Pré-Sal

Indústria busca parcerias externas para atender pré-sal

O Estado de S.Paulo
28/09/2009 03:27
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A exigência por um alto índice de nacionalização dos equipamentos que serão utilizados na exploração do pré-sal já começa a movimentar os produtores instalados no País em busca de parceiras estrangeiras para o fornecimento de tecnologia. Com isso, grandes empresas internacionais já estendem seus braços para trabalharem com as companhias nacionais, para assim abocanharem uma fatia do investimento da Petrobras que gira em torno de US$ 26 bilhões.


"Os pedidos reais para o pré-sal devem chegar à indústria na metade de 2010. Nesse ano, o que está movimentando as empresas é o plano estratégico da Petrobras de 2009 a 2013", afirmou o vice-presidente da Jaraguá Equipamentos, Christian Jaty. O momento, segundo o executivo, é a de "formação de parcerias" com as empresas estrangeiras, que, de acordo com ele, possuem a tecnologia que permitirá a produção nacional dos produtos que serão requisitados pela estatal brasileira. "Estabelecer boas parcerias vai ser fundamental para as empresas conseguirem atender no futuro", afirmou Jaty, que confirmou ao DCI que a Jaraguá já foi procurada por empresas de outros países. O executivo disse que, por conta de questões políticas, como a "CPI da Petrobras", pedidos feitos para as fabricantes, cujas contratações deveriam ter ocorrido no primeiro trimestre do ano, foram postergados. "As encomendas devem ser concretizadas agora no último trimestre, mas isso acabou comprometendo um pouco o ano", disse o executivo.

A mesma informação foi passada à reportagem pelo vice-presidente da Confab Equipamentos, Emyr Berbare. Segundo o executivo. Algumas refinarias da Petrobras estão atrasadas. Já para o atendimento da demanda que irá surgir com o pré-sal, o vice-presidente da Confab afirma que a empresa está investindo para conseguir ser competitiva no momento em que a estatal for às compras. "Estamos desenvolvendo produtos, ampliando a fábrica, aumentando em 25% a área produtiva", afirmou Berbare.
 
"O índice de nacionalização tem que estar de acordo com o nível de preço internacional", disse. Segundo ele, o índice de nacionalização mínimo que está sendo exigido é de 65%, podendo chegar a até 80%. "os convites para compras de equipamentos devem chegar ao mercado na metade de 2010 e início de 2011", ressaltou.
 
Por outro lado, o executivo afirmou que a produção nacional necessita hoje de tecnologia estrangeira. "A Petrobras já fechou parcerias com empresas asiáticas e também norueguesas, que possuem a tecnologia necessária. A estatal tem incentivado essas parcerias. Em até oito anos esses projetos [da indústria naval] serão produzidos aqui", afirmou Berbare.

O próprio presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou, na última sexta-feira, que a produção de sondas para exploração do pré-sal levará ao desenvolvimento tecnológico no Brasil. "Para prover a extração desse petróleo, precisamos intensificar a indústria fornecedora dedicada a fabricar equipamentos para essa extração. Isso requer o desenvolvimento de tecnologias e a montagem de uma infraestrutura adequada, além, é claro, do conhecimento técnico necessário para tanto", disse.

Demanda

As consultas para as encomendas de compressores que irão atuar na exploração do pré-sal já estão em nível mais adiantado, segundo o gerente de Oil & Gás da Atlas Copco, Ricardo Casellato. "Estamos tendo consultas para o projeto piloto", afirmou o executivo. "Nossa equipes de vendas, de engenheiros e de contratos já estão trabalhando nos últimos meses para preparar propostas para o projeto piloto de Tupi", completou o executivo, que acredita na capacidade da indústria brasileira de promover alto nível de nacionalização dos projetos.

De acordo com o gerente da Atlas Copco, o faturamento das empresas pode crescer de 15% a 20% com os projetos que estão sendo desenvolvidos pelo setor. A mesma proporção representa a participação do segmento de óleo e gás nos negócio da Atlas Copco. "No último ano, meu segmento ajudou dentro da companhia, por era o único negócio aquecido", afirmou Casellato.

Sobre a questão de nacionalização, por outro lado, o executivo salientou a dificuldade em áreas como a das embarcações e sondas e denunciou: "Há problemas de incentivo que permite com que a importação saia com preço mais baixo do que a compra no mercado interno".

Um dos contratos mais esperados pelo setor, que estabelece a sociedade entre a Petrobras e a PDVSA (da Venezuela) para a refinaria Abreu e Lima, deverá ser assinado em 16 ou 17 de outubro, afirmou ontem o presidente Lula.
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