Energia elétrica

É cedo para avaliar impacto das chuvas no setor elétrico, comentam especialistas

Money Times, 10/01/2022
10/01/2022 18:40
Visualizações: 790

O início do período de chuvas no Brasil traz um pouco de alívio para as empresas do setor de energia elétrica, bastante afetadas pela crise hídrica que o assombra desde o ano passado, considerada uma das piores do país nos últimos 90 anos.
No Sudeste e Centro-Oeste, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) prevê que as hidrelétricas podem atingir 40% de capacidade, o maior nível de armazenamento para janeiro desde 2016. As duas regiões concentram os principais reservatórios de usinas do país.
Em setembro, os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste registraram a mínima do ano passado, operando com 17% de capacidade. Os baixos níveis levaram o governo a adotar medidas para contornar a insuficiência de oferta de energia, dentre eles a aplicação da bandeira de escassez hídrica na conta de luz, criada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no fim de agosto do ano passado.
 

Cedo demais para comemorar?
Analistas da Genial Investimentos começam a enxergar uma luz no fim do túnel para as elétricas. Eles destacam que as chuvas devem trazer uma "pressão deflacionária considerável", diminuindo o preço da energia.
Ariane Benedito, economista da CM Capital, diz, no entanto, que o período sazonal de chuvas melhora o nível dos reservatórios, mas não para níveis satisfatórios.
"A gente ainda precisa melhorar muito os níveis para ter um impacto para o consumidor final, que é o que realmente importa", afirma.
Segundo Benedito, o mercado deve esperar o período chuvoso passar para entender se de fato houve melhora no clima e ficar de olho em projetos de infraestrutura de canalização dessas chuvas.
Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, e Marcel Andrade, head de Renda Variável da Vitreo, também acham que talvez ainda seja cedo para ter uma leitura definitiva sobre o assunto.
"A notícia é positiva para a inflação, mas ainda não traz benefícios para as empresas, que dependerão das políticas que serão feitas a partir dessa boa surpresa", comenta Andrade.

Empresas que se beneficiam com a recuperação
As ações do setor foram penalizadas no período mais agudo da crise. Andrade reconhece, no entanto, que é melhor aguardar os próximos passos do governo e sua política energética para entender melhor o impacto sobre os papéis.
Na avaliação da Genial e da CM Capital, quem ganha em um ambiente hidrológico melhor são as geradoras.
"Elas devem ter seus fluxos de caixa menos afetados por gastos com GSF (fator de balanceamento do risco hidrológico), como ocorreu em 2021", explica a Genial, que tem a Cesp (CESP6 -- recomendação de compra e preço-alvo de R$ 35) como principal beneficiária dentro deste cenário.
A CM Capital costuma ter empresas de energia na carteira, já que o setor se encaixa na categoria de consumo básico e possui boas opções em distribuição de dividendos. A corretora opta pela diversificação no setor, com foco em empresas com atuação nas áreas de geração, transmissão e distribuição, e não só geradoras de energia.
Galdi, da Mirae, tem as transmissoras como mais indicadas no momento, tendo em vista os contratos corrigidos pelo Índice Geral de Preços (IGP-M) e as receita garantidas. Dois nomes do segmento se destacam: Transmissão Paulista (TRPL4) e AES Brasil (AESB3).
Para o Inter Research, a recuperação dos reservatórios, embora em fase inicial, leva a crer que 2022 terá um cenário melhor do que 2021. Os dois principais papéis sugeridos pela instituição para o ano são Energias do Brasil (EDP Brasil -- ENBR3), dada a sua diversificação e atuação em toda a cadeia, e Equatorial (EQTL3), pelos seus processos de turnaround e investimentos em novos mercados, como saneamento.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Oportunidade
UDOP lança Banco de Talentos para profissionais e recrut...
11/11/24
Startups
NAVE ANP: inscrições prorrogadas até 22/11/2024
11/11/24
IBP
Na COP29, IBP reforça compromisso com transição energética
11/11/24
Petrobras
UPGN do Complexo de Energias Boaventura entra em operação
11/11/24
Internacional
Rússia começa a perder força na participação das importa...
11/11/24
Energia Eólica
Grupo CCR e Neoenergia firmam contrato de autoprodução d...
11/11/24
Etanol
Anidro e hidratado encerram a semana com pequena variaçã...
11/11/24
Resultado
Petrobras divulga lucro de R$ 32,6 bilhões no 3º trimes...
08/11/24
Energia elétrica
Desempenho em outubro é o melhor do ano e expansão da ge...
08/11/24
E&P
Firjan destaca o potencial para aumento no fator de recu...
08/11/24
Hidrogênio
Primeira planta de conversão de hidrogênio a partir do e...
08/11/24
ANP
NAVE ANP: inscrições prorrogadas até 22/11/2024
07/11/24
Telecomunicações Offshore
NexusWave: Conectividade Marítima Confiável e Sem Interr...
07/11/24
Pré-Sal
GeoStorage: Novo hub do RCGI nasce para viabilizar o arm...
07/11/24
Negócio
Grupo Energisa assume controle da Norgás e entra no seto...
07/11/24
Etanol
Cientistas mapeiam microbioma de usinas em busca de maio...
07/11/24
Metanol
ANP amplia monitoramento da comercialização de metanol c...
07/11/24
Oportunidade
PPSA realizará seu primeiro concurso público para contra...
07/11/24
GNV
Estratégias e desenvolvimento do setor de GNV proporcion...
07/11/24
Workshop
ANP realiza workshop virtual sobre revisão de normas par...
07/11/24
Marinha do Brasil
Grupo EDGE amplia parceria com a Marinha do Brasil para ...
06/11/24
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

21