Redação TN Petróleo/Assessoria
A descarbonização e a transição energética estão no horizonte de empresas, governos e da sociedade há algum tempo. Mas, desde a aprovação do Acordo de Paris, em 2015, estes temas deixaram de ser questões a serem resolvidas no longo prazo e se tornaram tópicos cada vez mais frequentes nas discussões de vários setores da economia e da sociedade.
Qualquer transição desta magnitude é um desafio. E a complexidade aumenta quando constatamos que a demanda por energia cresce a cada ano, em um sinal de modernização das economias e do modo de viver das pessoas. Para realizar a transição energética e garantir a oferta de energia de que a sociedade precisa, é fundamental que empresas, governos e todos os agentes sociais estejam engajados.
Em linha com o papel crucial que as empresas de energia têm nesta jornada, a Shell divulgou em fevereiro de 2021 uma nova estratégia de negócios, chamada Powering Progress (“Impulsionando o Progresso”, em português), que vem provocando mudanças disruptivas na companhia globalmente. Nosso novo caminho é fundamentado num conjunto de objetivos que consideramos ambiciosos, mas também factíveis: atingir emissões líquidas zero até 2050, impulsionar vidas, entregar valor aos nossos acionistas e respeitar a natureza. Para garantir que vamos alcançar tais objetivos, estabelecemos metas rigorosas de redução de curto, médio e longo prazo.
Quando falamos em “emissões líquidas zero”, estamos nos referindo às emissões geradas não apenas na nossa produção, que responde por cerca de 15% do total emitido, mas também o carbono gerado pelo consumidor final durante o uso de nossos produtos e dos produtos de parceiros vendidos por nós – etapa que representa cerca de 85% das emissões.
Planejamos chegar a este objetivo reduzindo progressivamente a intensidade de carbono dos nossos produtos de energia (6 a 8% até 2023, 20% até 2030, 45% até 2035 e 100% até 2050, em comparação com os níveis de 2016). As metas de curto prazo estão ligadas à nossa estrutura de remuneração e pagamento de bônus de mais de 16 mil líderes da organização.
Essas metas de intensidade caminham lado a lado com a nova meta absoluta de redução de emissões de 50% até 2030, em comparação com os níveis de 2016, que abrange todas as emissões de escopo 1 e 2 sob o controle operacional da Shell.
Sabemos que emissões líquidas zero também passam por energia mais limpa. Por isso, o Grupo Shell pretende investir anualmente US$ 3 bilhões na área de Energias Renováveis e cerca de US$ 100 milhões por ano globalmente em Soluções Baseadas na Natureza (NBS, na sigla em inglês) para construir um negócio significativo e lucrativo para apoiar os nossos clientes na neutralização de suas emissões.
No mundo, a Shell já oferece diversas fontes de energia de baixo carbono, como eólica (onshore e offshore), solar, biocombustíveis, carregamento de veículos elétricos, hidrogênio etc. Entendemos que a diversificação, com a realocação progressiva de investimentos dos negócios de Upstream para energia renovável, é a forma mais adequada e sustentável de endereçar o desafio da transição energética.
Ainda assim, esperamos continuar fornecendo energia na forma de produtos de petróleo e gás, tanto para atender à demanda dos clientes, quanto para manter uma empresa financeiramente forte. Precisamos dessa força financeira para continuar atraindo investimentos na Shell, e manteremos nosso compromisso de emissões líquidas zero, inclusive por meio de compensações. Assim, podemos fornecer a energia de que o mundo precisa, investir em energia de baixo carbono e apoiar meios de subsistência em comunidades onde operamos, bem como as de nossos clientes, funcionários e fornecedores.
E, é claro, não conseguiremos chegar lá sozinhos: para que as empresas invistam com sucesso, elas precisam de políticas e regulamentos governamentais ousados, claros e consistentes. Uma maior colaboração entre governos, empresas e clientes permitirá que nós e outros agentes construamos nossos negócios de energia de baixo carbono da maneira mais rápida e eficiente.
Os desafios são grandes, mas o encontro do carbono neutro com o capital é também uma avenida de oportunidades – não apenas para a Shell, mas para o Brasil. Presente há mais de 100 anos no país, a Shell foi protagonista em momentos decisivos do cenário energético brasileiro. E não será diferente com a descarbonização. A Shell já investe e pretende continuar investindo em energia mais limpa no Brasil.
Vemos o Brasil como região estratégica para nossa jornada de emissões líquidas zero até 2050, fornecendo energia renovável e de novos combustíveis, como biocombustíveis avançados e hidrogênio, enquanto oferecemos ao mundo recursos de petróleo e gás de que a sociedade ainda precisará durante a transição para uma economia de baixo carbono. Queremos continuar colaborando com o país no desenvolvimento de novas políticas e soluções para um objetivo comum: Impulsionar o Progresso.
Sobre a autora: Monique Gonçalves é gerente sênior de Relações Corporativas e Assuntos Regulatórios da Shell Brasil
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