Jornal do Commercio
O diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Eletrobrás, Astrogildo Quental, afirmou nesta quinta-feira (6) que a companhia deve entregar neste mês ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) carta-consulta para obter financiamento para a construção da usina nuclear Angra 3. Segundo ele, a estatal apresentou pedido de exceção para que o banco de fomento tenha autorização para financiar a obra avaliada em R$ 7 bilhões.
Pelas regras atuais, o BNDES não poderia liberar recursos para empresas estatais. O pedido terá que passar pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que deve conceder seu parecer em breve, conforme o executivo.
A estatal pretende obter R$ 4,5 bilhões do BNDES para a construção da usina. O restante dos recursos deve ter origem no próprio caixa da empresa e em captações externas que podem ser realizadas nos próximos anos. O executivo garantiu que a crise econômica não afetará o cronograma previsto para o projeto.
Biomassa - O presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz Lopes, disse que o novo estatuto da companhia permite que a empresa invista em projetos de geração de energia a partir da biomassa.
Segundo ele, a estatal está aberta a receber propostas de projetos de co-geração, mas ainda não analisa nenhuma proposta especificamente.
No entanto, o executivo ressaltou que a prioridade da empresa é implementar os projetos hidrelétricos planejados, com foco no estado do Pará.
“Uma energia a um custo barato a exemplo dos projetos do complexo do Rio Madeira”, afirmou durante palestra no evento Energia em Ação, promovido hoje em São Paulo.
Muniz também rebateu durante sua exposição as críticas a respeito do fortalecimento da Eletrobrás, que poderia reduzir a competitividade no setor.
“Não existe a intenção de transformar a Eletrobrás em instrumento de dumping, mas sim em um instrumento que possa garantir o abastecimento de energia no País,” afirmou.
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