Redação TN Petróleo/Assessoria
O mercado livre de energia registrou um novo crescimento nos primeiros cinco meses de 2024. O setor ganhou 8.936 novos consumidores entre os meses de janeiro e maio, como apontam os dados divulgados recentemente pela CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica). O número é 21% maior do que o registrado em todo o ano passado.
Outro dado relevante sobre esse setor é que ele já representa 41% de toda a demanda nacional, segundo balanço divulgado pela Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia).
As novas adesões ocorreram, principalmente, nas regiões Sul e Sudeste. No entanto, é importante ressaltar que os estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste também apresentam quantidades significativas de migrações do mercado cativo (em que os clientes são atendidos pelas distribuidoras locais) para o mercado livre.
Para quem não está familiarizado com o setor, as empresas que possuem a partir de R$8 mil por mês de gastos com energia elétrica podem solicitar sua portabilidade para o mercado livre de energia e obter vantagens como a liberdade de escolher o fornecedor mais adequado para os seus negócios.
As companhias que aderem ao mercado livre de energia também têm acesso a outros benefícios, entre eles: preços mais baixos, estrutura regulatória sólida e acesso à energia de fontes renováveis, sem a necessidade de investimentos em usinas, painéis fotovoltaicos e obras desnecessárias. Por possuir tais benefícios, o mercado livre de energia sempre se apresentou como uma opção econômica e sustentável.
No entanto, esse crescimento foi impulsionado no início deste ano, com a abertura regulatória do setor. Até o final de 2023, havia um requisito mínimo de consumo, que ainda era bastante restritivo para a maioria dos clientes que não eram do segmento industrial. Com o novo decreto, isso mudou e todas as empresas do grupo A passaram a ter o direito de realizar a portabilidade para o mercado livre. Por isso, comércios locais, escolas, faculdades, prédios comerciais, condomínios residenciais e outros negócios puderam realizar a migração ainda nos primeiros meses de 2024.
Segundo a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), mais de 23 mil organizações sinalizaram às distribuidoras locais a intenção de mudar do mercado cativo para o mercado livre neste ano.
E, de acordo com a CCEE, São Paulo foi o estado com o maior número de migrações em maio, com 626, sendo que os setores de serviços, comércio e manufaturados diversos lideraram o ranking de portabilidade durante o mês.
O crescimento do mercado livre de energia não impacta positivamente apenas os consumidores. As comercializadoras varejistas que viabilizam a portabilidade entre os consumidores finais e as distribuidoras, que precisam investir constantemente em tecnologia para tornar a experiência dos usuários mais simples, também têm celebrado bons resultados. A Voltera, companhia que fundei em 2020, cresceu mais de 100% em seu faturamento nos últimos 12 meses e pretende estar presente em todos os estados brasileiros ainda neste ano.
O mercado livre de energia deve seguir crescendo nos próximos anos, impulsionado pelas pequenas e médias empresas. A flexibilização regulatória e a busca por economia e sustentabilidade, além dos ganhos em termos de ESG (Environmental, Social and Governance), consolidam o setor como uma opção viável para negócios de diversos segmentos.
Sobre o autor: Alan Henn é graduado em Engenharia Elétrica pela USP (Universidade de São Paulo). É CEO e fundador da Voltera Energia, companhia que conecta e democratiza o acesso de qualquer empresa do Brasil ao mercado livre de energia.
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