Pré-Sal

Erros e retrocessos no pré-sal

Oportunidades perdidas.

O Globo
02/10/2014 12:54
Visualizações: 963 (0) (0) (0) (0)

 

Era consenso que o país se tornaria um grande produtor de petróleo, a Petrobras passaria a ser uma das principais empresas do ramo no mundo.
Quando o governo do PT anunciou a descoberta do pré-sal, o mercado passou a eleger o Brasil como o principal polo de atração para os investimentos das empresas de petróleo. Era consenso que o país se tornaria um grande produtor de petróleo, a Petrobras passaria a ser uma das principais empresas do ramo no mundo e o crescimento da economia brasileira estaria atrelado ao desenvolvimento do mercado de petróleo, tanto através dos investimentos das empresas produtoras quanto da construção de uma cadeia fornecedora de equipamentos e serviços.
Todo esse cenário se desfez quando o governo, ao contrário do que se esperava, olhou para o pré-sal como a oportunidade de se perpetuar no poder, tendo como exemplo inúmeros países grandes produtores que se utilizam desse combustível para praticar políticas populistas, com promessas que resolverão todos os problemas sociais com o petróleo. O Brasil seguiu essa receita e aí começaram os erros e retrocessos.
O primeiro grande erro foi suspender os leilões de petróleo. A explicação é que, diante das descobertas das enormes reservas do pré-sal, o risco de produzir petróleo no Brasil teria sido reduzido e, com isso, seria necessário adotar um modelo diferente da concessão. Na realidade, a verdadeira explicação é que o pré-sal foi o álibi para se fechar o mercado brasileiro e promover a volta do monopólio da Petrobras. Esse foi o primeiro grande retrocesso.
O segundo erro foi o Congresso aprovar o modelo da partilha, com artigos que, aparentemente, beneficiavam a Petrobras, dando à empresa 30%, no mínimo, de todos os blocos do pré-sal que viessem a ser leiloados, o monopólio da operação desses blocos e a permitir que o governo transferisse para a Petrobras áreas do pré-sal sem licitação caso estas fossem consideradas estratégicas (sic). O segundo retrocesso foi que, ao criar esse modelo de partilha tupiniquim, a lei passou a dar um tratamento diferenciado à Petrobras em relação às demais empresas. Isso criou instabilidade regulatória, insegurança jurídica e afastou investidores do país.
O terceiro erro foi dar mais deveres à Petrobras e retirar direitos, num momento em que a empresa precisava de recursos para investir no pré-sal. Aqui estamos falando da política de preços da gasolina, do diesel e do GLP, que impediram a empresa de gerar caixa suficiente, obrigando-a a contrair uma dívida que hoje é a maior entre as petroleiras. O terceiro retrocesso é que essa política de controle de preços da gasolina aliada à sua desoneração com o fim da Cide promoveu um retrocesso na matriz de combustíveis ao incentivar o consumo de gasolina em detrimento do etanol.
O quarto erro foi não desinvestir (ou vender) ativos como dutos de transporte, distribuidoras de gás natural, usinas de etanol, de biodiesel, usinas de geração térmica e investir em refinarias como Abreu e Lima, e Premium 1 e 2, no Maranhão e no Ceará, em vez de focar no pré-sal.

Quando o governo do PT anunciou a descoberta do pré-sal, o mercado passou a eleger o Brasil como o principal polo de atração para os investimentos das empresas de petróleo.

Era consenso que o país se tornaria um grande produtor de petróleo, a Petrobras passaria a ser uma das principais empresas do ramo no mundo e o crescimento da economia brasileira estaria atrelado ao desenvolvimento do mercado de petróleo, tanto através dos investimentos das empresas produtoras quanto da construção de uma cadeia fornecedora de equipamentos e serviços.

Todo esse cenário se desfez quando o governo, ao contrário do que se esperava, olhou para o pré-sal como a oportunidade de se perpetuar no poder, tendo como exemplo inúmeros países grandes produtores que se utilizam desse combustível para praticar políticas populistas, com promessas que resolverão todos os problemas sociais com o petróleo.

O Brasil seguiu essa receita e aí começaram os erros e retrocessos.

O primeiro grande erro foi suspender os leilões de petróleo.

A explicação é que, diante das descobertas das enormes reservas do pré-sal, o risco de produzir petróleo no Brasil teria sido reduzido e, com isso, seria necessário adotar um modelo diferente da concessão.

Na realidade, a verdadeira explicação é que o pré-sal foi o álibi para se fechar o mercado brasileiro e promover a volta do monopólio da Petrobras.

Esse foi o primeiro grande retrocesso.

O segundo erro foi o Congresso aprovar o modelo da partilha, com artigos que, aparentemente, beneficiavam a Petrobras, dando à empresa 30%, no mínimo, de todos os blocos do pré-sal que viessem a ser leiloados, o monopólio da operação desses blocos e a permitir que o governo transferisse para a Petrobras áreas do pré-sal sem licitação caso estas fossem consideradas estratégicas (sic).

O segundo retrocesso foi que, ao criar esse modelo de partilha tupiniquim, a lei passou a dar um tratamento diferenciado à Petrobras em relação às demais empresas.

Isso criou instabilidade regulatória, insegurança jurídica e afastou investidores do país.

O terceiro erro foi dar mais deveres à Petrobras e retirar direitos, num momento em que a empresa precisava de recursos para investir no pré-sal.

Aqui estamos falando da política de preços da gasolina, do diesel e do GLP, que impediram a empresa de gerar caixa suficiente, obrigando-a a contrair uma dívida que hoje é a maior entre as petroleiras.

O terceiro retrocesso é que essa política de controle de preços da gasolina aliada à sua desoneração com o fim da Cide promoveu um retrocesso na matriz de combustíveis ao incentivar o consumo de gasolina em detrimento do etanol.

O quarto erro foi não desinvestir (ou vender) ativos como dutos de transporte, distribuidoras de gás natural, usinas de etanol, de biodiesel, usinas de geração térmica e investir em refinarias como Abreu e Lima, e Premium 1 e 2, no Maranhão e no Ceará, em vez de focar no pré-sal.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Minas Gerais
Com investimento de R$ 314 milhões, centro pioneiro em p...
03/09/25
Copel
Presidente da EPE apresenta visão de futuro do setor elé...
03/09/25
Firjan
Indústria brasileira acumula quatro meses sem cresciment...
03/09/25
Firjan
Junto com a CNI, Firjan inicia missão empresarial nos EU...
03/09/25
Seminário
PPSA destaca potencial de upsides nas áreas que serão le...
02/09/25
Apoio Offshore
Posidonia incorpora PSV Posidonia Lion, sua primeira emb...
02/09/25
Brasil
ETANOL/CEPEA: Menor oferta sustenta preços em agosto pel...
02/09/25
Meio Ambiente
Brasol reduz emissões de GEEs em 72% e atinge marca de 7...
01/09/25
Combustível
Etanol anidro e hidratado registram alta na última seman...
01/09/25
Reconhecimento
Pesquisadora do Mackenzie conquista Prêmio Inventor Petr...
29/08/25
Combustíveis
IBP e FIESP debatem descarbonização da indústria rumo à ...
29/08/25
Etanol
Asprovac, afiliada da ORPLANA, passa a ter representação...
29/08/25
Royalties
Valores referentes à produção de junho para contratos de...
29/08/25
Gás Natural
BRAVA anuncia novo modal para venda de gás na Bahia
28/08/25
Combustíveis
ANP participa da operação Carbono Oculto, para coibir ir...
28/08/25
IBP
Posicionamento - Operações representam passo fundamental...
28/08/25
Subsea
OneSubsea entrega primeira árvore de natal molhada de Bú...
28/08/25
Offshore
MODEC firma parceria para desenvolver tecnologia inédita...
28/08/25
Energia Elétrica
Bandeira vermelha eleva custo da energia, mas associados...
27/08/25
Rio Pipeline & Logistics 2025
IBP debate investimentos em infraestrutura e logística n...
27/08/25
ANP
Segunda etapa de audiência pública debate classificação ...
27/08/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

23