<P>Mudar a relação do Porto de Santos com o Governo Federal e garantir a participação dos municípios da região na gestão da Autoridade Portuária, retomando o projeto da regionalização, e a realização dos investimentos prometidos pela União, como a dragagem de aprofundamento, a construç...
A Tribuna - SPMudar a relação do Porto de Santos com o Governo Federal e garantir a participação dos municípios da região na gestão da Autoridade Portuária, retomando o projeto da regionalização, e a realização dos investimentos prometidos pela União, como a dragagem de aprofundamento, a construção das Avenidas Perimetrais, do trecho Sul do Rodoanel e do Ferroanel. Estas são algumas das propostas, para o cais santista, que os dois deputados federais eleitos pela região, o ex-prefeito de São Vicente Márcio França (PSB) e o ex-prefeito de Santos Beto Mansur (PP), promentem defender em Brasília.
Muitos desses planos não são inéditos na pauta portuária. Abordam questões que têm sido debatidas há pelo menos dez anos pela comunidade empresarial e política da Baixada Santista. Mas tanto França como Mansur afirmam ter estratégias para superar os obstáculos envolvidos e já traçam estratégias para atingir as metas. Entre elas, destaca-se a atuação em parceria com deputados e senadores paulistas e de estados que dependem do cais santista - responsável por mais de um quarto da balança comercial brasileira (ou seja, de cada US$ 4 em mercadorias que são importadas ou exportadas pelo País, ao menos US$ 1 passa pela região.
Eleito com 215.388 votos, Márcio França foi o deputado federal mais votado na Baixada Santista, o 9º no Estado e o 20º no País. Presidente do diretório paulista e uma das principais lideranças do PSB, partido que integra a base de governo do presidente Luiz Ignácio Lula da Silva, ele defende uma nova relação entre o Planalto e o cais santista, que deve ter fortes lideranças políticas.
''Quem for estar à frente do porto, na Codesp, tem de ter uma relação próxima com quem está na condução do País. Deve ter um vínculo direto com a Presidência, maior do que com o próprio Ministério dos Transportes. Administrar o Porto de Santos não pode ser visto como um prêmio de consolação'', afirmou França.
O ex-prefeito de São Vicente explicou que quer ter ''líderes'' à frente da gestão portuária.''Bons gerentes são importantes, mas o porto deve ter liderança. Um presidente da Codesp deve ter a atitude necessária para ser um ministro'', destacou.
Mas França nega que tenha interesse de comandar a Codesp. ''Não estou atrás de cargo. Só acho que o partido que for controlar a Codesp deve avaliar quem irá indicar. Se a gestão for boa, irá arcar com os elogios, se houver falhas, terá de responder por esse ônus''.
Sobre a divisão que propôs, entre gerentes e líderes, o presidente estadual do PSB criticou uma gestão somente técnica. E citou casos de políticos que ''se saíram muito bem gerenciando pastas técnicas, como o governador José Serra no Ministério da Saúde''. ''Eu não vejo como um órgão possa funcionar só tecnicamente. Mas é claro que deve ter ótimos profissionais. E as pessoas que vão estar na gestão do porto devem ser da Baixada. Temos bons profissionais e, além disso, para as outras regiões do País, o porto é uma passagem. Para a gente, não''.
PROFISSIONALIZAÇÃO
Voltando à Câmara Federal após passar oito anos à frente da Prefeitura de Santos, Beto Mansur (PP) também defende mudanças na gestão da Companhia Docas de São Paulo. Mas quer garantir a profissionalização de seus diretores. E chega a propor uma campanha na região para assegurar seu objetivo.''
A diretoria não tem de ter indicação política. Não tem de ser política, mas técnica. Não é nada contra as pessoas que estão aí, mas quero chamar os prefeitos, empresários e sindicatos para mostrar a importância de termos profissionais portuários na Codesp'', destacou Mansur, que teve 67.447 votos na última eleição.
Segundo o ex-prefeito, esta agremiação seria um Conselho de Autoridade Portuária (CAP) ampliado. Além de defender a profissionalização da direção da estatal, poderá participar da própria seleção da autoridade, segundo os seus planos.
Outra proposta de Mansur é que o futuro presidente da Codesp escolha sua própria diretoria. ''A Docas tem de funcionar como uma empresa. Haverá um board indicando o presidente e o presidente irá buscar uma diretoria para trabalhar com ele. Será ele o responsável por toda a administração. Se for ruim, todos caem. Hoje, em Santos, não há consenso, não há um projeto a ser perseguido'', afirmou o deputado eleito, referindo-se ao fato de cada diretor ter sido indicado por um grupo político distinto.
O presidente José Carlos Mello Rego foi selecionado pelo presidente nacional do PL, o deputado eleito Valdemar Costa Neto. O diretor de Infra-estrutura e Serviços, Arnaldo de Oliveira Barreto, tem como padrinho político o deputado federal Vicente Cascione (PTB-SP). À frente da Diretoria Comercial e de Desenvolvimento, Fabrizio Pierdomenico foi uma indicação da deputada federal Telma de Souza (PT-SP). Enquanto o diretor administrativo-financeiro, Mauro Marques, é uma escolha do presidente do Diretório Estadual do PT, Paulo Frateschi.
Beto Mansur nega que vá fazer alguma indicação, diferente do que ocorreu na década passada, quando foi responsável por Carlos Eduardo Adegas (que seria seu futuro secretário de Governo, na Prefeitura de Santos) ocupar a cadeira de diretor financeiro. ''Já indiquei e não quero mais indicar. Não é que eu tenha me arrependido, mas agora acredito mais em ter um presidente fazendo sua própria diretoria''.
Fonte: A Tribuna - SP
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