Transição Energética

Gás natural atua como aliado na transição energética em Sergipe

Tratativas estão em andamento para a elaboração do Plano Estadual de Transição Energética.

Redação TN Petróleo/Assessoria
23/08/2024 09:00
Gás natural atua como aliado na transição energética em Sergipe Imagem: Sedetec Visualizações: 740 (0) (0) (0) (0)

Entre os esforços para a transição energética em Sergipe, o gás natural tem desenvolvido um papel importante, principalmente como solução para o setor industrial e de transporte, contribuindo para a redução de emissões de gases do efeito estufa. Rico em gás natural, o estado aposta nessa fonte de energia entre as estratégias para desenvolvimento de sistemas energéticos com fontes mais limpas, modernas e versáteis.

O protagonismo de Sergipe no ecossistema de gás natural do país é reconhecido entre os principais atores nacionais. “Sergipe é um titã do gás natural e da energia no Brasil. É o estado que detém 20% das reservas de gás do país, com uma vasta área exploratória formada por nove blocos. Vamos continuar desenvolvendo o setor na Bacia de Sergipe-Alagoas”, afirmou o Ministro de Minas e Energia do Brasil, Alexandre Silveira, no Sergipe Oil & Gas 2024, realizado em julho.

O gás natural atua ainda como reserva de segurança (backup) de fontes de energia renováveis intermitentes, como a solar, a eólica e a hidrelétrica, que dependem das condições climáticas. Ao tempo em que se desenvolvem novas tecnologias para geração de energia limpa e infraestrutura de transporte para fontes renováveis, a Agência Internacional de Energia (IEA) projeta que o gás natural continuará a ter uma importância significativa no mix energético global até 2040, ajudando a reduzir as emissões de carbono até que as fontes renováveis se tornem predominantes.

Composição

A composição do gás natural é caracterizada pela junção de hidrocarbonetos leves, gerando uma combustão majoritariamente limpa, liberando vapor de água e uma baixa quantidade de dióxido de carbono para a atmosfera. O gás também é reconhecido como o combustível fóssil com menor emissão de CO2, com uma queima mais limpa e com reduzida emissão de material particulado. Por essas razões, o combustível ganha valor e amplia sua utilização em todo o mundo diante do baixo impacto ambiental, como enfatiza o titular da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), Valmor Barbosa

“O gás é um elemento extremamente versátil. Ele pode ser utilizado nas residências, no comércio, como combustível veicular, na indústria e também como matéria prima de alguns produtos, como os fertilizantes nitrogenados. Além disso, sua utilização reduz o impacto ambiental e eleva a qualidade de vida da população. Essas características do gás trazem a Sergipe uma posição de destaque no debate sobre transição energética, já que nosso estado é conhecido dentro e fora do Brasil como ‘a estrela do gás’”, enfatiza o secretário

Transição Energética em Sergipe

Levando em conta o potencial sergipano no setor do gás natural, o Governo de Sergipe, por meio da Sedetec, formou um grupo para o desenvolvimento de um plano de transição energética para o estado. A Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE) e o Sergipe Parque Tecnológico (SergipeTec), ambos vinculados à Sedetec, integram a iniciativa, que também conta com a parceria da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Ações Climáticas (Semac).

A expectativa é mapear projetos em diversas áreas que dialoguem com temas como biogás, hidrogênio verde, energia eólica e solar. Entre os temas de pesquisa identificados como potenciais, destacam-se a geração de biometano no Ceará, considerada referência no Nordeste, e a produção de Hidrogênio Verde por meio das plantas macrófitas nos lagos do Rio São Francisco. Entre os objetivos do plano está a atração de novos projetos para o estado.

“Já alcançamos progressos na elaboração deste Plano. Nosso objetivo é desenvolver uma estratégia sólida para a transição energética em Sergipe, explorando e investindo em nossas potencialidades. As parcerias estabelecidas são fundamentais, pois cada participante pode contribuir de maneira significativa dentro de seu setor para um objetivo comum”, ressalta o secretário Valmor. 

Futuro do Gás

Nesse sentido, Sergipe tem contribuído para o avanço do processo de abertura e expansão do mercado de gás natural no Brasil com o projeto de conexão do Terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) e Complexo Termelétrico da Eneva à rede da Transportadora de Associada de Gás (TAG). Já concluída, a construção do gasoduto foi celebrada no dia 23 de julho. Está prevista para o início de outubro de 2024 a primeira carga de GNL para atendimento de novas demandas, não considerando a geração termelétrica. 

O projeto de conexão da malha de gás viabiliza o acesso de uma importante fonte de suprimento à demanda nacional do energético, além de permitir operações a partir de Sergipe. Para conectar o terminal, a TAG construiu um gasoduto com aproximadamente 25 quilômetros que atravessa três municípios: Rosário do Catete, Santo Amaro das Brotas e Barra dos Coqueiros. A estrutura possui capacidade para transportar 14 milhões de metros cúbicos de gás por dia.

Sergipe Águas Profundas

Além do gasoduto de interligação, outros projetos estão em andamento no estado para o segmento de gás natural, como o Sergipe Águas Profundas (Seap), da Petrobras, com exploração de uma nova fronteira em campos descobertos em águas ultraprofundas na costa sergipana. Quando estiver em pico de produção, o Seap terá a capacidade de disponibilizar ao mercado 240 mil barris de petróleo por dia e 18 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Além disso, o projeto contará com um gasoduto de escoamento.

O gás descoberto em águas ultraprofundas em Sergipe tem um perfil ainda mais sustentável por não estar associado ao petróleo, como destacou a diretora de Exploração e Produção (E&P) da Petrobras, Sylvia dos Anjos, durante participação no Sergipe Oil & Gas 2024. “Trata-se de uma molécula não-associada, ou seja, livre de óleo ou água, que flexibiliza sua comercialização”, registrou.

A diretora de E&P da Petrobras também reforçou o compromisso da estatal em implantar o projeto em Sergipe, e afirmou que a intenção da companhia é manter o prazo do Seap para 2028. Apesar disso, ponderou que, em função da necessidade de abertura de novo processo licitatório, há possibilidade de que o projeto se inicie no ano posterior. “Estamos prontos para começar o desenvolvimento de reservas em novas fronteiras, que é essencial para a soberania energética do Brasil”, pontuou, na ocasião.

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