Entidade também espera a implementação dos vetos derrubados pelo Congresso Nacional na Lei 14300/2022 e melhor planejamento na área de transmissão de energia para usinas renováveis, bem como busca isonomia de tratamento para os empreendimentos fotovoltaicos participarem de leilões
Redação TN Petróleo/AssessoriaO presidente do conselho da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), Ronaldo Koloszuk, acaba de fazer um pronunciamento contundente que cobra do governo federal e autoridades públicas do setor elétrico uma série de medidas em favor do desenvolvimento da fonte solar no País e do barateamento da conta de luz de todos os consumidores brasileiros.
Em discurso hoje (23/8) na cerimônia de abertura da Intersolar South America 2022 em São Paulo (SP), maior evento global do setor de energia solar e que reúne mais de 30 mil empresários e empreendedores que atuam no segmento no Brasil, além de autoridades públicas e representantes de classe, Koloszuk defendeu a inclusão correta e justa dos benefícios da energia solar nas diretrizes do marco legal da geração própria de energia nas diretrizes a serem divulgadas pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), a partir da qual a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) fará os cálculos efetivamente.
A entidade trabalha para garantir que a geração própria de energia seja tratada de forma justa e equilibrada, conforme determina a Lei 14300/2022 (marco legal do setor), e que seus benefícios sejam corretamente valorados e incluídos nas diretrizes e consolidados pelo Ministério de Minas e Energia (MME), considerando a contribuição robusta e técnica enviada pela associação na consulta pública sobre o tema.
A ABSOLAR também cobra a implementação dos vetos derrubados pelo Congresso Nacional na Lei 14300/2022, que abre espaço para mais opções de financiamento e redução de custos para geração própria de energia solar. O presidente da entidade também reforçou a necessidade de estabelecer um melhor planejamento por parte das autoridades na área de transmissão de energia para usinas renováveis, bem como isonomia de tratamento para os empreendimentos fotovoltaicos participarem de leilões do governo federal.
Segundo o dirigente, há um grande descontentamento do setor fotovoltaico no País com o Ministério de Minas e Energia, diante da exclusão da fonte solar do leilão A-6 de 2022, marcado para acontecer em 16 de setembro deste ano, que não prevê a oferta de produtos para a energia solar.
“É preciso que as autoridades do governo garantam isonomia entre as fontes de energia nos leilões e incluam os projetos fotovoltaicos, justamente por se tratarem de empreendimentos com preços altamente competitivos e que podem ajudar a reduzir a conta de luz dos consumidores. Não há justificativa técnica e nem econômica para deixar a solar de fora do A-6” comentou.
“Vale destacar ainda que o armazenamento energético por baterias e os sistemas híbridos são as tendências de momento no mercado. E hidrogênio verde é a tendência de futuro. Por isso, a ABSOLAR trabalha em todas estas frentes, com apoio de especialistas e dos associados, para ampliar as oportunidades exponenciais dessas áreas que se se somam à energia solar”, acrescentou Koloszuk.
Indicadores da energia solar no Brasil
O Brasil ultrapassou recentemente uma nova marca histórica, a de 18 GW de potência instalada da fonte solar fotovoltaica, somando as usinas de grande porte e os sistemas de geração própria de energia elétrica em telhados, fachadas e pequenos terrenos, o equivalente a 8,5% da matriz elétrica do País. Assim, a fonte solar passa a ocupar o terceiro lugar na matriz elétrica brasileira, à frente das termelétricas movidas a gás natural e biomassa
De acordo com a entidade, a fonte solar já trouxe ao Brasil mais de R$ 93,7 bilhões em novos investimentos, R$ 25,4 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e gerou mais de 540,5 mil empregos acumulados desde 2012. Com isso, também evitou a emissão de 26,5 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade.
Para o CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, o avanço da energia solar no País, via grandes usinas e pela geração própria em residências, pequenos negócios, propriedades rurais e prédios públicos, é fundamental para o desenvolvimento econômico, social e ambiental do Brasil. “A fonte ajuda a diversificar o suprimento de energia elétrica do País, reduzindo a pressão sobre os recursos hídricos e o risco de ainda mais aumentos na conta de luz da população”, comenta.
Energia solar atinge 1 terawatt no mundo e Brasil lidera na LATAM
Estudo internacional lançado em maio deste ano, em Munique, na Alemanha, mostrou que a energia solar no mundo assume cada vez mais protagonismo na transformação energética sustentável. A fonte solar acaba de ultrapassar a marca histórica de 1 terrawatt (TW) de potência instalada. Segundo o “Global Market Outlook for Solar Power 2022-2026”, principal relatório de mercado do setor solar fotovoltaico mundial, o Brasil, mercado líder em energia solar na América Latina, deve se tornar um dos principais mercados globais nos próximos anos, podendo atingir 54 gigawatts (GW) de capacidade solar total até 2026.
Apresentado durante a Intersolar Europe, maior feira e conferência do setor solar na Europa, realizada entre 10 e 13 de maio, o estudo, coordenado pela SolarPower Europe, associação europeia do setor solar, contou com a participação e co-autoria da ABSOLAR. A entidade foi responsável por dois capítulos do documento: um que apresenta o panorama e perspectivas da energia solar na América Latina, destaque principal desta edição, e outro especificamente dedicado ao mercado solar no Brasil.
Protagonismo brasileiro
O crescimento dos projetos de energia solar no Brasil, seja nos telhados ou nas usinas de grande porte, garantiu ao País a quarta colocação no ranking mundial das nações que mais acrescentaram a fonte fotovoltaica na matriz elétrica no último ano, segundo mapeamento da ABSOLAR com base nos dados da Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA).
No acumulado de energia solar dos países, o Brasil subiu uma posição no ranking mundial e assumiu a 13ª colocação entre as nações. De acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o País encerrou o último ano com mais de 13,6 gigawatts (GW) de potência operacional da fonte solar.
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