Money Times, 18/05/2022
Com maior remuneração pela cana assim que a Usina Coaf passou a repassar recursos conseguidos pela venda de Crédito de Descarbonização (CBIos), os produtores da cooperativa pernambucana provam que podem plantar mais e melhor. Na cana-de-açúcar, renovação dos canaviais e novas variedades são essenciais.
Primeira usina a integralizar 100% dos títulos do RenovaBio, ainda por cima conseguiu aumento da nota de crédito fornecida pela ANP, o que garante que a cana empregada na produção de etanol e açúcar carrega cada vez menos aditivos fósseis.
Desse jeito, a Coaf vai para a safra 22/23, a começar em setembro, mantendo a renovação em torno de 30% dos canaviais -- contra a média do Centro-Sul que só chega a 20% em algumas ilhas de exceção -, vai moer mais e ganhar -- e repassar -- mais recursos com as negociações dos CBios na B3 (B3SA3).
A cana nova da renovação garante maior produtividade e a produção e, na conta final, em fevereiro de 2023, Alexandre Lima, presidente da cooperativa, acredita que a usina terá moído 950 mil toneladas. Na safra passada foram 750 mil/t, diz o dirigente e produtor, que defende essa política de repasse pelas usinas, não contemplada no RenovaBio, no plano nacional através da Feplana.
Parte dessa situação, explica ele, é que o manejo também está em alta, até com métodos de "luxo" para a maioria dos pequenos e médios produtores dessa região nordestina, no Norte de Pernambuco, que na soma chegam a 3,5 mil hectares. É a adubação foliar.
A cereja do bolo, de todo esse cenário, ainda virá para o ano que vem, quando as novas variedades da Ridesa (rede formada por universidades públicas detentora da maioria dos cultivares de cana no Brasil), menos suscetíveis às doenças e desequilíbrios climáticos, estiverem em produção.
O trabalho de replicação e clonagem das mudas saem do laboratório e campos de testes da Coaf, explica Alexandre Lima, também presidente da associação estadual dos plantadores (AFCP) e vice da nacional (Feplana).
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