Etanol de milho

Cadeia de etanol de milho cresce expressivamente no Brasil

Forbes, 20/09/2021
20/09/2021 11:21
Visualizações: 925

O mercado de biocombustíveis brasileiro produziu em 2020 o volume de 34 bilhões de litros de etanol, processando 660 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, o que nos torna o maior produtor mundial de etanol a partir da cana-de-açúcar. Vem ganhando força uma nova possibilidade de produção para o Brasil, o etanol de milho, matéria-prima usada nos Estados Unidos, o maior produtor mundial de etanol. A extração deste biocombustível tem ganhado espaço, mudando o panorama de muitas regiões produtoras de grãos, com aumento de 84% no ano passado, resultando na produção de 2,4 bilhões de litros.

A busca por energias renováveis e limpas vem aumentando devido a preocupação mundial com o desenvolvimento sustentável visando o combate do aquecimento global. Nesta busca, os biocombustíveis, obtidos através de biomassa renovável (cana, milho, sorgo, soja) surgem como uma alternativa mais sustentável aos combustíveis fósseis, derivados de petróleo e gás natural. Combustíveis renováveis possuem baixa taxa de emissão de poluentes.

Estamos entre os três maiores países em utilização de combustíveis renováveis, como o biodiesel e etanol, sendo 90% da produção de biocombustíveis brasileira certificada, dentro das normas do programa de Política Nacional de Biocombustíveis, o RenovaBio. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, 20% do consumo do setor de transporte é de combustíveis renováveis e o Brasil tem caminhado para ampliar esse consumo.

O mercado de etanol tem excelentes perspectivas para o futuro. Visando a diminuição das emissões, o Brasil adotou a mistura de 25 a 27% de etanol na gasolina, enquanto nos EUA o volume é de 10%, a China segue no mesmo caminho e a partir de 2022 deve implementar a mesma adoção, enquanto a Índia adotará carros flex, além de adicionar também 10% de etanol à gasolina até 2025.

O consumo de etanol é liderado por Estados Unidos e Brasil, que são responsáveis pela utilização de 70% do combustível produzido globalmente e continuarão no mesmo patamar de participação, de acordo com as projeções da OECD/FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations) para 2029. Além destes, China e União Europeia também se destacam pela demanda crescente de etanol. O Brasil deve chegar a uma produção de 50 bilhões de litros em 2030.

Entre todos os combustíveis renováveis, a cadeia de etanol de milho vem crescendo de forma vertiginosa em regiões com grande produção de grãos como o estado do Mato Grosso. A produção de etanol de milho cresceu 7.000% naquele estado, que concentra 12 das 19 usinas deste biocombustível no país.

Apesar de ainda estar longe dos Estados Unidos em produção e produtividade, o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de milho, respondendo por 9% da produção mundial e o segundo exportador (22% das exportações). A região centro-oeste responde por 40% da produção brasileira. As mais de 100 milhões de toneladas que os brasileiros colhem são cruciais para movimentar a cadeia de proteínas animais e agora também para a produção de etanol de milho.

A principal vantagem em se investir na produção de etanol de milho no Brasil advém do fato de que há grande oferta e demanda do cereal, especialmente no centro-oeste, onde o consumo interno é pequeno e as exportações representam quase 70% da produção. Esses estados têm grande produção e estão distantes dos portos para exportação, desta maneira, produzir etanol agrega valor ao produto e favorece outras cadeias como a pecuária de corte, devido ao uso de subprodutos do processo na nutrição animal.

Existem alguns modelos de usinas de etanol de milho: a usina full, que processa exclusivamente milho para produção de etanol; a usina flex, que são usinas de cana-de-açúcar adequadas para produzir etanol de milho no período da entressafra da cana; e o modelo flex full, que são usinas de cana e milho operando paralelamente, com a vantagem da utilização do bagaço da cana como biomassa.

Durante a produção de etanol, o milho é moído e em seguida passa por um processo de fermentação alcoólica, seguido de destilação. A vantagem deste biocombustível, além da baixa emissão, é o modelo de economia circular e estímulo à produção de outras cadeias. O milho é muito rico em amido e proteína e, enquanto o amido é utilizado para produção de álcool, a proteína não é extraída, portanto, no processo de produção de etanol resultam dois coprodutos, o DDGS, que é um concentrado proteico, que tem se mostrado uma excelente alternativa para a alimentação animal e o óleo vegetal. A geração do DDGs favorece a pecuária de corte, que fornece esterco utilizado como fertilizante na lavoura, desta maneira fazendo uma economia circular.

A produção de etanol de milho vem crescendo de maneira rápida, porém vem lastreada na sustentabilidade. O milho de segunda safra mantém a cobertura vegetal do solo, a produção de etanol favorece o modelo de economia circular, estimula o consumo de etanol, gera empregos, agrega valor e melhor distribuição de renda dentro de toda a cadeia de produção.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
ANP
Reservas provadas de petróleo no Brasil cresceram 5,92% ...
03/04/25
E&P
Investimentos em exploração podem chegar a US$ 2,3 bilhõ...
02/04/25
Evento
Merax apresentará novidades tecnológicas e serviços inte...
02/04/25
Estudo
IBP apoia o lançamento de estudo da consultoria Catavent...
02/04/25
Oportunidade
MODEC anuncia programa de estágio
02/04/25
ANP
Primeira edição do NAVE: resultado preliminar será divul...
02/04/25
Internacional
Sebrae Rio: inscrições para Missão Técnica para OTC em H...
02/04/25
ANP
A produção total de fevereiro foi de 4,487 milhões boe/d
02/04/25
Pessoas
Luis Fernando Paroli assume a presidência da PPSA
02/04/25
Drilling
Constellation anuncia contrato de US$ 170 milhões com a ...
01/04/25
Leilão
PPSA vai comercializar 75,5 milhões de barris de petróle...
01/04/25
Royalties
Valores referentes à produção de janeiro para contratos ...
01/04/25
Petrobras
Preços de diesel para distribuidoras têm aumento
01/04/25
Meio Ambiente
Petrobras e BNDES firmam parceria para reflorestar a Ama...
01/04/25
IBEM25
Energia como vetor de desenvolvimento social, tecnológic...
31/03/25
IBEM25
SOWITEC tem presença destacada no iBEM 2025
31/03/25
Margem Equatorial
Petrobras contribui para ampliação da plataforma contine...
30/03/25
IBEM25
Em congresso internacional de energia, Petrobahia debate...
29/03/25
Mulheres na indústria
Repsol Sinopec Brasil lança Prêmio Ciência Delas
28/03/25
Conteúdo Local
ANP divulga informações sobre o conteúdo local definido ...
28/03/25
Refino
Acelen lança programa para fortalecer cadeia produtiva
28/03/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22