Offshore

Derivadores lançados na Margem Equatorial confirmam estudos da Petrobras aprovados pelo Ibama

Resultados mostraram que correntes marítimas seguiram direção em sentido contrário à costa brasileira

Redação TN Petróleo, Agência Petrobras
29/03/2024 12:28
Derivadores lançados na Margem Equatorial confirmam estudos da Petrobras aprovados pelo Ibama Imagem: Divulgação Visualizações: 854 (0) (0) (0) (0)

A comunidade científica já lançou na Margem Equatorial mais de 428 derivadores (equipamentos que medem o comportamento das correntes marítimas), sendo 84 equipamentos na bacia da Foz do Amazonas. Todos confirmam os estudos e modelagens realizados pela Petrobras e aprovados pelo IBAMA no licenciamento ambiental do bloco FZA-M59. Os estudos demonstraram que as correntes marítimas seguiram direção em sentido contrário a costa brasileira. 

Recentemente, foi iniciado o projeto de Caracterização Ecológica de Sistemas Recifais da Bacia da Foz do Amazonas, que irá gerar novas informações. Nesse sentido, estão sendo realizadas pesquisas por meio de expedições científicas a bordo do navio Vital de Oliveira, no âmbito de uma cooperação existente entre Petrobras, Marinha do Brasil, Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI) e Serviço Geológico do Brasil (SGB). Em junho de 2023, foi feito um cruzeiro oceanográfico no Amapá com o objetivo de identificar a ocorrência de ambientes recifais, que abrangeu o mapeamento detalhado do leito marinho e a coleta de amostras para estudar a composição biológica e geológica do fundo. Os resultados preliminares estão sendo publicados em revista especializada para divulgação à comunidade científica.

Uma segunda expedição será realizada no segundo trimestre de 2024, dando continuidade e aprofundando a investigação científica. As expedições ampliam a colaboração com grupos de pesquisa do país – em especial dos estados da região da Margem Equatorial, e contam com a participação de 29 pesquisadores, provenientes de nove instituições, além do Serviço Geológico do Brasil (SGB) e Marinha do Brasil. São mais de R$ 350 milhões sendo investidos desde 2021 a 2028 em projetos de pesquisa, projetos socioambientais e de monitoramentos associados ao licenciamento e projetos de responsabilidade social no estados da Margem Equatorial.

Blocos distantes da costa

A Petrobras não pretende perfurar em região costeira ou próxima a áreas sensíveis. Na Margem Equatorial, os blocos encontram-se distantes da costa, em águas profundas e ultraprofundas. No caso do Bloco FZA-M59, a perfuração de poço exploratório deve ocorrer a uma distância de 160 km da costa e a mais de 500 Km a noroeste da foz do rio Amazonas. A Petrobras ratifica seu compromisso com a ciência e com o país.

Vale destacar ainda que a Petrobras é uma empresa brasileira de mais de 70 anos de atuação. Na década de 50, a empresa iniciou as primeiras perfurações de poços nas bacias sedimentares terrestres do Amazonas e Solimões. Na década de 70, as primeiras perfurações em águas rasas na Bacia da Foz do Amazonas. Nessa localidade, foram mais de 70 poços perfurados pela Petrobras. Além disso, perfuramos poços e produzimos petróleo e gás no Polo Urucu, na Floresta Amazônica, desde 1988. Todas essas operações foram e são realizadas com total segurança e responsabilidade, de forma sustentável e sem danos ao meio ambiente.

Desde sempre, a empresa atua promovendo o desenvolvimento científico na região em parcerias com instituições científicas. Ainda na fase de planejamento das atividades em Urucu, a Petrobras, em parceria com diversas instituições, elaborou diretrizes para atuação sustentável na Amazônia com renomados pesquisadores. Tais diretrizes foram implementadas e até hoje são seguidas pela empresa. Uma diversidade de mais de 1.500 espécies de flora e fauna foram catalogadas, fomentando o conhecimento científico sobre a biodiversidade na Amazônia.

No passado, dois projetos de pesquisa e levantamento de dados de campo fomentados pela Petrobras na região Amazônica. O projeto Piatam, desenvolvido entre 2000 a 2009, e o projeto Síntese do Conhecimento Ambiental - Áreas Estratégicas da Amazônia, entre 2012 e 2016. Os projetos contaram com a participação de mais de 10 instituições de pesquisa da região (COPPE, UFRJ, UFPA, UFMA, UEMA, Museu Paraense Emílio Goeldi, UFRA, CENSIPAM, IEPA, IEC, dentre outros), 275 pesquisadores, mais de 55 artigos publicados, 27 teses de mestrado, 7 teses de doutorado, 15 laboratórios equipados, 3 centros de pesquisa reformados e tiveram como objetivo levantar dados de campo socioambientais integrados da floresta, dos complexos fluviais amazônicos e das regiões costeiras, marítimas e oceânicas dos estados do Amazonas, Amapá, Pará e Maranhão, englobando 4 bacias sedimentares marinhas da margem equatorial.

Dados como fauna, flora, oceanografia física, química e geológica, ecologia e oceanografia biológica, mapeamento de áreas sensíveis, ecologia costeira e dados sobre socioeconomia e doenças tropicais, dentre outros, foram levantados nesse trabalho. Importante destacar que no âmbito do projeto Piatam foram desenvolvidos os primeiros modelos computacionais para simulação da dispersão de fluidos nos complexos fluviais amazônicos e nos mares e oceanos da margem equatorial.

Depois desses megaprojetos fomentados pela Petrobras, a indústria realizou o Estudo Ambiental de Caráter Regional, através das empresas BP, Total, Queiroz Galvão e, mais recentemente, a ENAUTA realizou o projeto Costa Norte, ambos coletando vastos dados de campo na região.

Fontes fósseis coexistirão com renováveis numa economia de baixo carbono 

Há mais de 200 anos, desde o período pré-revolução industrial, o que se observa é o processo de diversificação da matriz energética para atendimento de uma demanda mundial crescente por energia. O desafio é suprir a demanda e ampliar o acesso, reduzindo as desigualdades socioeconômicas, a pobreza energética e garantindo a segurança energética. O gráfico abaixo ilustra o histórico do consumo global de energia. 

Com o crescimento da população mundial, o crescimento industrial, o desenvolvimento tecnológico, a quarta revolução industrial em curso (onde sistemas que combinam máquinas com processos digitais, são capazes de tomar decisões descentralizadas e de cooperar - entre eles e com humanos - mediante a internet das coisas) e a melhora no padrão de vida da população, espera-se que a demanda energética continue crescendo de forma significativa. 

Portanto, todas as fontes de energia serão estratégicas para o suprimento da demanda mundial. O que mudará é a participação relativa das fontes na matriz, onde veremos uma participação mais expressiva das fontes renováveis.
 
Por isso, o conceito que a Petrobras busca é o da diversificação energética, garantindo a oferta do petróleo, mas buscando investir também em novas energias. 

Novas reservas no contexto da diversificação energética

As novas reservas de óleo e gás são estratégicas para o país e essenciais para a garantia da segurança e soberania energética nacional, num cenário de diversificação energética. 

A capacidade exploratória remanescente do pré-sal já está em declínio. Caso o Brasil mantenha a sua demanda de petróleo nos patamares atuais e não sejam incorporadas novas reservas, o país corre o risco de se tornar um importador de petróleo já no final da década de 2030, podendo precisar importar mais da metade da sua demanda de petróleo na década seguinte. Isso levaria a uma fragilização do país no âmbito energético, acarretando a dependência de suprimento externo de petróleo e levando, consequentemente, à perda da sua segurança e soberania energética. 

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