Redação TN Petróleo/Assessoria Unica
Nos primeiros 15 dias de setembro, o estoque de Créditos de Descarbonização (CBios) na bolsa aumentou 1,11 milhão e registrou recorde de negociação com os distribuidores de combustíveis. Nesse período, a parte obrigada adquiriu 321,16 mil créditos, volume superior a toda quantidade negociada nos últimos 4 meses. O preço médio negociado pelo crédito variou entre R$ 19,75 e R$ 24.
Desde o final de abril, 657,97 mil CBios ou 8,1% do estoque disponível de créditos foram negociados. Do montante, 618,23 mil créditos foram comprados por distribuidoras e 39,74 mil pela parte não obrigada, ou seja, agentes que compraram os CBios voluntariamente com intuito de reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) de suas atividades.
"Começamos a acompanhar a movimentação do mercado de CBios motivada pela publicação das metas revisadas para o ano de 2020. O importante neste momento é que o RenovaBio entre de fato em operação, tornando realidade uma das maiores políticas de descarbonização dos transportes do mundo", avalia Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar.
De acordo com os dados publicados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), desde o início do RenovaBio, no final de dezembro de 2019, até 9 de setembro de 2020, foi registrada a emissão de lastro para 8,54 milhões de CBios (soma dos CBios escriturados e dos pré-CBios das Notas Fiscais já validadas), o que representa quase 60% da meta oficial para o ano de 2020. Desse total lastreado pela agência, cerca de 8,10 milhões de créditos já se encontram disponíveis para negociação na B3.
Metas de CBios
No último dia 10, o Ministério de Minas e Energia (MME) publicou no Diário Oficial da União a revisão da meta compulsória para 2020 de 14,5 milhões de CBios, uma redução de 50% motivada pelos impactos da pandemia do novo coronavírus no mercado de combustíveis. O estabelecimento do volume de CBios para o ano foi determinante para destravar a comercialização com a parte obrigada. A meta de 2021 ficou estabelecida em 24,8 milhões de CBios, redução de 41% em relação à proposta inicial.
RenovaBio
A Política Nacional de Biocombustíveis -- RenovaBio foi desenhada para atingir parte das metas de redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) estipuladas pelo Brasil no âmbito do Acordo de Paris. O programa compara a pegada de carbono dos diferentes biocombustíveis em seu ciclo de vida (da produção à queima no veículo) para mensurar a redução de emissões proporcionada frente à alternativa fóssil e estabelece metas decenais de descarbonização, que são cumpridas com o aumento do uso de combustíveis renováveis e a comercialização de créditos de carbono.
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