Redação TN Petróleo/Assessoria
O estudo "Impacto na saúde humana pelo uso de biocombustíveis na Região Metropolitana de São Paulo", realizado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e concluído em fevereiro deste ano, constata que a utilização do biodiesel misturado ao diesel de petróleo nos veículos do sistema de transporte público evita internações hospitalares por várias doenças respiratórias e até salva vidas.
Elaborado com base no inventário de poluição atmosférica da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), o trabalho comparou as emissões dos motores a diesel fóssil do transporte público antes da mistura de biodiesel, com os índices de contaminação do ar de 2018, quando o percentual de adição passou a ser de 10%. O resultado é revelador: "Estima-se que este programa evitou 244 mortes ao ano, e que a população deixou de perder 9 dias de vida, desde o nascimento".
Os impactos positivos do uso do biodiesel na saúde da população e as conclusões do estudo da EPE serão tratados na mesa de debates que abordará o tema "Qualidade do biodiesel ao consumidor -- o valor além do preço, aspectos sociais, ambientais e saúde pública", que acontecerá durante a webinar que a União Brasileira de Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) realizará entre os dias 9 e 13 de agosto em parceria com a Empresa de Pesquisa Energética e a Embrapa Agroenergia.
O estudo da EPE faz uma projeção animadora: "Caso o percentual de biodiesel no diesel B atingisse 15%, haveria 104 mortes por ano a menos e a expectativa de vida aumentaria em mais 4 dias, quando comparadas à trajetória B10". Pela legislação, a mistura de biodiesel no diesel fóssil deve ser de 14% em março do próximo ano e de 15% em março de 2023. Por decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), a partir de setembro este percentual subirá dos atuais 10% para 12%.
Na sua conclusão, o estudo da EPE diz que a utilização do biodiesel possibilita, com a melhoria da qualidade de vida, um impacto positivo na economia como um todo. "Em comparação com um cenário em que não haveria adição de biodiesel (B0), ocorreria um impacto negativo de R$ 17 bilhões pela redução da expectativa de vida da população. Com a trajetória de B15, haveria um ganho de mais R$ 7,6 bilhões".
Saúde pública
Segundo dados do ministério da Saúde, de 2008 a 2017 as doenças relacionadas à poluição do ar foram uma das principais causas de hospitalização e exigiram um gasto público de R$ 12,5 bilhões com tratamentos. Em 2018 as internações por problemas respiratórios consumiram R$ 1,3 bilhão do Sistema Único de Saúde (SUS), segundo dados oficiais. Somente em São Paulo, cerca de 12% das internações por doenças respiratórias são atribuídas às emissões do diesel fóssil.
Em outro estudo coordenado pela Universidade de São Paulo (USP), calculou-se que veículos movidos a diesel de petróleo são responsáveis por cerca da metade da concentração de compostos tóxicos emitidos na atmosfera, tais como benzeno, tolueno e material particulado. Os pesquisadores consideram o valor muito elevado porque ônibus e caminhões representam somente 5% do total da frota de veículos.
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