Valor Econômico
As exportações brasileiras de álcool para o Japão não deverão ocorrer no curto prazo. "As negociações deverão ser mais demoradas por conta da resistência das indústrias japonesas", disse o empresário Rubens Ometto Silveira Mello, presidente do Grupo Cosan, o segundo maior produtor de açúcar do mundo. Silveira Mello estava entre os empresários que acompanharam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na missão brasileira ao Japão.
O empresário explicou que os japoneses preferem implementar o uso do aditivo ETBE (éter etílico terc-butílico), que contém etanol em sua composição, como alternativa à mistura na gasolina. "Os japoneses propõem o uso do ETBE a partir de 2010. O governo brasileiro está tentando antecipar esse prazo", disse Ometto.
Silveira Mello afirmou que a resistência das indústria petrolíferas à importação de álcool para misturar na gasolina é grande, o que pode atrasar as negociações entre os dois países. Durante a visita, nenhum negócio concreto envolvendo álcool foi fechado, apenas protocolo de intenções.
As baixas cotações do dólar também podem inibir as exportações do produto. "Com o câmbio atual, fica praticamente inviável exportar álcool a preços competitivos", afirmou ele.
O governo brasileiro está visitando potenciais países importadores do álcool brasileiro em um esforço para implementar as exportações nacionais. O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, esteve ontem na Austrália para discutir o programa brasileiro de álcool. Hoje, o ministro segue para a Nova Zelândia.
Segundo comunicado do ministério, o "o governo australiano tornou pública a decisão de criar uma força-tarefa para examinar os impactos potenciais do uso do etanol e de outros biocombustíveis [em sua frota de veículos]. O grupo de trabalho vai avaliar também os custos e os benefícios da produção de álcool no país".
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