Evento reforça a força da articulação entre setores público e privado diante do cenário macropolítico.
Redação TN Petróleo/Assessoria CEBDSEm um momento em que a geopolítica global passa por transformações aceleradas e desafiadoras para a agenda climática, a 12ª edição do Congresso Sustentável, promovida pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), reuniu, nos dias 1 e 2 de julho, em Belém (PA), 300 pessoas para debater caminhos concretos para uma economia verde, justa e integrada à floresta e à sociedade amazônica. Entre lideranças empresariais, representantes do poder público e especialistas, o evento contou com a participação da CEO da COP 30, Ana Toni; do governador do Pará, Helder Barbalho, e do professor de relações internacionais Oliver Stuenkel, que trouxe análises sobre as oportunidades geradas pela transição da ordem global.
"Como podemos usar a competitividade do Brasil para contribuir com o mundo? Como aproveitar nossa matriz energética limpa para tornar o aço brasileiro mais verde? Na agricultura e na pecuária, estamos modernizando métodos para gerar ainda mais vantagens ao país. Precisamos criar os fundamentos para responder ao chamado da década da implementação. A pré-COP e o Congresso Sustentável existem para isso", afirmou Marina Grossi, presidente do CEBDS e Enviada Especial para o setor empresarial na COP30, durante a abertura do evento.
Raízes da prosperidade
Durante os painéis, foi enfatizado que é possível impulsionar o desenvolvimento sustentável a partir da Amazônia — desde que haja coordenação, investimentos e clareza regulatória. "Não haverá transição climática sem uma economia próspera no Brasil", afirmou Marcelo Furtado, head de Sustentabilidade da Itaúsa. Ele defendeu a valorização dos ativos naturais como forma de garantir prosperidade com base em modelos regenerativos.
A presença de vozes internacionais também reforçou o papel do CEBDS como articulador da transição sustentável. Tony Goldner, CEO da TNFD (Taskforce on Nature-related Financial Disclosures), alertou que os riscos ligados à natureza já afetam diretamente os resultados financeiros de empresas e convocou o setor privado brasileiro a reagir com estratégia. "Em economias como a do Brasil, não há fluxo de caixa sem o fluxo da natureza", afirmou.
Com discussões sobre bioeconomia, agropecuária regenerativa, infraestrutura resiliente e segurança energética, o Congresso Sustentável 2025 reforçou que enfrentar a emergência climática requer soluções escaláveis e alianças duradouras entre setores.
Ao reunir os principais atores da transformação sustentável e algumas das maiores empresas do país, o CEBDS reafirma seu papel como catalisador da ação climática e construtor de pontes entre empresas, governos e sociedade civil. O Congresso é parte essencial da jornada brasileira rumo à COP30 — e ao futuro.
O Congresso Sustentável 2025 foi patrocinado por Equinor, Philip Morris, Vale, Yara, Banco da Amazônia, Banco do Brasil, Caixa e Governo Federal.
Lideranças femininas - 8ª edição do Prêmio CEBDS de Liderança Feminina
Durante o Congresso, o CEBDS também realizou a cerimônia de entrega da 8ª edição do Prêmio CEBDS de Liderança Feminina, que reconhece profissionais de empresas associadas que se destacam pela promoção da equidade de gênero e pela liderança em iniciativas alinhadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), com foco especial no ODS 5 (igualdade de gênero).
As vencedoras deste ano foram Juliana de Lavor Lopes, diretora de ESG, Comunicação e Compliance da AMAGGI; Suelen Joner, head de Sustentabilidade e Diversidade & Inclusão do grupo Azzas 2154; e Bruna Mesquita, gerente de Sustentabilidade da Michelin para a América do Sul.
"Significa muito para mim. Tenho profunda admiração pelo CEBDS, tanto pelas pautas que mobilizam quanto pela liderança da Marina Grossi. Que a COP30 seja um marco e nos permita sonhar com um Brasil onde a sociobioeconomia esteja no centro da economia", afirmou Bruna, que atua há 13 anos na Michelin.
As trajetórias das três vencedoras demonstram que é possível alinhar inovação, impacto socioambiental e inclusão nos negócios. Suas atuações vão do combate ao desmatamento à estruturação de cadeias produtivas regenerativas, passando pela incorporação de metas socioambientais à estratégia empresarial. À frente do tema no maior grupo de moda da América Latina, Suellen tem metas coorporativas ambiciosas: garantir 100% de rastreabilidade do couro até 2030.
"Receber um prêmio de uma instituição que eu respeito, acompanho e aprendo desde o início da minha carreira é muito significativo. Ser mulher, trabalhar com sustentabilidade e atuar num cenário tão desafiador e complexo como a moda traz um gostinho a mais para esse reconhecimento", afirmou Suellen, que há cinco anos atua com ESG no maior grupo de moda da América Latina.
A premiação em Belém reforça o compromisso do CEBDS - que tem 70% de sua equipe formada por mulheres - com a diversidade e a equidade de gênero. As pautas de diversidade e inclusão estão em diferentes estágios nas empresas e setores brasileiros. A executiva da Maggi aponta os benefícios que lideranças femininas podem trazer aos negócios.
"Nós falamos muito sobre a COP 30, mas pouco sobre o depois que é tão importante. Temos um longo caminho no Brasil, principalmente considerando o Netzero até 2050. Somos uma potência do agro e precisamos ser vistos como uma potência do agro ambiental. A atuação das mulheres no agro nos próximos anos pode ajudar muito a atingir esses objetivos", concluiu sob aplausos, Juliana Lopes.
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