Ceará

Dois navios no estaleiro

<P>O Ceará está construindo navios de guerra para a Marinha brasileira. São dois do tipo patrulha e irão reforçar a esquadra nacional a partir de 2009. O Comando da Marinha deverá destiná-los para a vigilância de novas áreas petrolíferas nacionais.</P><P>Os próximos navios de guerra que r...

Inace e Marinha do Brasil
27/08/2008 00:00
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O Ceará está construindo navios de guerra para a Marinha brasileira. São dois do tipo patrulha e irão reforçar a esquadra nacional a partir de 2009. O Comando da Marinha deverá destiná-los para a vigilância de novas áreas petrolíferas nacionais.

Os próximos navios de guerra que reforçarão a fragilizada esquadra brasileira estão sendo construídos no Ceará. São dois navios-patrulha do modelo NPa 500T, cada um com um canhão de 40 milímetros na proa e duas metralhadoras de 20 milímetros na retaguarda do convés. Poderão navegar a 21 nós de velocidade (quase 40 km/h), considerados extremamente ágeis para uma embarcação militar de porte médio. Transportarão até 500 toneladas, com 50 tripulantes a bordo.

É o tipo ideal de navio para compor a frota de um país sem conflito bélico, com uma grande costa freqüentada por até 500 navios comerciais/dia, violada por traficantes e criminosos e que ganhou notoriedade mundial pela recém-descoberta de grandes jazidas de petróleo e gás natural. Mas a Amazônia Azul, como é chamada a área das águas jurisdicionais brasileiras, está vulnerável, conforme a própria Marinha. São 4,4 milhões de km², igual à metade do território nacional.

Ontem, O POVO revelou que 11 dos 25 navios militares do Brasil estão parados e que a armada precisaria de pelo menos R$ 2,8 bilhões em 2009 para se manter e operar bélica e administrativamente. Além da maioria dos helicópteros, aviões e submarinos estarem funcionando com restrições. As informações são do relatório Situação da Marinha - Necessidades Orçamentárias, apresentado em junho deste ano pelo comandante-geral Júlio Soares de Moura Neto a líderes do Congresso Nacional.

A previsão de entrega do primeiro dos dois navios-patrulha é só para outubro do ano que vem. O seguinte deverá chegar à Marinha em março de 2010. Ambos estão na fase de montagem no estaleiro da Indústria Naval do Ceará S/A (Inace). Foram iniciados há um ano. O mais adiantado já está com 35% dessa montagem, na fase de acabamento, confirma o gerente de produção da empresa, o engenheiro mecânico Aurélio Girão. Vai para testes no mar em julho de 2009. O prazo é considerado excelente.

O projeto é da empresa francesa Constructions Mécaniques de Normadie (CMN), mas a Inace usa o braço e o know-how cearenses. Em 1999, concluiu a encomenda de outros dois navios-patrulha de 200 toneladas, o Guanabara e o Guarujá, para a Marinha do Brasil, que atuam no Pará. O estaleiro cearense também termina um terceiro patrulhador militar, também do modelo NPa 200T, porém exportado para a Marinha da Namíbia. Será entregue em dezembro e já está no mar desde 30 de julho último, ancorado para testes.

Em dois dos galpões do estaleiro cearense, há cerca de 200 funcionários destacados somente para o serviço dos dois navios-patrulha brasileiros. A fase considerada mais difícil, de soldagem de chapas de aço e delineamento do casco, foi concluída. Um dos NPa já recebeu a cabine. A Inace preferiu não informar os valores da licitação, do tipo menor preço. À época da confirmação, chegou a ser divulgado extra-oficialmente que alcançou R$ 80 milhões.

No dia 15 deste mês, o Diário Oficial da União anunciou concorrência pública para construção de mais quatro NPa 500T, que a Marinha deverá receber entre 2011 e 2013. Em nota oficial, o Comando da Marinha confirma que a principal demanda dos novos navios será a proteção das novas áreas onde foram anunciados os campos de petróleo Júpiter e Tupi - com reserva de 8 bilhões de barris. A nova riqueza nacional está na cobiçada área de pré-sal, no fundo do mar, muito abaixo do subsolo (a 6 km de profundidade) e distante até 350 milhas náuticas (equivalente a 648 km) do continente.

A FROTA

- Além dos navios-patrulha, a Marinha brasileira possui outros 28 tipos diferentes de navios.

- Entre os principais estão: navios-aeródromos (porta-aviões), navios-escolta (fragatas, corvetas e contratorpedeiros), submarinos, navios de desembarque-doca (para operações anfíbias de transporte de material e pessoal), navios-escola, navio de socorro submarino, navios-tanque, transporte de tropa e fluvial, patrulha-fluvial, assistência hospitalar, varredores (áreas minadas), rebocadores, navios hidroceanográficos, faroleiros e balizadores.

- A idade média da frota naval brasileira é de 30 anos.

- Entre os meios aéreos, há helicópteros de esclarecimento e ataque (para localizar e destruir navios e submarinos, ou para operações de esclarecimento), de patrulha e inspeção e aviões AF-1 (A-4 Skyhawk), para localizar e atacar alvos de guerra.

- A maior parte dos navios da Marinha brasileira foi construída em outros países (Inglaterra, por exemplo). Porém, o Brasil possui conhecimento tecnológico para a construção de seus próprios meios. O Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ) é a principal organização responsável pela construção de nossos navios e submarinos. A Indústria Naval do Ceará (Inace) já construiu os navios-patrulha Guanabara e Guarujá, entregues em 1999, e conclui mais dois NPa para 2009 e 2010.

- Em 2007, foram utilizados R$ 266 milhões na manutenção dos meios da Marinha do Brasil, equivalente a 16% do total autorizado para funcionamento, investimento e manutenção da Força, o que é insuficiente para a execução dessas atividades.

DADOS DOS NAVIOS

- Comprimento: 54,2 metros

- Boca moldada (maior largura): 8 metros

- Calado máximo (parte submersa do casco): 2,48 metros

- Deslocamento carregado: 500 toneladas

- Porte: médio

- Velocidade máxima: 21 nós (cada nó equivale a 1,852 km/h ou 1 milha náutica/hora)

- Velocidade de cruzeiro: 15 nós

- Raio de ação: 2.500 milhas náuticas

- Tripulação: 43 pessoas mais sete extras

- Armamento: 1 canhão 40 mm e duas metralhadoras 20 mm

- Início da construção: setembro/2007

- Previsão de entrega: o primeiro em outubro/2009 e o segundo em março/2010

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