/11/2021 10:49
Novos laboratórios da USP buscam soluções para captura de CO2 no pré-sal e estocagem de energia solar Imagem: Divulgação Visualizações: 1691 (0) (0) (0) (0)

Cientistas ligados ao Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) estão desenvolvendo soluções para o armazenamento de energia solar e também para a captura e injeção de dióxido de carbono (CO2) nas profundezas do pré-sal durante a extração de gás natural.

O RCGI é um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído por FAPESP e Shell na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).

Essas inovações decorrem da criação de dois novos laboratórios – de Separação Supersônica e de Simulação Solar–, ambos instalados no Laboratório de Sistemas Energéticos Alternativos e Renováveis da Poli-USP. Eles receberam investimento de R$ 2 milhões da FAPESP e da Shell.

No Laboratório de Separação Supersônica, uma equipe de mais de dez pesquisadores desenvolveu um dispositivo para a separação do dióxido de carbono presente no gás natural. “No pré-sal, o CO2 fica misturado com o gás natural. É necessário separá-los antes de virem à superfície. O dióxido de carbono é um ‘peso morto’ nesse processo; não coopera em nada do ponto de vista energético”, conta José Roberto Simões Moreira, professor da Poli-USP.

Simões explica que já existem várias técnicas consagradas para a separação de CO2 do gás natural, mas apresentam um ponto desfavorável importante. “Elas geralmente precisam de altas taxas de compressão e, com isso, geram uma demanda energética muito alta nas máquinas compressoras. Além disso, as tecnologias de separação convencionais exigem investimentos elevados. A separação supersônica não chega a ser totalmente passiva do uso de energia, mas demanda muito menos energia e o custo é uma fração dos sistemas atuais”, diz o professor.

Além de cálculos, simulações e testes, os pesquisadores do RCGI desenvolveram um dispositivo, já patenteado, para que a separação supersônica seja realizada, e o CO2, reinjetado no subsolo marinho. “Nosso equipamento acelera a mistura de gases em velocidades de escala sônica ou supersônica. Com essa aceleração, a temperatura da mistura gasosa cai a ponto de ocorrer uma mudança de fase: o CO2 se torna líquido ou sólido e o gás natural continua em seu estado gasoso, o que permite separá-los com mais facilidade”, explica.

Armazenamento de energia solar

Outro projeto em andamento tem por objetivo o armazenamento químico da energia solar. “Um dos problemas da energia elétrica fotovoltaica é como armazená-la para o seu uso nos horários em que não há incidência solar. A solução mais comum é o uso de baterias elétricas, mas também é possível obter o armazenamento químico, por meio de reações químicas, como as que estamos estudando”, conta Moreira.

Nesse novo laboratório os pesquisadores estão desenvolvendo um simulador solar com o uso de lâmpadas de xenônio, cuja luminosidade incide sobre uma superfície em formato de parábola e é refletida em um ponto focal onde está instalado um reator termoquímico.

Segundo o docente da Poli, o “objetivo é fazer uma superfície paraboloide que concentre os raios solares em um determinado ponto. Com isso é possível alcançar temperaturas muito elevadas, a cerca de 1.000 °C, e promover reações termoquímicas que produzem combustíveis solares, sobretudo monóxido de carbono e gás hidrogênio, também chamado de gás de síntese”.

Após os testes com lâmpadas de xenônio, o projeto prevê a construção de um equipamento fora do laboratório, que atue com a incidência de luz solar.

De acordo com Moreira, a produção e o armazenamento dos gases combustíveis poderão ser bastante competitivos para fins industriais e comerciais. “Para residências, essa tecnologia não seria muito adequada por causa de tamanho e custos operacionais”, diz.

*Com informações da Assessoria de Comunicação do RCGI..
 
 

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Fertilizantes
Petrobras conclui licitação de operação e manutenção par...
16/09/25
Etanol
Indicador do hidratado interrompe sete semanas de alta
16/09/25
Paraná
Smart Energy 2026 é confirmada para 21 a 23 de setembro
16/09/25
Estudos geológicos
Cláusula de P,D&I viabiliza projeto que fortalece pesqui...
15/09/25
Combustíveis
ANP aprova projeto-piloto com novo equipamento para fisc...
15/09/25
PD&I
Sensor desenvolvido na Unicamp e UnB avança em testes in...
15/09/25
Evento
ABPIP realiza encontro SMS Oil&Gas com foco em liderança...
15/09/25
Combustíveis
Etanol fecha semana com alta do anidro e leve queda do h...
15/09/25
Internacional
Petrobras informa sobre participação em bloco exploratór...
12/09/25
Revap
Parada de manutenção da Revap tem investimento de R$ 1 b...
12/09/25
Rio Pipeline & Logistics 2025
Evento recebeu cerca de 11 mil visitantes, um cresciment...
12/09/25
PD&I
RCGI-USP avança em célula a combustível que opera direto...
12/09/25
São Paulo
Em seu terceiro dia, FIEE debate eficiência, flexibilida...
12/09/25
Energias Renováveis
Pela primeira vez, energia solar e eólica geram mais de ...
12/09/25
Rio Pipeline & Logistics 2025
Shape Digital apresenta ao setor de óleo e gás mais uma ...
12/09/25
Paraná
Compagas lidera avanços no mercado livre de gás
12/09/25
Rio Pipeline & Logistics 2025
Projetos offshore ampliar segurança energética no Brasil...
11/09/25
Rio Pipeline & Logistics 2025
Mulheres no Midstream: painel reúne histórias inspirador...
11/09/25
PPSA
Com 176,5 mil bpd, produção de petróleo e gás natural da...
11/09/25
Rio Pipeline & Logistics 2025
Exposição da Rio Pipeline 2025 destaca inovações em ener...
11/09/25
Rio Pipeline & Logistics 2025
Tanacas comemora 25 anos com lançamento do Retificador I...
11/09/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

23