Energia

Licença ambiental pode atrasar leilão da usina São Manoel

Hidrelétrica terá 700 megawatts.

Valor Econômico
18/06/2013 11:32
Visualizações: 486

 

O governo está com dificuldades para tocar seu plano para a área energética. O maior empreendimento hidrelétrico que o governo pretende leiloar até o fim deste ano, a usina de São Manoel, prevista para o rio Teles Pires, tem chances mínimas de entrar, de fato, na disputa marcada para dezembro pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
A usina de 700 megawatts, prevista para ser erguida na divisa dos Estados do Mato Grosso e Pará, está com seu processo de licenciamento ambiental inativo no Ibama, conforme apurou o 'Valor'. A retomada desse processo de licenciamento vinha sendo ensaiada pelo governo nos últimos meses, mas os planos foram interrompidos devido a uma série de protestos indígenas que se espalharam pelo país.
São Manoel tem precedentes. Em outubro de 2011, sete servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da EPE foram mantidos como reféns em uma das aldeias da terra kayabi. O governo afirma que a usina não afeta diretamente terras indígenas demarcadas, situação que impossibilitaria a hidrelétrica de ir à leilão. Segundo a EPE, o projeto está previsto para uma área que fica a menos de 2 km do limite declarado da terra kayabi. Os índios, no entanto, garantem que a barragem alagaria suas terras e mexeria diretamente com comunidades que vivem nas margens do Teles Pires.
Em entrevista ao 'Valor', o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, admitiu os conflitos indígenas dificultam o licenciamento de São Manoel. No balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciada na semana passada, o governo afirma que serão realizadas audiências públicas até o dia 30 de julho. Tolmasquim já descarta esse prazo. "Queremos fazer a audiência pública de São Manoel a tempo de a usina ir a leilão em dezembro, mas isso não vai ocorrer em julho, o cenário está complicado", comentou. "Estamos esperando essa situação se acalmar um pouco, para fazer a audiência em um momento menos conflituoso. Hoje esse encontro não tem data para acontecer", disse.
Apesar das dificuldades, Tolmasquim afirma que o governo vai garantir a oferta de usinas hidrelétricas menores para os dois leilões deste ano e que, no segundo semestre do ano que vem, vai leiloar a usina de São Luiz do Tapajós, último grande projeto hidrelétrico planejado pelo governo para a região amazônica.
Para conseguir colocar uma usina hidrelétrica em leilão, o governo precisa obter, antecipadamente, a licença prévia ambiental daquele empreendimento. Essa exigência funciona como uma garantia para o investidor, porque atesta a viabilidade socioambiental e econômica do negócio. É diferente do modelo aplicado, por exemplo, em um leilão de ferrovia, porto ou rodovia, em que a obrigação de licenciamento ambiental prévio cabe ao empreendedor que vencer a disputa pelo negócio que assumiu.
São Manoel foi incluída no plano decenal de expansão de energia como uma das usinas que deveriam iniciar sua geração em 2015. Se for leiloada no fim deste ano, a usina, orçada em R$ 2,2 bilhões, ficaria pronta somente em 2018.

O governo está com dificuldades para tocar seu plano para a área energética. O maior empreendimento hidrelétrico que o governo pretende leiloar até o fim deste ano, a usina de São Manoel, prevista para o rio Teles Pires, tem chances mínimas de entrar, de fato, na disputa marcada para dezembro pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).


A usina de 700 megawatts, prevista para ser erguida na divisa dos Estados do Mato Grosso e Pará, está com seu processo de licenciamento ambiental inativo no Ibama, conforme apurou o 'Valor'. A retomada desse processo de licenciamento vinha sendo ensaiada pelo governo nos últimos meses, mas os planos foram interrompidos devido a uma série de protestos indígenas que se espalharam pelo país.


São Manoel tem precedentes. Em outubro de 2011, sete servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da EPE foram mantidos como reféns em uma das aldeias da terra kayabi. O governo afirma que a usina não afeta diretamente terras indígenas demarcadas, situação que impossibilitaria a hidrelétrica de ir à leilão. Segundo a EPE, o projeto está previsto para uma área que fica a menos de 2 km do limite declarado da terra kayabi. Os índios, no entanto, garantem que a barragem alagaria suas terras e mexeria diretamente com comunidades que vivem nas margens do Teles Pires.


Em entrevista ao 'Valor', o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, admitiu os conflitos indígenas dificultam o licenciamento de São Manoel. No balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciada na semana passada, o governo afirma que serão realizadas audiências públicas até o dia 30 de julho. Tolmasquim já descarta esse prazo. "Queremos fazer a audiência pública de São Manoel a tempo de a usina ir a leilão em dezembro, mas isso não vai ocorrer em julho, o cenário está complicado", comentou. "Estamos esperando essa situação se acalmar um pouco, para fazer a audiência em um momento menos conflituoso. Hoje esse encontro não tem data para acontecer", disse.


Apesar das dificuldades, Tolmasquim afirma que o governo vai garantir a oferta de usinas hidrelétricas menores para os dois leilões deste ano e que, no segundo semestre do ano que vem, vai leiloar a usina de São Luiz do Tapajós, último grande projeto hidrelétrico planejado pelo governo para a região amazônica.


Para conseguir colocar uma usina hidrelétrica em leilão, o governo precisa obter, antecipadamente, a licença prévia ambiental daquele empreendimento. Essa exigência funciona como uma garantia para o investidor, porque atesta a viabilidade socioambiental e econômica do negócio. É diferente do modelo aplicado, por exemplo, em um leilão de ferrovia, porto ou rodovia, em que a obrigação de licenciamento ambiental prévio cabe ao empreendedor que vencer a disputa pelo negócio que assumiu.


São Manoel foi incluída no plano decenal de expansão de energia como uma das usinas que deveriam iniciar sua geração em 2015. Se for leiloada no fim deste ano, a usina, orçada em R$ 2,2 bilhões, ficaria pronta somente em 2018.

 

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Etanol
Hidratado e anidro fecham a semana valorizados
17/11/25
COP30
Setor de óleo e gás usa tecnologia para acelerar a desca...
15/11/25
COP30
Encontro promovido pelas distribuidoras de energia elétr...
15/11/25
COP30
Fórum do IBP debate novas tecnologias e desafios na insp...
14/11/25
Apoio Offshore
Svitzer Copacabana chega para fortalecer operações de GN...
14/11/25
BRANDED CONTENT
Merax, 20 anos de confiança em soluções que movem o seto...
14/11/25
Mossoró Oil & Gas Energy 2025
Mossoró Oil & Gas Energy terá debates estratégicos em 10...
14/11/25
COP30
IBP promove painéis sobre descarbonização, metas globais...
14/11/25
Eólica Offshore
Japão e Sindienergia-RS: em visita a Porto Alegre, embai...
14/11/25
Bacia de Campos
Novo prazo de recebimento de propostas para o FPSO do pr...
14/11/25
Royalties
Participação especial: valores referentes à produção do ...
14/11/25
COP30
Indústria brasileira de O&> atinge padrões de excelência...
14/11/25
Pré-Sal
União aumenta sua participação na Jazida Compartilhada d...
14/11/25
COP30
Líderes e negociadores da COP30 receberão cartas de 90 a...
13/11/25
Energia Elétrica
Projeto Meta II: CCEE e PSR apresentam proposta para mod...
13/11/25
COP30
ANP participa do evento e avança em medidas para a trans...
13/11/25
Nova marca
ABPIP moderniza identidade visual e reforça alinhamento ...
13/11/25
Firjan
Enaex 2025 debate reindustrialização, competitividade do...
13/11/25
Entrevista
Rijarda Aristóteles defende protagonismo feminino na era...
13/11/25
COP30
IBP defende setor de O&> como parte da solução para desc...
13/11/25
COP30
Transpetro recebe o Selo Diamante do Ministério de Porto...
13/11/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.