Artigo

Mundo 4.0 e o futuro, por Virgílio Pedro Rigonatti

Virgílio Pedro Rigonatti
16/01/2020 11:20
Mundo 4.0 e o futuro, por Virgílio Pedro Rigonatti Imagem: Divulgação Visualizações: 775 (0) (0) (0) (0)

Mundo 4.0? O que é isso?

Em um misto de estranheza e curiosidade, eram as perguntas que me faziam no começo do ano de 2019 ao abordar as maravilhas do avanço tecnológico que está mudando o modo de viver, de se comunicar e de produzir. A grande maioria das pessoas não se davam conta do que estava acontecendo, mesmo que já estivessem usando os recursos das novas tecnologias. Este desconhecimento se dava de forma generalizada, mesmo entre empresários, executivos e profissionais de todas áreas, tanto que fui convidado pelo recém-eleito Superintendente Distrital da Associação Comercial da Zona Oeste, Mario Martinelli, a promover debates e palestras sobre o tema ao longo do ano, elegendo o tema como um dos focos de sua administração.

No primeiro semestre do ano, estava escrevendo um livro que abordava a II Revolução Industrial, a mais impactante de todas pois criou os mais variados instrumentos que o mundo todo utiliza a partir do uso da eletricidade, portanto do elétron, caracterizando o mundo moderno. As duas revoluções que a sucederam sofisticaram e aprimoraram as criações inventadas na primeira metade do século XX. Assim, desenvolveu-se o computador e a informática, na III Revolução Industrial, e concebeu-se a Inteligência Artificial (IA) e a Internet das Coisas (IoT) que marcam a IV Revolução Industrial.

Mundo 4.0 foi um termo moderno cunhado pelo governo alemão em 2011 para se referir à Quarta Revolução Industrial.

Elaborando meu livro, dei-me conta da importância fundamental do elétron como condutor da energia que move o Universo, que torna possível nosso mundo moderno e a nossa própria vida. Por outro lado, pude observar o desconhecimento generalizado das transformações que as novas tecnologias estão proporcionando. Liguei os pontos e tracei um panorama desde a origem do átomo e da energia conduzida pelo elétron, passando pela criação da vida, a organização humana em sociedade, o modo de viver e produzir, o impacto das transformações aceleradas proporcionadas pelas revoluções industriais até o advento desse maravilhoso mundo moderno. Batizei meu livro de “ELÉTRON, DO BIG BANG AO MUNDO 4.0”.

Divulgação

Nos meus debates e palestras sobre o tema, notei que a maior parte das pessoas não se davam conta que já estávamos usando as novas tecnologias e a mais visível e palpável é o smartphone, que aplica a Inteligência Artificial e a Internet das Coisas. Ao enviarmos uma mensagem pelo nosso celular, ficamos sabendo instantaneamente que ela saiu de nosso aparelho, marcada com um tique cinza, e foi recebida pelo aparelho do destinatário, apontando um outro tique cinza, sendo que, ao ser lida pelo nosso interlocutor, os dois tiques ficam azuis. Tanto as transmissões como os indicadores são feitos sem a interferência humana, realizadas pela inteligência dos aparelhos e a comunicação entre eles.

No ambiente desse fabuloso mundo de automação, a grande preocupação é com a eliminação da mão humana. Isso acontece em todos os setores da economia e da vida humana. As máquinas programadas para realizar as tarefas também são arquitetadas para pensar por si, dispensando a intervenção humana mesmo para ligar e desligar, tarefa executada pelo timer instalado na programação. Ah!... precisa-se do ser humano para fazer a programação. Bem, no futuro, a IA desenvolverá por si o software. Ah!... precisa-se do ser humano para montar as máquinas. Já temos robôs executando essas tarefas. Ah!... as peças, as matérias primas, os produtos finais precisam ser transportados. Em breve, teremos caminhões circulando sem motoristas e robôs carregarão e descarregarão as cargas.

É muito perceptível esse quadro nas automações bancárias: não precisamos mais ir ao banco, pois todas as operações bancárias podem ser feitas pelo smartphone. Um grande banco anunciou orgulhosamente, em meados da década de 1990, publicando em duas páginas de jornal, ter chegado a 150.000 funcionários. Hoje, esse mesmo banco tem metade desse número movimentando muitas vezes mais o volume de negócios de então.

Já está muito claro que o mundo caminha em passos acelerados para a automação, deixando a maior parte das atividades nas mãos das máquinas. Muitas funções desaparecerão, muitos empregos para o ser humano serão eliminados. É um quadro sombrio? Sim, é. Mas vamos lembrar, e eu relato enfaticamente no meu livro “ELÈTRON”, que todas as mudanças das atividades humanas ao longo de sua existência, principalmente nas Revoluções Industriais, resultaram em perdas de funções. Porém, graças a inventividade e criatividade humanas, outras foram criadas. Por exemplo, hoje já não se tem, nas empresas, office-boys, profissão que exerci há décadas atrás. Quase não se vai às agências bancárias, aos correios, aos escritórios, tudo é feito eletronicamente. E o que faz a rapaziada que seriam office-boys? Estão trabalhando em aplicativos de motoboys, entregadores de pizza, de compra de supermercado, no Uber, no Taxi99...

Nos últimos meses do ano passado, a discussão sobre o Mundo 4.0 acentuou-se nas mídias televisivas, radiofônicas, impressas e nas redes sociais, mas ainda se precisa de muito mais para que todos compreendam e entendam o que significam essas transformações que vão tomando corpo e suas consequências. Em 2020, com certeza, esse debate será mais enfatizado para que todos possam ser esclarecidos sobre o que virá. Mas que as discussões sejam direcionadas mais para as oportunidades que serão desenvolvidas e que empregos e funções vão ganhar relevância ou vão surgir.

Ler sobre o passado é importante para entender tudo que o homem criou para se adaptar às novas circunstâncias. Esta visão das realizações e do comportamento dos nossos antepassados é muito importante para que enfrentemos com otimismo o novo cenário. Quem tiver essa compreensão se adaptará ou guiará seus filhos para as grandes oportunidades que o Mundo 4.0 criará.

Sobre o autor: Virgilio Pedro Rigonatti é um escritor paulistano, nascido em 1948. Teve seu primeiro livro, Maria Clara - a filha do coronel, lançado em 2016 pela Editora Gente. Na sequência, publicou, em 2017, Cravo Vermelho, e, em 2018, Maria Clara – A conquista de um lugar ao sol, ambos por sua própria Editora, a Lereprazer. Além deste livro, Elétrons – do Big Bang ao mundo 4.0 , deverá lançar seu quinto livro com o tema sobre deficiência física. Seu sexto livro, um romance sobre o amor na terceira idade, será lançado no outono de 2020, com o título de No outono também nascem flores.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Fenasucro
Na FenaBio, Anfavea afirma que com 100% de etanol na fro...
14/08/25
Dutos
Transpetro investe R$ 100 milhões por ano para ampliar a...
14/08/25
Logística
Super Terminais recebe Selo Ouro e tem inventário de emi...
14/08/25
PD&I
Tecnologia brasileira utiliza inteligência artificial pa...
14/08/25
Energia Elétrica
GE Vernova fornecerá subestação de energia para fábrica ...
14/08/25
Fenasucro
Brasil terá combustível sustentável de aviação disponíve...
14/08/25
Gás Natural
Prorrogada consulta pública sobre Plano Coordenado de De...
14/08/25
Resultado
Gasmig registra crescimento de 8,5% de lucro líquido
14/08/25
IBP
Energia da Evolução: campanha do IBP explica como o petr...
14/08/25
PPSA
Produção de petróleo da União bate novo recorde e alcanç...
14/08/25
Fenasucro
FenaBio estreia com debates sobre etanol, biodiesel, IA,...
14/08/25
E&P
ABPIP leva agenda estratégica ao Congresso para fortalec...
14/08/25
Drilling
Constellation lança chamada para apoiar projetos inovado...
13/08/25
Fenasucro
Durante abertura de uma das maiores feiras de bioenergia...
13/08/25
Transição Energética
Sergipe elabora Plano de Transição Energética e se posic...
13/08/25
Fenasucro
UDOP, associadas e SENAI-SP firmam parceria para formaçã...
13/08/25
IBP
Decisão da Agenersa sobre migração de consumidores para ...
13/08/25
Oportunidade
Com cerca de 300 mil empregos, setor eletroeletrônico mi...
13/08/25
Fenasucro
Abertura da 31ª Fenasucro & Agrocana: setor quer o Brasi...
13/08/25
Fenasucro
Na Fenasucro, ORPLANA fala da importância de consenso en...
13/08/25
Fenasucro
Brasil terá que produzir 1,1 bilhão de litros de combust...
12/08/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.